A festa de premiação aos melhores do Metropolitano de Marcas & Pilotos de Cascavel, ontem à noite, era cercada também pelas expectativas de todos quanto aos novos rumos do Autódromo Internacional Zilmar Beux. Afinal, depois de anos e mais anos de devaneios e soluções arrotadas em mesas de bar, agora a situação chegou a um ponto de solução. Cópias do projeto inicial para reforma do autódromo foram distribuídas pelas paredes da Box 3, onde pilotos e desportistas foram recepcionados para a cerimônia de entrega de troféus.
Houve quem esperasse uma aparição do prefeito Edgar Bueno no evento. Edgar estava em Curitiba acompanhando a diplomação do filho André, também kartista, como deputado estadual. Fez-se representar pelo secretário municipal de Planejamento, Ronald Drabik. Que, para não dar tom político a uma festa esportiva, falou rapidamente sobre o que se pretende fazer pela restruturação do autódromo (algo que comentei com vocês na semana passada - para reler o post, clique aqui). São ideias, ainda, e algumas delas suscitam dúvidas, como as arquibancadas fixas, ninguém acredita que vão de fato ser construídas. E, se forem, que todos paguem suas línguas. Fato é que qualquer coisa que venha a ser feita vai deixar o autódromo em condições muito melhores do que as atuais.
Miguel Beux, um dos integrantes do consórcio particular que ainda detém o autódromo, assumiu a presidência do Automóvel Clube da cidade há dois anos. Era o elo que faltava, em termos práticos, entre os donos do local e aqueles que dele fazem uso. Persistente, deixou a vida em segundo plano para costurar um acordo que permitisse a cessão definitiva da área do autódromo ao Município. Sabia, Miguel, que os senhores que juntaram seus trocados para construir a pista há mais de quatro décadas não iriam pôr um centavo a mais para a reforma que se faz tão necessária. O Município não podia investir recursos e prestígio em uma propriedade particular. Era, mesmo, a única saída.
A documentação está toda concluída. E deverá levar as devidas assinaturas já na próxima semana. Existe uma expectativa real de que as obras no autódromo comecem já nos primeiros meses de 2011. Um trabalho que tende a contemplar, em primeiro momento, o alargamento do traçado em quatro metros. Da maneira como prevê o projeto, as características das curvas serão preservadas ao máximo. Os tempos de volta devem cair um pouquinho, uns dois segundos, talvez. E logo depois, ou até concomitantemente, ninguém confirma, os novos boxes poderão ser erguidos. Parece que chegou, enfim, a hora da virada.
Todos os presidentes que vi passarem pelo Automóvel Clube praticamente suaram sangue para manter a atividade automobilística. É um abacaxi que só quem passou por ali tem ideia. Beux, nos últimos anos, fez por merecer atos como a ovação que recebeu ontem. Herdou de Zilmar, o pai, essa paixão pela causa. Não iria descansar enquanto não conseguisse a garantia de que o autódromo vá continuar sendo autódromo, e com condições cada vez melhores. E, na carona de tudo isso, ainda viabilizou uma compensação prática aos pioneiros que desbravaram esse autódromo nos anos 60. Foi, não duvidem, trabalho dos mais desgastantes.
Faltam apenas as tais assinaturas, já combinadas, para que a missão esteja cumprida. E para que Miguel possa retomar sua vida normal. Ação política não é a dele, o melhor que tem a fazer a partir de quando todo o processo estiver sacramentado é se afastar de cargos inerentes ao assunto. Visitar o autódromo quando lá houver corridas, preparar sua carne assada e tomar sua cerveja sem se preocupar com nada. Quem sabe arriscar por lá, na pista, algumas aceleradas com seu renovado protótipo Avallone.
Zilmar já deve estar contente o bastante com o que o filho fez. Vários de nós também estamos.
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