sábado, 27 de fevereiro de 2010

Os autódromos do Brasil

Reproduzo aqui, ipsis literis, a série de posts que o piloto Giuseppe Vecci fez em forma de desabafo, hoje cedo, em sua conta no Twitter.

Vecci é piloto de Goiânia, já atuou em uma série de categorias nacionais e é um entre tantos indignados com a situação do autódromo de sua cidade. Via Twitter, aponta descaso e denuncia irregularidades envolvendo a pista de sua cidade. Comentários que não vão mudar os destinos, mas marecem registro. Falam por si.

Bom dia a todos. Hoje vou falar sobre um assunto que entristece todos os pilotos e desportistas goianos: a situação do nosso Autódromo.

O Autódromo foi esquecido durante esta gestão que aí se encontra. Nada foi feito nestes últimos 04 anos em prol desta praça esportiva..

O Autódromo se tornou um valhacouto de drogados e vagabundos. Ponto de encontro de drogados e bandidos. E a pista? Esta nem se fala..

O Autódromo foi construído em 1974. E de lá pra cá nunca recebeu uma reforma. Aliás, no final de 1997, foi feita uma maquiagem mentirosa lá.

Superfaturaram a reforma. Colocaram uma capa asfáltica mais fina que uma folha de papel. Resultado: no 1º evento nacional, o asfalto ruiu.

O Autódromo está morrendo!! Está dando os seus últimos suspiros. E pensar que Nelson Piquet iniciou a carreira aqui...lastimável.

é unanimidade: todos os pilotos que competí na Stock Car acham que Goiânia era o melhor traçado do país. E um dos mais seguros. Era né..

Este governo que aí se encontra não vai reformar ou reconstruir nada. Fica anunciando no jornal uma coisa que não irão fazer...

O Autódromo não precisa de portões novos, ou de pintura. Ele precisa de uma reforma decente, profunda. Estrutural. Batom já fizeram...

Veio uma tal de Herman Tilke aqui, fez um relatório, recebeu do governo cento e tantos mil e se pirulitou...e a situação terminal continua..

O nosso Autódromo vai morrrer. Estão anunciando reforma de novo. Pura conversa fiada.Como irão fazê-la em ano eleitoral? Papo furado.

Véspera de eleição é assim. Anunciam mundos e fundos. Vão ao local, tiram fotos e falam, falam e falam. Mentem para o povo e para eles mesmo

Chega, isso tem que ter um basta. Bando de políticos que não tem compromisso com a verdade e com o bem público. Chega de mentiras deslavadas

Tristeza com o descaso. Mais tarde irei postar fotos para vcs verem a situação degradante do autódromo. É de dar dó. MUITA TRISTEZA.


Problemas com autódromos em petição de miséria, meu caro Giuseppe, não são exclusividade de vocês, goianienses. Nem de nós, cascavelenses. Desde há muito as pistas de corridas brasileiras estão a caminho do sucateamento total. A foto aí de cima, pinçada do Google, ilustra bem a situação do autódromo de Goiânia, descrita por você.

O novo Velopark, que conhecerei dentro de poucos meses, me parece o formato mais próximo de projeto útil nesse sentido. Mas gente de visão que planeja lucros a partir do esporte bem fomentado e bem estruturado, como o grupo gaúcho que está investindo no novo complexo, não brota em toda esquina. Picaretas, sim, esses vemos às pencas.

É, Giuseppe. O que a gente imagina é bem diferente. Somos bobos demais.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Braços abertos para a etapa da Truck?

Reviravolta das mais estranhas no calendário do automobilismo brasileiro para 2010. E envolvendo o autódromo de Jacarepaguá, que muitos, eu inclusive, davam como morto para a história das corridas.

Eis que, num primeiro momento, o Rio de Janeiro surgiu como sede de uma série de corridas no início do ano. Até da Indy, que seria numa pista de rua no Aterro do Flamengo, em episódio que a administração carioca deixou o bonde passar – não foi a primeira vez –, perdendo o evento para São Paulo.

Voltando ao autódromo de Jacarepaguá, a piloto Suzane Carvalho comentou tempos atrás, via Twitter, que o mês de abril teria calendário cheio, com provas do Trofeo Linea/Fórmula Future, Fórmula Truck e Porsche Cup em fins de semana sucessivos.

Hoje, novamente via Twitter – a ferramenta virou algoz dos segredos administrativos –, Jorge Guirado, diretor da geradora de eventos Master TV, revelou que Truck e Porsche Cup dividiriam uma mesma programação em Jacarepaguá no mês de abril. “E Cascavel, nada”, frisou, alusão clara às deficiências que tiram a cidade dele e minha da disputa por qualquer evento automobilístico de porte.

Minha primeira reação foi imaginar que o Porsche Cup havia remanejado suas datas e antecipado sua segunda etapa do dia 18 para o dia 11, data para a qual está marcada a corrida dos caminhões. Mas o próprio Guirado tuitou, instantes mais tarde, que foi a Truck quem mudou sua programação para acompanhar a categoria monomarca uma semana mais tarde. Informou que o autódromo foi locado para testes de uma empresa de pneus, sem mencioná-la, no dia 11.

Às 18h53 de hoje, horário desta postagem, o site da Truck mantinha a informação de que a segunda etapa aconteceria em 11 de abril no Rio de Janeiro. Sempre duvidei, sem qualquer demérito para a categoria, que a Truck tivesse uma prova no Rio de Janeiro. Para isso tenho meus motivos, que não ferem ninguém. As peças do quebra-cabeça parecem começar a se encaixar. Evidências de que a ainda inédita corrida do Rio vai mesmo acontecer serão bem-vindas.

Guirado, aliás, está internado no Hospital São Lucas, diante da necessidade de acompanhamento dos problemas na coluna. Leva a torcida para que esteja bem e sob alta para seu aniversário, no domingo.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Reinício sem sotaque

Vim a São Paulo pela primeira vez no ano para o relançamento da Scuderia Iveco, da Fórmula Truck. A marca, a título de informação já divulgada onde de direito, passa a ter o Pace Truck da categoria, que será conduzido pela bela e simpática morena Mariana Felício, ex-BigBrother, filha de caminhoneiro. Os pilotos que vão buscar vitórias pelo time vermelho são Beto Monteiro, que segue na equipe para onde foi no ano passado, e Cristiano da Matta, que volta a competir quase quatro anos depois do acidente que poderia ter encerrado sua carreira num teste pela Champ Car em Elkhart Lake.

Monteiro, o Beto, já é parceiro de longa data. Com Monteiro, o Cristiano – é seu nome do meio, herança de mãe –, o contato nasce a partir de sua chegada à Truck. Desde há muito, um dos sujeitos que mais admiro no automobilismo. Conheci-o em dezembro, nas 500 Milhas de Kart da Granja Viana. Foi quando matei a charada que seria ele o novo piloto da equipe, não sei por que cargas d’água eu apostava em Jacques Villeneuve.

À tarde, antes do evento, encontramo-lo no saguão do hotel. Num longo papo comigo e com Luiz Silvério, “Kiki”, o apelido é de infância, mostrou-se dono de uma memória invejável. Relembrou com detalhes da pista de Cascavel, onde correu uma única vez, em 1994. "E como não lembrar de uma curva como o Bacião?", justificou. Foi sua estreia na Fórmula 3, uma prova da qual saiu como vencedor depois de uma boa disputa com Helio Castroneves.

Essas conversas ocasionais com pilotos são coisa que me agrada. Entrevistas são protocolares e impõem um enredo. Num bate-papo, fala-se de tudo. Cristiano gosta de falar. Falou da guitarra que toca desde os 12 anos, da facilidade na pilotagem em ovais, definiu o automobilismo esportivo como exercício pleno da física, avalizou que Bia Figueiredo pilota muito melhor que Danica Patrick, contou histórias da trajetória do pai multicampeão de automobilismo. Ah, também arriscou um suco de laranja como os que Silvério e eu tomávamos, mas desistiu quando percebeu que havia vodca adicionada. Alegou que não bebe álcool antes de trabalhar. Também digo isso, às vezes. Tomei a bebida dele.

Roqueiro e ciclista, Da Matta construiu uma carreira como poucas no automobilismo. Trajetória que foi descrita de forma descontraída nessa entrevista aqui, concedida dois meses atrás ao colega Marcus Lellis, do site Grande Prêmio. Campeão de F-Ford, de F-3, de F-Indy Lights, da Champ Car. Agora, aos 36 anos, vem buscar o sucesso pilotando caminhões. Seu discurso é o da cautela, da necessidade de aprendizado e adaptação. Quem já o viu em ação, à revelia das limitações que ele próprio manifesta, aposta em mais.

Ganha muito, a Fórmula Truck, com a chegada de um sujeito do quilate de Cristiano da Matta. E “não tenho sotaque” é sua frase mais divertida, recorrente em suas manifestações. O sotaque denuncia-lhe a origem mineira às primeiras sílabas.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Nossas modas

Tenho enchido o pacová de todo mundo que passa por aqui ou que segue o perfil @lucmonteiro no Twitter com as histórias de Luc & Juli, a dupla formada por mim e por minha esposa. Principalmente na semana passada, quando fizemos nosso primeiro show com banda, no Square Bar.

Atendendo aos pedidos, que não foram tantos assim, vai aqui o primeiro de uma pequena série de vídeos de produção amadora feitos naquela noite de 10 de fevereiro. Para os menos afeitos à causa, a música é "Estrela cadente", gravação original de Victor & Léo.



E o aviso do dia aos leitores do BLuc: preparem-se ou fujam. Nos próximos dias, vou postar mais algumas coisas do gênero aqui.

Sensação estranha

Hoje, dei uma passada pelo jornal O Paraná. Fui dar um alô aos amigos, e são muitos, afinal de contas vivi quase uma maioridade lá dentro, conforme contei semana passada nesse post aqui.

Não que houvesse tempo sobrando. Afinal, há muito trabalho a fazer, embora sempre responda a quem pergunte que ainda não voltei a trabalhar, e também muitos afazeres menos nobres na lista, coisas como providenciar um eletricista e um encanador para reparos aqui em casa, efetuar uma cobrança, deixar o terno na tinturaria, pagar algumas prestações, fazer uma aposta na Mega Sena de 50 milhões - essa ficou para amanhã, a fila na casa lotérica estava enorme.

Mas me senti convidado a despender algum tempo com a galera do O Paraná. À qual incorpora-se, também, a do Hoje, outro jornal aqui de Cascavel, os dois pertencem ao mesmo grupo e desde o ano passado dividem as mesmas instalações na rua Pernambuco.

Agrada-me, por um lado, o modo como sou tratado lá na redação. Fica nítido o carinho a mim conferido pelos ex-colegas, ainda amigos. É patrimônio puro. Por outro lado, traz estranheza o nível quase reverencial (essa palavra existe?) que percebo nesses esporádicos contatos.

Talvez fosse o caso de observar com mais isenção, com mais atenção. Mas, a cada vez que passo por lá para tomar um café e filar um cigarro de alguém - eu sempre os tenho comigo, mas filar cigarros no jornal era um esporte aprazível e nada dispendioso a outrem, visto que os meus ficavam à disposição dos dedos alheios -, percebo que meu pessoal, que continua sendo meu pessoal, anda mais sisudo. Talvez falte algo por lá, quisera fosse algo que eu pudesse levar em troca dos cigarros e do cafezinho.

Gosto de ver e rever os amigos, e me faz bem quando os vejo bem. Hoje, de maneira especial, saí de lá com uma sensação estranha, apesar dos sorrisos e da descontração contida - embora deva concordar que descontração seja algo incompatível com um ambiente de trabalho. Sensação muito estranha.

Coisas da idade, espero.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

O diploma existe!

Dia especial, ontem, para a última turma do curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo da Unipar em Cascavel. A colação de grau, a bênção oficial para que todos que ali despenderam quatro anos de suas vidas possam exercer seu jornalismo sem que nenhuma entidade de esquerda venha lhes encher os pacovás. Todos formados, enfim.

Bacana ver os semblantes emocionados da garotada. Sim, garotada - para variar, sou o mais velho do time que subiu ao tablado ontem para os praxes. Professores mesclavam expressões de satisfação e orgulho com olhos marejados, também. Julliane, laureada, não conseguiu evitar a voz embargada no pronunciamento que fez em nome da turma. Havia apostado que não se emocionaria, perdi. José, Antonio e Juliana foram alguns dos que flagrei às lágrimas. Não chorei, não me emocionei, não devo ser uma pessoa normal.

Batizada com o nome de Jean Paterno, exímio jornalista, professor e roqueiro, a turma de Jornalismo, posicionada à direita na foto, dividiu a cerimônia com Estética e Cosmetologia. Colaram grau, dispostos por mera ordem alfabética, os bacharéis Aline, Antonio, Camila, Cassiane, Crislaine, Daniela, Edilaine, Edimar, Fabiana, Francielly, Hermann (que manteve seu padrão e chegou atrasado), Janaí, Jaqueline, José, Julian, Juliana, Julliane, eu, Nina (o primeiro nome é Maria), Marina - que ontem eu chamei de Michelle, mas sei que ela não vai ficar brava -, Mirielly, Oniodi, Rafaela, Roberto Carlos, Silvana (também atrasou e preocupou todo mundo), Thaís, Thayanne, Tiago e Pâmela (ficou por último porque também tem primeiro nome, que prefere não usar).

Sem contar o Rony, parceiro dos bons, levou o curso até o fim, participou dos trabalhos de conclusão e tudo mais. Marcou presença ontem, embora tenha de esperar mais um ano. Por força de seus princípios religiosos, não frequentava as aulas das sextas-feiras e ficou preso em uma matéria. Repô-la-á em outra instituição. Guaracy e João "Asa Negra" não deram as caras, nem sabia que tinham deixado pendências junto à grade.

Enfim, a faculdade acabou. E há quem vá atrasar a devolução das becas, exigida para hoje, e usá-las como fantasia de Carnaval. E semana que vem todos - ou quase - voltam a se reunir na tão esperada festa, vai ser no Parque de Exposições. E depois disso, cada uma dessas 29 pessoas vai dar um rumo diferente à sua vida. Alguns vão para longe daqui trabalhar como jornalistas, outros ficam por aqui atuando em áreas distantes do jornalismo, e as combinações de destinos dessa turma, a última, vão oferecer diversidade.

O contato vai-se dissipar e vão restar as lembranças, boas ou ruins, ou ambos, de quatro anos que marcaram nossas vidas. Que todos cumpram os propósitos e atinjam o sucesso citados no juramento e nos discursos de ontem.

Os anos de faculdade me permitiram conhecer pessoas especiais, gente nota dez, isso não tem preço.

Meus cumprimentos a todos, claro.

Insignificância

Circulou por e-mail durante a semana, já foi publicado na internet, mas vale a pena. Uma obra genial acerca da história de tudo, para assistir, parar e pensar.



Hoje em dia, são poucas as coisas que nos fazem parar e pensar.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Onde vai parar essa cidade?

Costumo ser crítico contumaz do comportamento dos usuários de motocicletas, que divido entre motoqueiros, a maioria, e motociclistas, infelizmente uma faixa minoritária. Acima disso, costumo manifestar minha indignação com a inaceitável falta de uma política de fiscalização por parte da Cettrans, autarquia que gere o trânsito de Cascavel e cuja atuação volta-se exclusivamente aos carros que utilizam o estacionamento do EstaR sem o uso do cartão.

Como seguramente já escrevi algumas vezes, cruzar sinal vermelho, dirigir em alta velocidade, trafegar na contramão e várias outras condutas são aceitas livremente em nossa cidade, que sonha ser grande e pensa pequeno. Tudo que não se pode, em termos de trânsito, é usar estacionamento sem pagar o cartão da Cettrans - o que, reitero, não é errado, mas toda essa energia de fiscalização deveria ser melhor canalizada. Não o é.

Agora, a impunidade – palavra cabível para ser estampada no brasão oficial do Município – dá margem para tiros no trânsito. Quem narra a cena é meu cunhado, que disse tê-la testemunhado a cerca de 100 metros de distância.

Início da noite de ontem, rua Rio Grande do Sul, trecho que antecede o cruzamento com a avenida Tancredo Neves. Um motociclista com sua Honda Biz, levando caroneiro, diminui a velocidade para transpor uma lombada. Logo atrás, o motorista de um Corsa preto, em alta velocidade, freia bruscamente e arrasta os pneus travados no asfalto. Consegue evitar a colisão. Lombada transposta, o motorista ultrapassa o motociclista, que faz-lhe um sinal com a mão. A reação do motorista foi bloquear-lhe o caminho com o carro. Colisão lateral, os dois passageiros da moto caem.

O motorista desce do carro, vai até onde estão os dois caídos e dispara um tiro contra um deles. Pergunto a meu cunhado se ele tem certeza de que foi um tiro, afinal estava a um quarteirão de distância. Pelo gesto do motorista e pelo “estouro”, ele me confirma, foi um tiro sim. Em seguida de que o motorista entrou no carro e deixou o local, novamente em alta velocidade.

Espero estar narrando aqui algo que não tenha ocorrido de fato. Testemunhos desta natureza só devem ser considerados se acompanhados de provas. Mas meu cunhado não é vândalo, tampouco mal-intencionado.

Teria ele testemunhado mesmo um tiro depois de uma aula de banditismo? Marginais, há em todo lugar, é sabido. Mas Cascavel está se tornando definitivamente o lugar onde não quero deixar meu filho crescer.

Guerra de canudos

Todo blogueiro de meia-pataca utiliza trocadilhos infames em seus posts, não sou exceção. Claro que não tenho nem motivos para falar do quebra-quebra do final do século 19 no sertão baiano, um episódio de cunhos político e religioso que dizimou um sem-número de pessoas e serviu para mostrar, na prática, que quem tem o poder nas mãos não está nem aí para os problemas sociais deste país que, em dias como hoje, não reluto em definir como uma porcaria completa. Sim, já existiam bestas no Brasil naquela época, e muito antes disso, também. Uma guerra que virou filme nacional em 1997, com direção de Sérgio Rezende e jogador da seleção brasileira de futebol atuando como figurante.

A guerra de canudos a que me refiro é outra, admite iniciais minúsculas. É a caça ao diploma, que termina hoje com a cerimônia de colação de grau. Que vai começar às cinco da tarde, um horário um tanto impraticável para pessoas que têm alguma ocupação, mas fiz esta observação ontem aqui em casa e minha esposa falou que nos filmes isso sempre acontece durante o dia. Enfim, estaremos no anfiteatro da Unipar, eu e mais trinta e tantos acadêmicos que compuseram a última turma do curso de Jornalismo, formandos de outro curso, acho que Estética, também vão receber seus canudos.

Sempre lidei com reconhecido azedume com os assuntos da universidade, como aqui no BLuc, mesmo, em posts como esse, esse ou esse. Cheira a injustiça da minha parte, tento admitir, poderia ter me esforçado para aproveitar de forma mais aprazível essa janela de quatro anos, que no meu caso foi de cinco, já que larguei mão da faculdade quando o Luc Jr. nasceu e voltei um ano depois. Tive mais de cem colegas de classe, tomei cerveja com poucos deles, foram poucas cervejas, também, essa é a conta que faço. Um colega que foi professor no quarto ano recomendou-me uma pós-graduação em Jornalismo Esportivo, já que é esta a área em que trabalho, tem outra instituição daqui oferecendo. Agradeci-lhe a indicação, mas não devo me matricular.

Essa é uma história minha que hoje chega ao fim com agradecimentos a fazer, arestas a aparar, atitudes a rever, bons momentos a recordar, também, é verdade. A vida acadêmica colocou pessoas na minha vida, também, e é sempre bom ter pessoas na nossa vida, boas e ruins. É isso que nos ensina a lidar com pessoas - conviver, confraternizar, compartilhar, debater, concordar ou discordar e seguir em frente, sempre.

Enfim, hoje termina a minha história com a universidade. No que diz respeito ao campo acadêmico, claro. Ainda tenho uma boa novela pela frente para ficar quites com a tesouraria. Diploma de jornalista onde faculdade pública não oferece o curso custa uma nota preta.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O primeiro show. E os outros que virão

Enfim, subimos ao palco para o primeiro show.

Depois de algumas apresentações no que se convencionou chamar acústico, só ao som de alguns violões ou, quando muito, com uma sanfona também, Luc & Juli - dupla formada pela patroa e por mim, vocês já sabem - tiveram ontem o primeiro show com banda. Foi no palco do Square Bar, a "Quarta Especial", evento incluído excepcionalmente no calendário da casa, que só costuma abrir suas portas de quinta em diante, e que desta vez, por conta do Carnaval, vai funcionar direto, até segunda-feira.

Enfim, não temos nada a ver com o Carnaval, embora tenhamos incluído em nosso repertório algumas músicas que passaram a compor as folias momescas nas últimas décadas. Como também houve algumas intervenções de músicas internacionais. Mas o estilo do trabalho a que nos propusemos é o tal sertanejo universitário, que para mim nada mais é que música sertaneja. Não entendo esse lance de universitário.

Enfim, o primeiro passo foi dado. Como já devo ter comentado por aqui em alguma ocasião, não sei especificar metas para esse trabalho. Apenas gostamos de cantar, e o incentivo de amigos nos levou a encarar essa. De certo modo, deixou se ser uma diversão, com as apresentações vêm também o compromisso e a responsabilidade, incapazes de nos tirar o gosto pela coisa.

Para registro, a banda que nos acompanhou, da cidade de Foz do Iguaçu, é composta por Marcinho (acordeão), Rodrigo (guitarra), Tales (baixo), Thiago (bateria) e Tony (teclados). Rapaziada de qualidade, que vai estar com a gente nas próximas, também.

Até o fim de semana, terei me virado com os vídeos das apresentações do show, para postar aqui, no YouTube, no Twitter, no horário político, no novo painel que mostra a hora e a temperatura lá no lago, onde der. As fotos do post foram produzidas pelo parceiraço Paulinho Segovia, um dos tantos amigos que a gente acabou não conseguindo convidar - mas que foi, e ficamos felizes, Juli e eu, por termos visto Paulinho e tantos outros amigos lá com a gente. Debite-se a indelicadeza à correria que tivemos nos últimos dias para preparar o evento de ontem à noite.

Agora, passada a apresentação, até o BLuc conseguiu me ver de novo. Pode ser que só até o próximo show. Que vamos anunciar aos amigos logo, logo.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Bebuns delivery


Há tempos, minha esposa fala em inventar alguma coisa. Inventar, no sentido próprio da palavra. Criar algo útil para a humanidade cuja patente renda uns bons caraminguás. Não é preciso esforço ou criatividade para isso, necessariamente. Um sujeito no Havaí, por exemplo, meteu a tesoura num par de pés-de-pato para improvisar um par de chinelos de dedo, o improviso virou moda e está faturando às turras.

Admiro a pré-disposição da Juli em criar algo que possa valer uns dinheiros, talvez o nome dela nalgum registro qualquer. Eu, mesmo, às vezes me pego pensando em algo do gênero. Cheguei a inventar, digamos, o transporte de bebuns, até por conviver invariavelmente com vários deles, e também por conhecer, digamos, o outro lado do balcão. Sou sedentário por excelência, jamais cheguei a otimizar um croqui a respeito. Com a lei seca, os taxistas levaram minha invenção à prática. Eu iria pôr a ideia no papel no dia seguinte à promulgação da lei. Juro.

Hoje, de saída para o supermercado, presenciei uma versão um tanto mais rústica do serviço que um dia imaginei. Portão afora, vi um carroceiro tentando levantar de seu veículo de tração animal um sujeito que estava mal. À primeira vista, pensei tratar-se de uma emergência médica ou coisa que a valesse, dispus-me a ajudar. Mas sua carga viva era nada menos que um pau d’água. Torto de canha, como dizem por aqui.

“Passei ali pelo bar do seu Luís e ele me pediu para trazer o cara duas esquinas para baixo. É essa”, informou-me, com presteza, o carroceiro. Seu único problema era que o desconhecido passageiro, além de não ter forças para deixar a carroça, não queria sair de jeito nenhum. As energias que armazenava foram suficientes apenas para repetir umas três vezes a frase “falou pouco e disse tudo”, sobre as minhas intervenções na cena patética.

O carroceiro, coitado, cansado após um sábado de trabalho coletando papelão e plástico selecionado, foi paciente. Muito paciente. Até que a paciência acabou. Resolveu, de supetão, pôr fim à carona forçada. Desembarcou seu passageiro a muques próprios. O bebum encostou-se na carroça para não cair. Foi removido à força e, com reflexos comprometidos, foi vencido pela lei da gravidade, conforme mostra a foto acima. Ah, sim, ele perdia sangue por um ferimento atrás da orelha, deve ter apanhado no boteco do seu Luís, ou talvez perdido equilíbrio por razões inexplicáveis. Acho que preciso desenvolver melhor minha invenção. Não quero ser lembrado daqui a alguns séculos por ter patenteado algo de consequências violentas.

E a foto, apesar de eu ter eliminado sua base, também revela que a grama em frente à minha casa precisa ser aparada com urgência. Alguém se habilita?

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Dezoito anos

Fotos dos tempos dos rabiscos no jornal, eu com o Leodefane. Tínhamos cabelo em boa dose, os dois, naquela época.

Hoje fui à agência de turismo marcar uma passagem. A atendente, um tanto avoada, perguntou-me que dia era, para preencher em algum lugar, e eu respondi, claro, 3 de fevereiro. Na hora, uma campainha soou na cabeça. Essa data é especial por alguma coisa.

Foi fração de segundos para lembrar. Foi em 3 de fevereiro, no ano de 1992, que começou minha vida profissional. Leodefane Bispo, já remanejado de chargista a diagramador do jornal O Paraná, apareceu na minha casa por volta das 11 da manhã. Na casa dos meus pais, já que eu, fedelho de 14 anos, não tinha a mínima pretensão de sair de lá. Via-o toda semana no próprio jornal, eu naquela época frequentava a redação, sonhava ser desenhista, já auxiliava na montagem das páginas do jornal destinadas à criançada. Não recebia um puto por isso.

Léo na minha casa numa segunda cedo não era coisa normal, afinal só havia estado lá uma única vez. Fora de sua rota, para ser um simples desfalque no almoço – que, como lembrou minha mãe agora há pouco, rolou à base de polenta com molho de carne moída e suco de caju, adorava quando ela fazia isso, e diante da lembrança dela já a incumbi de repetir o cardápio no almoço de amanhã.

Enfim, a visita tinha um propósito, o de me avisar que o menino que cuidava do arquivo de fotos do jornal tinha sido demitido. Achei que fosse piada o motivo da demissão, estava tentando matar moscas com uma régua e foi alertado pelo editor-proprietário Emir Sfair, este a caminho de sua jornada no banheiro, que se fizesse aquilo de novo estaria na rua. Emir voltou da leitura matinal, a régua continuava perseguindo os pobres insetos e a vaga de arquivista, não sei se esse é o termo correto, estava aberta. Como que a quem chegasse primeiro.

Almocei e fomos para o jornal, Léo, eu e meu pai, que nos deu carona em sua Brasília azul, a mesma que pegou fogo depois, história para outra ocasião. Eu teria de falar com Toninho Sbardelotto, o chefe de redação. Um sujeito que me amedrontava. Toninho, à minha percepção, tinha fama de mau, andava sempre de cara fechada. Andrezinho, dono do jornal, à época querendo saber bem mais que os seus vinte e poucos anos, também tinha fama de mau, e um dia, em 1988, derramei um copo de Toddy nas costas dele, achei que fosse morrer, mas ele deu risada e foi ali que com ele fiz amizade, afinal não adiantava chorar o Toddy derramado.

Emir era amigo e cliente do meu pai, que vendia produtos coloniais num comércio modesto no Parque São Paulo. Em certo encontro casual, acho que nos corredores de um supermercado, perguntou ao velho o porquê de eu ter sumido lá da redação. Neinha, como era chamado meu pai, explicou-lhe que era difícil eu conviver com Wanderley Damasceno, ex-chargista do jornal que havia voltado para lá convertido à igreja evangélica depois de uma incursão pelo lado mais obscuro da vida. Era crente novo, fanático, não gostava que eu frequentasse o estúdio de charges. Sumi por uns tempos. Emir sugeriu ao velho que me “mandasse voltar” pra lá, gostava de me ver por lá, disse que a mesa dele estava à inteira disposição dos rabiscos que eu produzia.

Enfim, nunca trabalhei com artes no jornal. Trabalharia com fotos, se perdesse o medo de falar com Toninho. Depois de umas duas horas andando para lá e para cá, pensando em como abordá-lo, ele surgiu na copa, onde eu filava um sanduíche de presunto com queijo, e disparou um cumprimento de praxe. Retribuí e emendei a questão sobre a vaga no arquivo. “Quer pegar?, é sua”, foram as palavras do protocolar diálogo que me integrou àquele grupo. E aquele arquivo de fotos, ainda fotos impressas em papel, estava uma nojeira, o antecessor devia ter despendido tempo em excesso à sua caça às moscas, concluí. Levei uns 15 dias para pôr tudo em ordem, mas ficou bem apresentável.

Um mês e meio depois, me delegaram a página de variedades do jornal, e mais alguns meses depois, quase por acaso, virei editor de automobilismo. Não era segredo para ninguém meu gosto pela coisa, e num sábado à tarde, estávamos na redação apenas Waldir Costa e eu, assistíamos pela Band ao Marlboro Challenge, uma prova extra-campeonato da Fórmula Indy no oval de Nazareth. Waldir, que hoje vive pelas bandas de Rondônia, aconselhou-me a prestar atenção à corrida, eu respondi que estava prestando, ele reforçou para anotar algumas coisas porque a matéria sobre aquela corrida seria feita por mim. Me pegou no susto, claro, nem havia espaço para aquilo na edição do domingo, mas escrevi, algo em torno de uns 1.100 caracteres sobre a vitória de Emerson Fittipaldi, e ele sacou um texto qualquer que abria uma das páginas esportivas para incluir aquela obra-prima.

A partir daí, partiu a indicação do próprio Waldir a Toninho, com quem há tempos eu já arriscava até umas brincadeiras – não era tão mau assim, afinal; a bem da verdade, de mau não tem nada –, para que me efetivasse na cobertura das corridas. Algo aceito também sem cerimônias, com o positivo de Emir, que avalizava meu trabalho apesar das retrucadas que por vezes eu dava às ordens que dele recebia. O primeiro GP de Fórmula 1 sobre o qual escrevi, naquele novembro de 1992, foi o da Austrália, último do ano, vitória de Berger com a McLaren. Minha primeira cobertura foi a “Cascavel de Ouro”, 20 de dezembro; a primeira entrevista da jornada fiz com Nelson Piquet, que veio à cidade para acompanhar o evento, meses depois de ter os pés esmigalhados num acidente em Indianápolis, esse aqui. Um moleque de 15 anos, doente por automobilismo, fazendo a primeira entrevista de sua vida com um tricampeão de F-1, vejam só. Achei o máximo.

Para evitar acúmulo de trabalhos, Emir pediu que eu indicasse algum “coleguinha” para cuidar do arquivo de fotos, e foi assim que surgiu para a imprensa o Jefferson Lobo, que era parceiro de música sertaneja. A dupla era Lobo & Luciano, soava bem. Durou uns dois anos. Em 1995, sob indicação de Emir, passei a conciliar o trabalho na editoria esportiva com o fechamento geral do jornal, jornada dupla que durou até 2001, quando não aguentava mais ficar todas as noites na redação e resolvi pedir as contas. Eu havia começado a trabalhar com assessoria de imprensa na agência do Clóvis Grelak, podia trocar um emprego pelo outro. Com o dinheiro do acerto paguei umas dívidas e comprei meu primeiro carro realmente apresentável, um Fiat Tipo 1995. O fusquinha 1981 foi de entrada. Continuei lá no jornal, só lidando com a cobertura esportiva.

Minha vida no O Paraná durou até fins de 2008, quando, sob nova direção, houve algo como um conflito de metas entre mim e os novos diretores. Sairia em fevereiro passado, saíram comigo antes, e assim a vida seguiu seu curso. Nesses quase 17 anos de casa, vali-me do lido com o automobilismo nas páginas, do qual nunca me desliguei, para preencher uma valiosa agenda de contatos, que me permite, nos dias de hoje, fazer o que mais gosto, que é escrever sobre corridas, narrar corridas, atuar em locução de arena nos eventos do esporte motor. Trabalho abençoado, o meu.

Para um relato já muito mais extenso do que deveria ser, censuro-me de lembrar mais histórias lá de dentro do “Jornal de Fato”, esse é o slogan até hoje, e são muitas, algumas divertidas. Aprendi a ser jornalista, aprendi que ao contrário do que se prega o jornalismo comporta pessoas decentes e de caráter como Emir e Toninho, figuras a quem sempre dispensei atenção especial não pelas posições de chefia que ocupavam, mas pelo exemplo de bom caráter. Pessoas especiais, de fato.

Dezoito anos, é o tempo que tudo isso já dura. Uma janela considerável para acontecimentos, tempo em que morreram, por uma pretensa ordem cronológica, Jânio, Ulysses, Daniella Perez, Senna, Mussum, Tom, Costinha, os Mamonas, João Paulo, Tim, Leandro, Figueiredo, meu pai, Covas, George, Saddam, Reagan, Arafat, o outro João Paulo – aquele da Polônia –, Brown, Pinochet, Sperafico, Aurélio, Michael. Muita gente morreu em dezoito anos. Alguns foram tarde. Emir, Andrezinho e Damasceno também morreram.

Minha vida profissional completa dezoito anos. Uma maioridade. A poucos dias de eu enfim meter a mão no canudo de Jornalismo, faculdade que concluí a duras penas, com pouca paciência, já tendo rompido a casa dos 30 e com filho pequeno, isso são barreiras consideráveis. Leodefane, aquele da polenta com carne, foi meu professor na faculdade, inclusive, Antropologia Cultural era a disciplina que lecionava. Disseram-me que eu seria um jornalista melhor se tivesse diploma. Tomara que tenham razão.

3 de fevereiro. Foi a data em que, dezoito anos atrás, passei a me conhecer por gente.

(ATUALIZANDO EM 4 DE FEVEREIRO, ÀS 9h26)
Quando leu que minha mãe reeditaria no almoço de hoje a magnífica polenta com carne moída de 18 anos atrás, Leodefane Bispo manifestou-se de novo. Desta vez, pelo menos, pagou adiantado: resgatou algumas fotos dos tempos em que eu frequentava seu estúdio de artes no jornal. Mandou-me também a foto abaixo, de uma daquelas confraternizações de fim de ano, ainda a instalação antiga da redação, essa de quando eu já era titular do time. O pessoal lá d'O Paraná vai se divertir tentando identificar as pessoas da foto.
Grande abraço, Léo, e obrigado por tudo. Tudo começou naquele almoço de cardápio simples em que todos lambemos os beiços.)


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Compromisso são-paulino

Torcedor de time de futebol, todo mundo diz que é. Sendo, de fato, ou só para entrar na conversa. Mas esse sujeito aqui passa da média. Do limite, eu diria.



Victor Estevão, de Ribeirão Preto, está em Cascavel expondo sua invejável coleção de camisas oficiais. Pena que Victor não tenha muito tino para escolher um bom clube. É torcedor do são Paulo e mantém, em seu acervo, camisas utilizadas pelos jogadores do tricolor desde fins dos anos 60.

Victor me conta que escolhe duas cidades por ano para visitar com sua atividade. E isso dá dinheiro?, é a pergunta óbvia. A exposição, não, está aberta à livre visitação. Arrecada alguns cobres com a venda de pequenos souvenirs alusivos ao São Paulo.

A exposição dele em Cascavel, no corredor de entrada do Shopping West Side, vai até 13 de fevereiro. Os tricolores da cidade precisam, de fato, dar uma passada por lá. É uma viagem à história do clube. E quem passar por lá concorre a uma camisa oficial autografada pelo ex-jogador Paulo César.

Será que há algum maluco corintiano com um acervo desses pra mostrar? Vou esperar.

Causas e pessoas

Por e-mail, recebo um press release da Confederação Brasileira de Automobilismo. É esse aqui, também reproduzido no site da entidade. Uma entrevista pingue-pongue com Rubens Gatti, que é presidente da Federação Paranaense de Automobilismo e, desde que Cleyton Pinteiro assumiu a CBA, em março passado, comanda também o Conselho Nacional de Kart.

A mensagem principal que o material passa aponta para a correção de falhas que o kart brasileiro vivia e ainda vive, com tônica na meta de diminuição dos custos elevados, que representam o fantasma mais assustador para os garotos que sonham virar ídolos e seus pais.

A transição do ano passado na CBA ganhou contornos puramente políticos, seja na dita imprensa especializada, seja nos bastidores, ou ainda por pessoas simpáticas ou antipáticas ao ex ou ao atual presidente. Há muita gente que não gosta de Pinteiro, tanto quanto o sem-número de pessoas que nem sob tortura aprovam o trabalho de seu antecessor Paulo Scaglione.

Independentemente da preferência pela cor dos olhos desse ou daquele, é necessário ver o que se está fazendo, ou o que se está tentando fazer. Qualquer iniciativa capaz, de fato, de fazer do kart um esporte mais barato merece atenção e apoio. Gatti, também longe de ser uma unanimidade, é figura que eu trago sob alto conceito. O fato de ter o kart sob sua batuta, a meu ver, sugere credibilidade.

É importante dissociar pessoas de causas, tanto quanto procedor fiscalização plena e justa de seus feitos. Eu, por exemplo, nutro antipatia natural à figura de Lula. Ainda assim, tenho gostado de uma parte - minoritária, é verdade - dos feitos de seu governo.