Os episódios envolvendo Felipe Massa no GP de Fórmula 1 em Hockenheim e Helio Castroneves na etapa da Fórmula Indy em Edmonton, embora de princípios bastante distintos, tiveram muito em comum. Já analisados à exaustão pelos especialistas de plantão – em procedimentos que nada mais traduzem do que opiniões sobre vidas e atitudes alheias –, foram momentos que mexeram, de forma ou outra, com a autoestima de Felipe e de Helio.
Felipe, observa-se, foi elevado à condição de novo vilão nacional, por uma atitude que deveria dizer respeito apenas a ele e a seus patrões, mas acaba dizendo respeito a todo mundo. Felipe, a quem conheci descontraído, de bem com a vida e fascinado com a então nova condição de pai, em dezembro último nas 500 Milhas de Kart da Granja Viana, vive dias tensos. Os desdobramentos da cessão da vitória ao parceiro na corrida da Alemanha vão além das críticas que a obediência à ordem de equipe lhe rendeu.
Por mais que tente, Felipe não esconde que se arrependeu. Deu novas declarações que caíram como farta munição a seus críticos. Ficou mal, consigo e com seu público. Vai ter de aprender a lidar com o episódio para toda a carreira, a menos que um feito estupendo apague a má imagem de sua ficha corrida.
Helio foi vítima de uma presepada das grandes. Se não for unanimidade, chega perto disso. Tomaram-lhe a partir de critérios mais do que subjetivos uma vitória legítima. Com os nervos à flor da pele, para repetir uma expressão utilizada por ele próprio, catou pelos colarinhos o chefe da segurança da IRL, que reagiu com um sorriso – uma atitude que, a mim, fez parecer ser muito bem preparado para o cargo o tal Charles Burns. A quem Helio pediu desculpas publicamente, na segunda-feira, pelo piti pós-corrida.
Inegável que os fatos encheram-lhe o saco, como bem observou o jornalista Victor Martins em seu blog. Há uma rixa implícita já antiga do piloto com o diretor de provas da IRL, Brian Barnhart. Que, tudo indica, pegou para cristo o piloto da categoria que desfruta de mais prestígio nos Estados Unidos – o público brasileiro não faz ideia da popularidade de Helio por aquelas bandas.
O episódio, atípico para os padrões desportivos da Indy, deu vazão à especulação (inclusive no blog de Martins) sobre a ida de Helio para a Nascar – onde, não custa lembrar, a Penske, que defende na Indy há 11 temporadas, também mantém uma equipe. O piloto já fez história, ganhou dinheiro o bastante para viver bem o resto da vida. Pode se pôr em posição de dar uma banana à IRL, insatisfeito que está com o ambiente de trabalho, e curtir na Nascar os anos de carreira que ainda tem pela frente. Na Penske ou em outra equipe qualquer.
Helio foi convocado para uma reunião a portas fechadas com a cúpula da categoria na semana que vem em Indianápolis. A boa lógica aponta para panos quentes em todo o episódio, exceção feita à punição que lhe tirou a vitória. Uma punição de ordem disciplinar não é descartada por ninguém. Um puxão de orelha mais contundente pode ser o estopim de mais uma bomba no automobilismo.
É um moço com quem as coisas acontecem, o tal Helio Castroneves.
1 comentários:
sim... os fãs do piloto e do esporte q c "explodam".
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