quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Fogaça, momento de transição

Djlama Fogaça encerrou domingo último, com o terceiro lugar na etapa brasiliense da Fórmula Truck, sua trajetória como piloto. Foram 27 anos de atuação nas pistas, iniciada por uma única temporada no kart e consolidada por participações em séries de automobilismo do mundo todo.

O estilo de ser e de pilotar sempre fez de Fogaça um dos pilotos mais autênticos de todas as categorias que integrou. No Brasil, começou a coleção de títulos levando campeonatos de Fórmula Ford e de Fórmula Chevrolet.

Foi para a Europa, ganhou destaque na Fórmula Opel, venceu várias corridas, inclusive a preliminar da Fórmula 1 em San Marino – como também já havia ganho momentos antes do GP do Brasil, em Interlagos, ainda nos tempos de F-Chevrolet. Depois de uma rápida passagem pelo Velho Mundo, voltou ao país para atuar na Stock Car. Venceu a prova preliminar da etapa brasileira da Indy e permaneceu por mais três anos na categoria, até mudar de mala e cuia para a Fórmula Truck, em 1997.

Lá, lidando com os caminhões, construiu um capítulo mais do que especial de sua trajetória. Passou a conciliar a função de piloto com a de dono de equipe, equipe que conquistou o campeonato de 2004 com o pernambucano Beto Monteiro. Foi este, aliás, um dos motivos que levaram o “caipira voador”, neste ano de 2009, a aposentar o capacete – a lógica de que o olho do dono é que engorda o gado.

“Primeiro, toda categoria precisa passar por um processo de renovação. Depois, eu quero me dedicar ainda mais à minha equipe. Para lidar com caminhões, você não consegue formar profissionais de uma hora para outra”, justifica o agora ex-piloto. “Ter uma equipe capaz de trocar um motor em 40 minutos, ou de trocar um diferencial em 15 minutos, é complicado. Consegui chegar a esse nível é quero tratar de mantê-lo da melhor forma possível”, afirma, com naturalidade.

Do alto da experiência de suas quase três décadas de atuação no automobilismo, Djalma afirma com serenidade que pilotar não lhe vai fazer falta. “Meu tesão no automobilismo, agora, é ver a equipe indo bem, e está no caminho certo. Outra coisa que me dá um tesão tremendo é ver o Fabinho correndo, e correndo bem como ele está”, arremata.

Fábio Fogaça, seu filho de 18 anos, acaba de estrear no automobilismo e conquistou, em 2009, o título da Stock Jr. Aliás, a propósito da estreia do filho, Djalma tem considerações interessantes, também. Considerações que mostram autenticidade e independência em níveis incomuns para o nosso automobilismo.

Hoje o dia está corrido. Amanhã ou depois, repico por aqui algumas dessas considerações. O que um cara como Djalma Fogaça pensa merece reflexão de qualquer um que esteja envolvido de alguma forma com o automobilismo.

1 comentários:

Delmar Haas (Webmaster DF Motorsport) disse...

Olá Luciano, tudo bem? Ótima a matéria e vamos linkar no site da DF Motorsport. Somente nesta parte do texto Do alto da experiência de seus quase três anos de atuação no automobilismo acredito que você quis dizer trinta anos, mas também pode ser que querias falar em outro sentido. No mais, 10! Um abraço!