domingo, 29 de novembro de 2009

Famosos e anônimos

O Twitter hoje foi um festival de baixaria. Eu envolvido, inclusive.

Vi o jornalista Flavio Gomes, que lá despacha como @flaviogomes69, lidando com críticas que levou por algum comentário que postou sobre meninas que não sei quem são. Não sei o que fizeram, inclusive, algo relativo ao Desafio de Kart das Estrelas. Não fui atrás de saber.

Flavio não ignorou as críticas que recebeu de quem assina a conta @clubedosfamosos. Não conheço o tal clube, não sei quem posta comentários por lá. Parece que organizam promoções com apoio de figuras conhecidas, algo do gênero.

Acerca de um dos comentários do Flavio, sugeri, via Twitter, que não perdesse tempo discutindo à toa no Twitter. Afinal, ele, Flavio, também não deve sequer conhecer as pessoas que o estavam criticando. Bastou para esquecerem-no e começarem a me dirigir ofensas de nível deplorável, insinuações infantis, palavrões. Não é minha postura, mas rebati à altura - ou melhor, à "baixura". Virei persona non grata, oh!, no tal Clube dos Famosos, que imaginava ser uma conta mantida por úma mulher e, pelo que me disseram, é abastecida por alguém de sexo masculino.

Fui ameaçado de ser dedurado pelo Clube dos Famosos, de dono anônimo, às pessoas que sigo no Twitter. Ah, tem mais, vão me denunciar como spammer ao dono do Twitter. Oh, como vou sobreviver agora? "sabe qual a sorte deles? È eu nao ter parente lá", escreveu o anônimo. Uma valentia só.

Para o caso de alguém ter interesse em fazer a besteira que eu fiz e despender um pouco de tempo útil ao festival de baboseira, minhas postagens seguem em minha página no Twitter, aqui. O festival de ofensas e palavrões do anônimo, caso não as tenha deletado, estarão aqui.

Eu mereço.

sábado, 28 de novembro de 2009

Brasil é o país da moda

Dia normal de atividades em pista aqui em Interlagos, no encerramento da temporada do Itaipava GT Brasil. A movimentação maior de hoje ficou por conta da entrevista coletiva concedida aqui no andar de cima pelo francês Stèphane Ratel, presidente da SRO Group. Que é, em suma, o capitão mundial do barco da GT3.

Ratel anunciou em caráter oficial o que muitos já sabiam. O Brasil vai receber em 2010 a etapa de encerramento do Mundial FIA GT1. Em Interlagos, claro. Num inglês bastante compreensível a ouvidos semileigos e falou sobre coisas que vão marcar a categoria GT1 no ano que vem, que terá seis marcas com quatro unidades no grid, cada - Aston Martin, Corvette, Ford, Lamborghini, Maserati e Nissan.

Jovial e mostrando-se bastante à vontade no ambiente do evento brasileiro, Stèphane citou, entre suas justificativas para trazer o Mundial GT1 a Interlagos, que "o Brasil é o país da moda, vai receber Copa do Mundo e Olimpíada, e os pilotos do mundo inteiro gostam de vir ao Brasil". Eficiente política de boa vizinhança, que por outro lado deixou claro seu aval ao rumo do trabalho comandado na GT3 daqui por seus sócios brasileiros Antonio Hermann e Walter Derani.

A foto acima, cedida ao BLuc pelo André Lemes, mostra Derani, Hermann, Ratel e Juliana Shikama, diretora executiva da Auto +, empresa promotora do Trofeo Maserati.

Nos eventos de pista do sábado, algumas novidades, como as poles de Lico Kaesemodel/Nelson Merlo, de Ferrari, e Rafael Daniel/Cláudio Dahruj, de Lamborghini, na rodada dupla da GT3, a estreia da categoria Superbike, com o piloto-organizador-instrutor Bruno Corano largando em primeiro.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Gráfico ascendente para a GT3 Brasil

Ano passado, o primeiro da minha convivência com a GT3 Brasil, tive uma impressão muito clara, a de que a categoria vivia um processo sólido para ser tão grande e forte quanto merece. Passos lentos e firmes, sem grandes estardalhaços, estratégias estudadas com aparente minúcia.

Começou 2009, a crise financeira mundial acertou a categoria em cheio e o campeonato começou com grid minguado. Foi dada como morta pela mídia que a acompanha de um ou outro modo, enquanto competições concorrentes alardeavam seus feitos, experimentos e números, sem que se observe aqui qualquer contestação aos avanços de séries como a Stock Car e suas categorias de suporte ou a Fórmula Truck.

Admito ter temido pelo futuro da GT3, que tem uma proposta das mais interessantes - a mais interessante, eu diria - para quem vive o automobilismo, e aí incluo todos, pilotos, equipes, fãs, até a mídia especializada. O trabalho seguiu, as discussões tomaram rumos indesejados em alguns casos, houve cooperação de praticamente todos os envolvidos diretamente e o campeonato termina com o maior grid do ano, 14 carros. Já foi maior, claro, mas é comemorado por todos aqui tendo-se em vista os fatos vividos nos últimos meses.

Agora há pouco, acompanhei o briefing dos pilotos para a rodada dupla de amanhã e domingo. Os aspectos logísticos, promocionais e técnicos ali discutidos, obviamente, interessam apenas a quem tem envolvimento direto com tais aspectos, até por haver detalhes em demasia que não acrescentam nada a quem consome a GT3 Brasil como opção de entretenimento esportivo. Fica claro que a trajetória da competição é ascendente. Enquanto casos críticos começam a se manifestar na execução de outros regulamentos, é nítida a percepção de que a insistência e o esforço dos capitães do barco da GT3 terão seus efeitos positivos percebidos por todos.

Eu não estava errado. Gosto de acertar algumas, de vez em quando.

Cursos grátis de pilotagem da Interlagos

O incansável Pedro Rodrigo de Souza (foto) deveria fazer hoje, aqui em Interlagos, o sorteio de cinco cursos gratuitos da Escola de Pilotagem Interlagos entre os participantes da promoção Point TNT. Mas não fez.

Vai fazê-lo no dia 21 do mês que vem, dentro do programa "Auto +", que Marcello Sant'Anna apresenta na Rede TV!. O sorteio será exibido na edição do dia 27.

Assim, segue aberto o prazo para as inscrições, que já totalizam quase 2.000. Além do curso de pilotagem para cinco participantes, haverá vários outros prêmios. As regras para participação são as mesmas que o BLuc anunciou nesse post aqui, do dia 16 do mês passado.

Para quem gosta de automobilismo, são presentes de Natal invejáveis.

O humor do Pedrão

Já encostei meu esqueleto cá no autódromo de Interlagos, onde chega ao fim a temporada 2009 do Itaipava GT Brasil. No programa, a última rodada dupla da GT3, as etapas finais do Trofeo Maserati e da Copa Clio e a estreia da Superbike Pro-Am, categoria de motovelocidade que vai integrar o evento em todas as datas de 2010.

Agora há pouco, as motos estavam na pista quando começou a chover. A garoar com força, na verdade. Todo mundo tomou o caminho dos boxes. São Pedro fechou a cara e o panorama que cobre o autódromo agora, poucos minutos passados das 17h, é esse das fotos. Pessoal que mora aqui diz que, ao longo da semana, tem chovido sistematicamente todos os dias entre as 16h e as 17h30.

Fim de semana tende a ser complicado. Ainda bem que a Juli me convenceu a trazer blusas e jaquetas.

Um bom papo furado

Enquanto aguardo a chamada para o embarque, já que o voo está mais de uma hora atrasado, vou fazendo uso de todas essas frescuras que a internet nos oferece. MSN, Twitter, blog, o escambau. A bateria do laptop já foi embora, por isso arrumei um cantinho no chão, encostado numa coluna de concreto, único lugar onde vi uma tomada disponível.

Estou cercado de gente por todos os lados. Procuro fazer ouvidos moucos ao blablablá geral, mas é difícil. Impressiona a quantidade de abobrinha que gentes falam. Todo mundo fala, ninguém escuta, são vozes e mais vozes disputando ondas sonoras, perdidas no meio do nada.

"Eu sou são-paulino, mas quero que o São Paulo perca", "você viu o tamanho da espinha no narizinho novo dela?", "eu não pago quatro reais num pão-de-queijo nem a pau", "aquilo ali é plasma ou LCD?", "tirei uma foto com o Antonio Palocci", "tive que financiar, não teve jeito", "tinham que devolver o dinheiro da passagem quando atrasa", "onde que dá para fumar aqui?", "eu cancelei minha TV a cabo, só tem canal ruim", "vou comprar uma preta e uma vermelha; não, só a preta" e "tua namorada tava um tesão terça-feira" estão entre as pérolas literárias que captei em canal quase subconsciente aqui do chão.

Certo estava Raul Seixas, quando escreveu que "gente é tão louca e no entanto tem sempre razão".

Unipar, a cena final

Quarta-feira, meio puto com algumas-várias-todas as coisas, assumi meu lado "pronto, falei" e postei essa espinafrada aqui. Hoje, a putice passou um pouco. Afinal de contas, acabou. Não é tetra, mas acabou. Salvo haver imprevistos, o bendito diploma de jornalista está a caminho e nenhum chato de sindicato ou qualquer outro tipo de entidade classista vai me aporrinhar a paciência. Detesto entidades classistas, elas não funcionam.

Vou guardar a cena aí da foto como especial. Não só por conter pessoas especiais, mas por ter representado o último momento da minha nada invejável trajetória acadêmica. Foto de logo depois da última banca examinatória, de produto em telejornalismo. Da esquerda para a direita (por que nunca é o contrário?), Pamela Giacomini, Elisângela Fabrini, eu, Camila Catafesta (com filho ou filha no barrigão de seis meses), Miguel Portela, Daniela Lenzi e Luiz Carlos Sonda. Elis e Miguel foram os nossos examinadores. Sonda, o professor de Edição em Tele, esse sabe do que fala.

Miguel e eu, nanicos, assumimos o degrauzinho mais alto para não sumirmos na foto. E foi assim que terminou a faculdade de Jornalismo na Unipar. Sem festa, sem emoções, sem nada. Só terminou. Parece que a rapaziada vai se reunir hoje à noite no bar da frente da "facul", já que todo mundo diz "facul", para tomar umas a mais, a ocasião é a alegada comemoração pelo fim de uma fase. Duvido que se reúna mais da metade da turma. Eu, hoje, já estou em Curitiba, a caminho de mais um fim de semana automobilístico. Não dispensaria a rodada de cerveja, é claro.

A vida segue. Acordei e fui conferir no espelho, ainda era eu mesmo. Sorte. Ou azar, sei lá. Há gente lá da turma que deve ter passado por mutações na última noite.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Alfredo Guaraná vai voltar a pilotar

Eis que Alfredo Guaraná Menezes ensaia uma volta às pistas. Como piloto, mesmo, e não apenas dirigindo equipe em alguma categoria, como fez de 2006 a 2008 na Stock Car Light – que, por não ter patrocínio, podia continuar sendo tratada como Light, e não pelo nome da empresa promotora.

Guaraná manifestou ao BLuc suas intenções de disputar “umas quatro ou cinco corridas” da Pick-up Racing em 2010. “Tenho a equipe, tenho o ferramental, tenho o carro, tenho tudo aqui. Aí pensei, por que não correr?, e devo correr”, disse. “Ainda tenho uns três anos de sobrevida para pilotar”, emendou o piloto de 57 anos.

Diante da novidade e dos motivos expostos, perguntei a Guaraná por que razão ele não estaria na pista, então, na corrida da semana que vem, que vai fechar a temporada em Interlagos. Ele até agora não respondeu, mas percebi que balançou bastante diante da possibilidade. Acho que tirar o macacão do armário ainda em 2009 nem lhe tinha passado pela cabeça.

A bem da verdade, o termo “volta às pistas” serve só para criar falso suspense. Alfredo Guaraná já anunciou um retorno em 2007, iria pilotar um dos carros de sua A. Guaraná Sports na penúltima etapa da Stock Light em Jacarepaguá. Não correu, não lembro bem o motivo, parece-me que apareceu alguém disposto a alugar o carro e Guaraná, que nesta década já participou de Mil Milhas Brasileiras, abriu mão de sua participação.

Guaraná fez sucesso no automobilismo brasileiro, sobretudo, nos anos 70, quando foi bicampeão nacional da Fórmula Super Vê e disputou as 24 Horas de Le Mans. Foi contemporâneo de pista de Pedro Victor de Lamare, Marivaldo Fernandes, José Pedro Chateaubriand, Chiquinho Lameirão, Jan Balder, Antonio Carlos Avallone, Mário Amaral, Pedro Muffato, Nelson Piquet, tantos outros deste calibre. É um daqueles caras que têm uma história digna de ser contada.


Guaraná em ação na Fórmula Super Vê e na Stock Car, na década de 70

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Quem falou em final feliz?

Tive seis meses de prazo, talvez mais, para protocolar o TCC. Cumpri meu prazo particular, do produto que me coube na divisão das tarefas em grupo, a 14 minutos de seu encerramento. Um hábito meu, diga-se, já que hoje é meu último dia útil para negociar a inclusão de minha dívida no programa de refinanciamento da Receita Federal e acabo de chegar do escritório do contador, onde fui tratar do assunto. Amanhã tem banca final do TCC, sexta de manhã eu viajo, era hoje ou não era mais.

TCC não tem nada a ver com aquele contrato de capitalização do banco Bamerindus. A título de esclarecimento aos desavisados, é uma sigla que admite as mais variadas significações, mas que traduz “trabalho de conclusão de curso”. No meu caso, nos últimos dias, significou “tô caindo de cansaço”. Em suma, é a miguelagem que alguém que despendeu anos de sua vida útil em uma universidade – que nem sempre é tão útil – tem de apresentar na reta final para comprovar a profissionais convidados nem sempre interessados no assunto que você merece a dádiva divina de portar um diploma.

No meu caso, o curso de graduação tem um nome bonito, “Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo”. É Jornalismo, pronto. Uma área em que trabalho há 18 anos, uma maioridade que me ensinou muito, que serviu para mostrar que há outro tanto ainda maior, muito maior, a aprender convivendo com profissionais da área e consumindo produtos jornalísticos de qualidade. No banco universitário, termo que acham bonito e que só designa uma daquelas cadeiras duras que disponibilizam aos cursos com as mensalidades mais baixas, aprendi pouco. Culpa minha, talvez, em partes. Pena, poderia ter sido um período melhor aproveitado.

Um “blargh!” para o diploma. Só quem dá valor ao diploma de jornalista é o Sérgio Murilo de Andrade, um sujeito que já admitiu, em resposta a uma questão minha, ter sido um “profissional mediano” quando exercia o jornalismo e que hoje preside a Fenaj, a Federação Nacional dos Jornalistas. Fenaj que defende a obrigatoriedade de um diploma para o exercício da profissão e que não está nem aí para o nível do ensino que as instituições – sobretudo as particulares – oferecem. Sujeito que for aprovado num curso mequetrefe com a média mínima pode ser jornalista e pronto, é o que defende a Fenaj.

Abro parênteses. Não existe, nas bandas de cá, instituição pública de ensino superior que ofereça curso de Jornalismo. Só as caça-níqueis, mesmo. Fecho parênteses.

Enfim, o tormento acadêmico aproxima-se do fim. Terá custado qualquer coisa em torno de 30 mil reais. Uma boa grana, me faria muito bem tê-la hoje num porquinho de porcelana. Os últimos dias foram de puro definhamento na produção de última hora dos produtos finais. Afinal, sou brasileiro e não desisto nunca. Duas coisas de que, não sei por que cargas d’água, não me orgulho, ser brasileiro e ser (quase) jornalista formado. Gostaria de ter frequentado cursos como os que acolheram colegas de profissão de outros centros, converso muito com vários deles a esse respeito.

Enfim, amanhã, estaremos Daniela, Camila, Pamela e eu diante de uma banca que vai carimbar com tinta vermelha ou azul o nosso passaporte para o mundo dos sonhos de Sérgio Murilo. Não vou comemorar, não haverá por quê. A partir de sexta, a vida voltará ao normal, com viagem a São Paulo para atuação na etapa final do Itaipava GT Brasil. De segunda em diante, terei mais tempo para a família, para mim, para as minhas coisas e causas.

domingo, 22 de novembro de 2009

Carlos Eduardo, um tricampeão

Carlos Eduardo Santos Galvão Bueno Filho é o nome dele. Cacá Bueno, o "nome artístico". E tricampeão brasileiro de Stock Car.

Título que conquistou hoje em Tarumã numa corrida atípica, como têm sido atípicas várias das corridas da Stock Car. Uma corrida em que "tudo conspirou a favor do título do Cacá", como constatou durante a transmissão o narrador da emissora-mãe Luís Roberto.

Destaque da categoria desde 1996, chamou atenção em 1997 vencendo uma corrida na classificação geral mesmo sendo piloto da classe B, da qual saiu como campeão. Em 2000, quando a Stock iniciou seu namoro com a Globo, o piloto levou na testa o carimbo de "protegido" por ser filho de Galvão Bueno. Algo que perdura até os dias de hoje, com reforço da atenção especial que tem nas transmissões.

Cacá não é unanimidade, está longe disso. O tratamento vip da vênus platinada pode fomentar sua indisposição com o público da Stock, uma coexistência que já teve delicados momentos específicos, como a vaia da torcida após a vitória em Interlagos ou o dedo médio em riste para frequentadores do paddock em Brasília. Mas, como já devo ter rascunhado por aqui, não é a Globo que faz Cacá um campeão.

Cacá é um grande piloto, um dos melhores da fase atual da Stock Car. E soma sua competência a fatores alheios ao seu controle, como os problemas enfrentados na corrida de hoje por Ricardo Maurício e Thiago Camilo, pilotos que tentavam tomar-lhe o título. Cacá tem a sorte necessária aos grandes campeões. E neste ano aliou suas virtudes à competente equipe de Andreas Mattheis e William Lube. Timaço de primeira.

Cacá empreendeu uma comemoração pouco efusiva pelo título de hoje. Em 2006 e 2007, extravasou. Hoje, só comemorou. No final, com seus adversários já fora de combate, cedeu ao irmão mais novo Popó o terceiro lugar na corrida - foi o segundo pódio de Paulo Eduardo, também terceiro na etapa de Buenos Aires em 2007. Ah, claro, e Luciano Burti chegou à primeira vitória na categoria. Daniel Serra, companheiro de equipe de Cacá, foi o segundo.

Os demais eventos estatísticos sucumbiram nesta manhã de 22 de novembro à importância do tricampeonato de Cacá Bueno. Que vai continuar correndo na Stock Car, sua permanência é um trunfo da categoria em seu trabalho para continuar a ser grande. Outras séries do automobilismo estão ganhando espaço, a Stock Car sente alguns efeitos negativos, da crise financeira, inclusive.

Cacá é um ícone do que se convencionou chamar nova geração do automobilismo brasileiro. Aos 33 anos, iguala-se a Ângelo Giombelli e Chico Serra em número de títulos conquistados na Stock Car. É tricampeão, já pode pensar em alcançar o tetracampeonato de Paulão Gomes. Não deve ter o duodecacampeonato de Ingo Hoffmann em vista.

sábado, 21 de novembro de 2009

O último sábado de um acadêmico

Para quem vai passar os três fins de semana fora de casa, trabalhando na GT3 Brasil em Interlagos, nas 500 Milhas da Granja Viana em Cotia e nas 500 Milhas de Londrina em lugar óbvio, o sabadão seria mais do que propício para uma arejada na cabeça, um programa com a patroa e o Luc Jr., uma soneca, qualquer coisa aprazível do gênero.

Mas, não. Estou amargando meu último dia de purgatório, dia inteiro acompanhando edição de vídeo ao lado do Darci Ribeiro, que está longe de ser o cara mais chato desse lugar. Ele tem pretensão de ser gente boa, até.


Hoje, dia entediado. Sábados bons vão ser os próximos, com boas corridas aos olhos.

Isso aqui ainda vai me dar muito assunto para blogar.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Natal mercantilizado

A foto está tremida, tive de tirá-la rapidamente e escondendo a mão que segurava o celular, porque há estabelecimentos que não permitem fotografias em seus ambientes internos. Acho isso uma babaquice, mas é regra interna e não se discutem regras, só se as cumpre ou as transgride.

Esse é o saguão de entrada do Shopping JL, em Cascavel. Lá, montaram uma belíssima decoração de Natal, lá está um Papai Noel com barba de verdade em seus suntuosos aposentos, para receber a criançada, distribuir balas, pirulitos, essas firulas de sempre.

Lá também está Marcos Willems, fotógrafo dos bons, que registra o encontro da criançada com Noel e entrega a imagem no ato, gravada em CD. Willems é dinâmico, está em todas, até já o contratei nos tempos em que trabalhava nos shows de Lincon & Luan aqui na cidade.

Ano passado, a foto-lembrança da criança com Noel custava 10 lascas, não sei se aumentou agora. A visita e os segundos de atenção do bom velhinho não custam nada. Um colega de faculdade comentou comigo que seu filho, que tem poucos meses a mais que o Luc Jr., esteve com o Noel do JL no fim de semana. Ele, esse meu colega, sacou do bolso sua minicâmera digital para fotografar e, de bate-pronto, foi impedido pelos seguranças do shopping. Não pode, só se comprar. Não comprou.

O trabalho produzido pelo Willems é de primeira e não se compara às coisas que se faz com uma câmera de bolso, dessas que todo mundo carrega. Mas, cá entre nós, essa proibição, ou tenha lá o nome que quiserem, é uma puta sacanagem.

Penso que o JL poderia explorar o tal espírito natalino em outras frentes. Mercantilizar a festa natalina não é exclusividade do shopping, isso é fato. Ninguém lembra, a bem da verdade, pra que serve o Natal. Acho que certo mesmo está o JL.

Nossa hora de ajudar o Zoião

Passados os sustos maiores, Zoião já se prepara para deixar o hospital. O que deve acontecer até o fim da próxima semana.

Chega a hora de, além da dedicação plena às recomendações médicas depois de duas cirurgias cardíacas, retomar a vida normal.

As limitações que o período de recuperação impõem a Zoião, somadas à entressafra automobilística com praticamente três meses sem corridas – e, como para a maioria de nós que lidamos com o esporte, sem trabalho –, exigem providências.

Uma dessas providências parte dos próprios colegas de pista de Zoião, que mobilizam-se numa ação entre amigos. Na devastada Tarumã, vários fotógrafos, jornalistas e demais profissionais ligados à Stock Car aderem à campanha de arrecadação lançada para arrecadar fundos para auxiliar Zoião em seu tratamento e em seus gastos habituais.

Estou falando de uma rifa, mesmo. São 200 números, cada um com cinco opções de centena para sorteio pelo primeiro prêmio da Loteria Federal na extração de 19 de dezembro. Cada número custa R$ 100 e o portador do número sorteado ganhará uma moto Sundown Hunter 100, zero quilômetro, claro. O prêmio será disponibilizado ao ganhador em Cascavel, cidade de Zoião.

A promoção, que terá toda sua renda revertida ao Zoião, foi idealizada e é levada a efeito por Diogo Pachenki, piloto da Copa Vicar Stock Car, e meu sócio Clóvis Grelak, e que ganhou também a participação de Lauro Zanoni, da revista Diference.

Eu, todos sabem, sou adepto de carteirinha de promoções, rifas, sorteios e afins. Esse é diferente, tem uma causa que é o auxílio a um amigo que acaba de passar pelo maior drama de sua vida.

Quem quiser ou puder participar, a título de colaboração com o Zoião ou mesmo apostando na chance de ganhar a simpática motinha, pode se manifestar por aqui, pelo Twitter, pelo MSN, pelo e-mail, pelo telefone, pelo Orkut... Hoje em dia, não se conversa pessoalmente com ninguém.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Tijolos e caçambas

Certeza, eu só tenho uma. Se meu carro estivesse estacionado na cobiçada vaga aí da foto, em pleno centro da cidade, sem o cartão do EstaR, levaria um daqueles chatos autógrafos em talão azul. Até dei uma conferida, não havia nenhum cartão na caçamba.

Dia desses já tinha fotografado uma dessas, em outro lugar, mas deletei, sem querer. Sem problemas, há muitas por aí. Não é necessário sair procurando, dá para notar que essas patacoadas que eu fotografo e posto aqui são todas do quarteirão aqui da agência. Não gosto de andar, essa é a verdade.

Com relação às caçambas de entulhos, imagino que haja uma regulamentação autorizando sua colocação nas áreas de estacionamento. Algumas chegam a permanecer mais de uma semana, e uma vaguinha por estas bandas perfaz sozinha um percentual razoável, dada a escassez de espaço para os carros. A frota cresceu, a cidade não. Quem souber como funciona esse regulamento que faça o favor de se manifestar por aqui. Tenho muita curiosidade a esse respeito.

Outra mais pitoresca é essa aí de baixo. Fotografei às 12h35 da última terça-feira, também aqui em frente ao prédio. Reserva de vaga para alguma coisa, pensei até num caminhão com mudança de algum morador, mas não vi caminhão nenhum. Quando voltei, quase uma hora depois, a tijolaiada já tinha passeado dali.

Mas, imagino, isso não deve ser problema da Cettrans. Nada diferente do EstaR no nosso trânsito é problema da Cettrans.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Zoião e o social com os colegas


Depois de receber no hospital, na sexta-feira, a visita do jornalista Wagner Gonzalez, que estava em Cascavel para cobrir, como assessor de imprensa da CBA as provas do Brasileiro de Marcas & Pilotos, Zoião concluiu que mais amigos de outras cidades fariam questão de visitá-lo caso estivessem por estas bandas.

Ciente da improbabilidade de tê-los por perto enquanto aguarda a carta de alforria da equipe médica, que deve sair até o final do mês, Zoião fez questão de ir até os amigos. Sim, recupera-se tão bem de suas cirurgias cardíacas - de circunstâncias já devidamente esmiuçadas aqui no BLuc - que preocupa-se, agora, com seu social. "Tenho um negócio pro Luc por no blog dele", avisou, por telefone. Era uma carta.

Como não pude visitá-lo hoje, a carta foi-me trazida pelo Rennan, que esteve com ele. Não o papel que escreveu de próprio punho, mas sua leitura, gravada nesse vídeo aí de cima com um aparelho celular.

Baixando o nível no autódromo


O Automóvel Clube de Cascavel fez das tripas coração para proporcionar todas as condições possíveis a uma plena realização do Brasileiro de Marcas & Pilotos, no último fim de semana. Só o que não houve foi tempo, ou dinheiro, ou os dois, para uma boa aparada na grama do autódromo. Em alguns pontos, estava mais alta que eu, embora para isso não seja necessário muito.

Houve quem reclamasse da grama alta. E houve quem desse sua parcela de colaboração. Caso de Gilliard Chmiel Jr., piloto que disputa o Campeonato Metropolitano e que veio da cidade de Quedas do Iguaçu para assistir às quatro corridas do fim de semana. De máquina em punho, ele tratou de baixar o nível - o nível da grama, no espaço de dezenas de metros quadrados que acolheu sua turma no sábado e no domingo.

A foto foi feita pelo Thiago Menegaz, que já deve tê-la postado em sua conta inútil no Twitter.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Os bafafás da última etapa

Hoje é dia de fechar de vez, por aqui, o assunto Brasileiro de Marcas & Pilotos.

Houve polêmicas na competição do último fim de semana em Cascavel, claro, e poucos esperavam que fosse diferente. Duas delas, verificadas na última etapa, chamaram atenção.

A primeira ficou por conta da autorização dada por Bento Tino Cesca, diretor de prova, para a largada sob condições alegadamente desfavoráveis. Chovia assustadoramente no momento do início da prova e um adiamento da disputa fazia-se inviável por conta da anunciada transmissão ao vivo da competição.

A transmissão, cabe nota, não aconteceu, também em função dos danos que a chuva e o vento causaram ao equipamento empregado pela Master TV na geração das imagens. O material foi enviado ontem ao Bandsports, em São Paulo, e deverá entrar na grade de programação desta semana.

Voltando às condições de pista, a largada foi dada com o safety car à frente dos pilotos. Comentários como “o Bento devia ser preso” ou “o diretor de provas nunca deve ter sentado num carro de corrida” traduziram, depois da corrida, o sentimento de parte dos pilotos sobre a confirmação da corrida, que depois de algumas voltas sob bandeira amarela teve a disputa por posições autorizada.

Houve uma nova intervenção do safety car nas voltas finais da corrida, para resgate de carros que haviam saído da pista. Durante este procedimento, vários pilotos – Luiz Pielak, Júnior Caús e André Massuh, entre eles – sinalizavam que as poças na pista não ofereciam condições para pilotagem. A drenagem do autódromo de Cascavel é das mais ineficientes. Massuh tomou o caminho dos boxes e desistiu da corrida, mesmo sendo apreciador declarado de competição em pista molhada.

O apelo dos pilotos não surtiu o efeito que esperavam e a relargada foi dada para uma última volta sob bandeira verde, com disputas liberadas. Para parte dos pilotos, foi uma situação de risco.

Falei com Bento Tino (foto) a esse respeito logo depois da confirmação do resultado da corrida. Ele sustentou seu aval às decisões tomadas pelos comissários durante a corrida. “No início, fizemos algumas voltas com o safety car na pista, a chuva diminuiu um pouco e as condições da pista tornaram-se, no nosso entendimento, suficientes para autorizarmos a disputa por posições”, disse-me Bento. Mas os pilotos sinalizavam a falta de condições para a disputa. “Eu compreendo que, para os pilotos, seria mais cômodo a corrida ter acabado ali mesmo, com o safety car. Nossa tarefa aqui é tomar as decisões para garantir o bom andamento da competição. Todos os comissários entenderam que havia condição para isso, por isso determinei a bandeira verde”.

Outra ocorrência polêmica ficou por conta da autorização para a disputa por posições no início da prova, depois de algumas voltas percorridas com o safety car na pista, já com a corrida em andamento. O pole-position Adriano Reisdorfer adotou um ritmo mais lento no início da reta dos boxes e, antes da linha de largada/relargada/chegada, foi ultrapassado por sete concorrentes. Adriano, ao término do campeonato, protestou, e o teor de sua reclamação foi comprovado pelos mapas de cronometragem da Cronoelo. Os sete tiveram, a título de punição, 20 segundos acrescidos a seu tempo total de prova, sob alegação de “queima de relargada”, o que provocou mudanças drásticas no resultado da corrida.

Júnior Caús, um dos punidos, era o segundo colocado e alegou-me que estava quase ao lado de Adriano quando percebeu, ouvindo o ronco dos motores, que os pilotos de trás vinham acelerando em ritmo forte. “Se eu não acelerasse também, alguém iria me bater”, justificou. Na pista, Luiz Fernando Pielak venceu, com Caús em segundo e Wanderley Faust em terceiro. Os três estiveram entre os punidos. Com isso, Marco Romanini, quarto no dilúvio cascavelense, foi declarado vencedor da etapa, resultado que deu-lhe o título brasileiro.

A esse respeito, Bento Tino manifestou-se da seguinte forma: “Vários pilotos nos procuraram aqui na torre, alegando os motivos para a queima da relargada. Alguns disseram que fizeram assim para preservarem sua segurança, outros alegaram que não estavam vendo nada por causa do spray d’água e acompanharam o ritmo. Nós deixamos muito claro no briefing que, em caso de relargada, as ultrapassagens só seriam permitidas a partir da linha de relargada. Igualmente, eu compreendo os motivos que os pilotos alegam, mas tenho que fazer cumprir o que está escrito”.

Dentro de instantes, teremos aqui no BLuc, nesse post mesmo, um vídeo captado pela câmera instalada no carro de Ingmar Biberg, mostrando a sofrível visibilidade dos pilotos no momento da bandeira verde.

Bento Tino, ao justificar os dois pontos em que o questionei, tomou postura de quem dava uma declaração a um jornalista que nunca havia visto antes. Ficou clara a diferenciação de situações. Era o diretor de provas dando uma declaração ao jornalista, e não o Bento conversando com o Luc.

Bento Tino, como todos os demais diretores de provas do automobilismo ou árbitros de quaisquer outras modalidades, não é uma unanimidade. E é sempre muito seguro das decisões que assina. Tem postura, concordem os pilotos ou não.

Senna na Williams há 15 anos

Circula por e-mail e, para muitos, não deve ser novidade.

A pessoa que teria preparado o e-mail, cujo nome não consta da mensagem, enviou três fotos do aerofólio dianteiro do carro de Kazuki Nakajima, tiradas no box da Williams em Interlagos dias antes do último GP do Brasil de Fórmula 1. O foco da mensagem é a logomarca Senna na parte de baixo do aerofólio.

Quem escreveu o e-mail conta ter tomado uma funcionária da Williams como guia no passeio pelos boxes. Quando notou o símbolo numa lâmina inferior, pediu explicações. O que lhe teria sido respondido, ipsis literis a partir da mensagem que recebi, é o que segue:

“...perguntei a ela o motivo daquele adesivo e se era pelo fato de estarmos no GP do Brasil e para minha surpresa a resposta foi que desde 94 aquela imagem faz parte de todos os carros da equipe e estará em todos os próximos carros que a equipe desenvolver. Então perguntei, por que não se comenta isso no Brasil e a resposta foi simples... por que (sic) isto não é uma propaganda, é uma marca da equipe. E por que naquela posição? Segundo ela, o respeito pelo campeão, dentro do time sempre foi tão grande que estando naquele local, 'o campeão' chegara em primeiro sempre que um carro da equipe for vencedor. Alguém sabia disto?”.

Não, eu não sabia.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

As últimas sobre o Zoião

Perguntam-me sobre o Zoião. Está bem, muito bem, obrigado, para quem passou por duas cirurgias cardíacas sucessivas há menos de três semanas. Seus hemogramas têm acusado sistematicamente a ausência da bactéria que causou-lhe todo o problema.

Zoião tinha previsão de deixar o hospital já nesta semana. Mas vai continuar internado até o final do mês. Por pura precaução, os médicos preferem mantê-lo sob observação durante o tratamento, à base de potentes antibióticos, para terem certeza de que a endocardite infecciosa não seja retomada.

Está bem magro, o Zoião, depois de um mês de internamento e de todos os procedimentos a que teve de se submeter. E parece bem mais animado do que antes, se é que isso é possível.

O valor à vida aumenta quando se vê a morte de perto.

A sapecada do Caús

Postaram no YouTube um vídeo do momento em que o carro de Júnior Caús pegou fogo no início da primeira etapa do Brasileiro de Marcas & Pilotos, em Cascavel.

O vídeo está aqui, o link foi mandado pelo Bruno Americano e a postagem, tudo indica, foi do assessor de imprensa da gaúcha Mocelin Racing.

O Corsa número 5, com a perda de fluído, vem em chamas na reta Oposta do autóromo de Cascavel, depois de passarem Marco Romanini, Ingmar Biberg, Adriano Reisdorfer, Luiz Pielak e Leônidas Fagundes Júnior.

Foi justamente naquele ponto da pista - um pouco antes, na verdade, na tangência à direita da curva da "Aguinha" - que o Corsa de Caús pegou fogo na primeira etapa do Metropolitano de 2006. A meu modo, eu estava pilotando naquela corrida, com um Voyage da mesma equipe dele, a Caús Motorsport. Em último, fui o primeiro a passar pelo local do incêndio. Naquela ocasião, o piloto levou uma sapecada considerável no rosto.

Desta de agora, saiu ileso. Voltou à pista no dia seguinte, inclusive.

Expropriação do autódromo, capítulo 2


Cleyton Pinteiro, presidente da CBA, visitou a Expovel na noite de sexta-feira. Por lá, teve reunião com o prefeito cascavelense Edgar Bueno.

Cleyton contou-nos ter recebido de Edgar a promessa de que a Prefeitura vai promover as reformas necessárias no autódromo e garantiu que, a partir da execução de tais melhorias, ele próprio garante a vinda de outras categorias nacionais a Cascavel.

Parênteses. Com as reformas, qualquer um garantiria isso, mas contar com a simpatia de um presidente de CBA à causa é sempre algo positivo. Fecho parênteses.

A reação óbvia ao que contou Cleyton vem do fato do autódromo de Cascavel ser particular. Pertence a um consórcio formado pelos fundadores do autódromo ou seus filhos. Isso torna inviável qualquer investimento público.

A oposição de Edgar Bueno pode lhe atribuir vários defeitos. Desinformação não é um deles. O prefeito tem plena ciência da questão legal acerca da propriedade sobre a área de 39,6 alqueires que abriga a pista de corridas.

Ciência e conhecimento de cadeira, como dizem. Em 2004, ao final de seu primeiro mandato como titular do terceiro andar do Paço Municipal, Edgar assinou o ato de desapropriação do autódromo, depositando em juízo pouco mais de meio milhão de reais para os proprietários.

Aquele ato culminou num baita constrangimento para Aurélio Félix, que negociou com o Município a realização da etapa de sua Fórmula Truck e, na noite da sexta-feira, já com os treinos iniciados e com a reintegração de posse assegurada ao consórcio Autódromo de Cascavel Eventos Esportivos S/A, teve de assinar para o oficial de Justiça um documento declarando ciência de que estava promovendo seu evento em propriedade particular.

Ontem, antes das provas finais do Brasileiro de Marcas & Pilotos, conversei rapidamente com o prefeito por telefone. Ele estava em Pato Branco, acompanhando o desempenho do promissor Edgar Neto no Paranaense de Kart. Queria perguntar a ele até que ponto vai o fundamento do que ouço nos bastidores – de que estaria em vias de ser consolidada uma ação eficiente para a municipalização do autódromo.

Edgar e Cleyton, para o encontro de sexta-feira, foram recepcionados por Jorge Guirado no estande da CATVE. A entrevista feita pelo Jorjão com o dirigente vai ao ar hoje no “Bate Papo de Esportes”, que começa às 19h30. Dá para acompanhar o programa pela internet, também, no site www.catve.com.br.

Estarei lá, inclusive.

A ressaca do Brasileiro

Os fatos marcantes do dia seguinte, para mim, costumam ser uma boa ressaca. Vamos, pois, à nossa ressaca particular do Campeonato Brasileiro de Marcas & Pilotos:

* Satisfeito por ter devolvido ao cenário nacional o autódromo que leva o nome de seu pai, Miguel Beux reiterava a todos ao final da programação de ontem que o Brasileiro não saiu a seu contento. Ele queria mais carros, mais espectadores, mais tudo... Estava como que ligado em 200 volts. E, claro, o que mais o deixou satisfeito foi ter levado seu Avallone à pista.

* Em pista, apenas três pilotos lideraram corridas no Brasileiro. Marco Romanini, que ficou com o título, comandou toda a primeira corrida, que teve 21 voltas, as 12 últimas da segunda prova e as 13 primeiras da terceira, antes de entrar no box para trocar um pneu furado. Adriano Reisdorfer comandou as nove últimas voltas da terceira etapa, da qual saiu como vencedor, e as seis primeiras da corrida decisiva, com safety car na pista e sob chuva forte. Luiz Fernando Pielak (foto) liderou as 10 primeiras voltas da segunda prova e as oito últimas a etapa final. Nesta, integrou a lista dos punidos com acréscimo de tempo e ficou em sétimo na classificação.

* O dilúvio de ontem no autódromo de Cascavel, momentos antes da prova final do Brasileiro, motivou muitas coisas estranhas. Os dois torcedores que foram premiados com bicicletas pelos números de seus ingressos, por exemplo, deixaram o autódromo antes de retirar seus prêmios. As duas mountain bikes estão no Automóvel Clube de Cascavel. Se não fosse o pé-d'água, eu talvez viesse embora pedalando.

* Quem mais viveu altos e baixos nesse campeonato foi Ingmar Biberg - ou @biberg, para a galera do Twitter. Fez corrida de recuperação ontem, depois abandonou outra etapa com quebra, hoje chegou a capotar o carro no Mergulho depois de largar em 15º e fazer a segunda curva da corrida em quinto, voltou à pista sob o dilúvio. No fim, foi ao pódio em quinto. Comemoração e alívio. Uma meia dúzia, eu nessa lista, entendemos seus motivos. Guinho não é unanimidade, mas é gente séria. Frequenta meu caderninho de capa dura.

* A chuva forte trouxe prejuízos também à transmissão das corridas pela televisão. Houve problemas com o sinal da imagem e foi esta questão técnica que impediu a exibição ao vivo da bateria final pelo Bandsports, que teve de readequar sua programação. Tudo indica que as corridas serão mostradas ainda nesta semana. O fato de não terem ido ao vivo deve-se unicamente ao estrago que a chuva causou e não traduz motivo para cacetadas no Automóvel Clube de Cascavel ou na CBA.





* Adriano Reisdorfer mostrou-se bem preparado para as disputas em pista, mas não para a guerra do champanhe no pódio. No tradicional momento "troféus ao alto para a foto", ele já estava com sua garrafa na mão, tentou corrigir, pegou o troféu, levantou, levou um jato de champanhe na cara e derrubou o troféu, que se espatifou. Cleyton Pinteiro, presidente da CBA, avisou que os troféus dados ontem são simbólicos e prometeu uma ocasião em Cascavel para entrega dos prêmios aos campeões. Cleyton prometeu muita coisa durante sua passagem por Cascavel. Já, já, uma blogadinha sobre isso.





* Cleyton Pinteiro, aliás, cumprimentou Marcão Romanini, o pai do piloto, e frisou: “O seu menino é o primeiro campeão brasileiro da minha gestão na presidência da CBA”. Esqueceu-se, àquele momento, do título já conquistado por Cláudio Ricci e Rafael Derani na GT3. Talvez, tenha considerado apenas campeonatos já encerrados.

* Papo que ouvi à noite na loja de conveniência do posto de combustíveis na Carlos Gomes:

- Opa! Foi no autódromo?
- Eaê! Fui, sim.
- Deu muita gente?
- Deu... Deu umas 18 pessoas.
- Ah, cê tá brincando!
- Claro, claro, é brincadeira. Não deu tudo isso, não...

domingo, 15 de novembro de 2009

Passando a régua

Não que isso tenha surpreendido alguém que acompanhasse de algum modo a competição, mas Marco Romanini, 21 anos, conquistou hoje à tarde o título do Brasileiro de Marcas & Pilotos. Foram três vitórias, o máximo que um piloto poderia acumular em pontos, já que uma das quatro baterias teria de ser descartada. Fez com Adriano Reisdorfer, vencedor de uma corrida, a dobradinha da equipe Stumpf.

Extravasando bem mais do que é seu costume na comemoração pelo título, na volta de desaceleração depois da etapa final, esmurrou tanto o teto do carro que chegou aos box com a mão em frangalhos. Meio enigmático, o Romanini. O piloto. Marcão Romanini, o pai, é da pá virada.

Dos cinco pilotos que foram ao pódio, quatro são de Cascavel - além dos dois "stumpfianos", Luiz Pielak, terceiro com o carro da Ferrari & Ferrari, e Ingmar Biberg, da Sorbara, quinto. O quarto foi o gaúcho Luciano Cardoso, que deixou Cascavel antes mesmo do pódio elevado à condição de persona non grata, pelos episódios de pista e também extra-pista dos quais foi apontado como culpado por vários pilotos. Os de pista, vi alguns. Mas nem sei que cara tem o meu xará gaúcho.

Campeonato Brasileiro, diga-se, a que muitos dirigiram críticas por acontecer em dois dias, espaço para quatro corridas, e aqui em Cascavel. O autódromo estava aqui, a pista estava liberada, quem quis vir participar, veio. Vieram 20 pilotos de Pernambuco, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, além, claro, dos paranaenses. Quem não quis, pode esperar a próxima edição.

Cleyton Pinteiro, o mandachuva da CBA - na foto entregando o troféu simbólico do título a Romanini -, já avisou que vai ser em Tarumã em novembro do ano que vem, o que leva a crer que o formato será repetido. Dos que participaram, muitos gostaram. A grande maioria, acho.

Ah, sim, houve também as polêmicas. Como a catimba de vários pilotos na quarta etapa, pelo fim da corrida sob a pressuposta alegação de falta de condições de segurança - que se seguiram da relargada a uma volta do final. Ou ainda a controversa série de punições aplicadas na última etapa, sete no total, aos pilotos que ultrapassaram o líder na largada depois de cinco voltas com o safety car na pista. Mais tarde, se o humor melhorar, darei aqui uns pitacos a respeito desses dois temas.

Liderança tem novo dono em Cascavel

O Brasileiro de Marcas & Pilotos tem novo líder.

Adriano Reisdorfer venceu há pouco a terceira e penúltima etapa, no autódromo de Cascavel, foi a 50 pontos e tomou a dianteira de Marco Romanini, que liderou até encostar no box com o pneu dianteiro direito furado. Terminou em 11º e zerou.

Corrida, que será mostrada pelo Bandsports a partir das 14h, foi bem movimentada. Júnior Caús e Leônidas Fagundes foram segundo e terceiro. Reisdorfer, Romanini e Fagundes são pilotos da Stumpf Preparações.

O regulamento prevê que cada piloto descarte os pontos de seu pior resultado. Romanini, fora da zona de pontos nesta corrida, terá direito a considerar todos os que conseguir marcar na última etapa, que terá largada daqui a pouco, às 14h45, e será mostrada ao vivo no canal por assinatura do grupo Band. Para resumir a ópera, na caça ao título, tanto Adriano quanto Marco dependem de ganhar a corrida. Se a vitória for de outro, a matemática será aplicada. Caús, que teve o carro incendiado ontem durante a primeira bateria, surge com boa cotação.

Ingmar Biberg, que largou em 15º e assumiu o quinto lugar antes da metade da primeira volta, capotou. Talvez, dispute a última etapa. E tem piloto visitante fazendo esparro na pista. Tirando concorrentes da disputa e reafirmando, nos bastidores, coisas como "se atravessar na minha frente eu bato no meio" e "quando for lá para minha terra eu faço dar PT (perda total) no carro".

sábado, 14 de novembro de 2009

Credencial permanente

Coisas de Cascavel, disseram. Eu acredito.

As credenciais de box, de serviço e afins adotadas para o Campeonato Brasileiro de Marcas & Pilotos são aquelas estilo "pulseira de balada". Até aí, vai, é válida principalmente por impedir o uso rotativo, como acontece com as tradicionais de se pendurar no pescoço, que ninguém pendura no pescoço e acaba levando no bolso.

Minha credencial foi-me fornecida ontem pelo colega Wagner Gonzalez, o Beegola, assessor de imprensa da Confederação Brasileira de Automobilismo. Mas foram providenciadas pelo Automóvel Clube de Cascavel.

Beegola orientou-me sobre a necessidade do uso da pulseira desde ontem. Nada contra. Cobrei-lhe, pois, as que deveria usar hoje e amanhã. "É uma só", disse. Achei que era brincadeira, mas não era. Ontem, não a usei. Hoje, para ter acesso à área interna do autódromo, o agente da segurança exigiu que eu a colocasse no pulso.

A foto aí do lado foi tirada agorinha, às 19h52 do sábado. Para a missa, não vou mais, porque já deve estar acabando e esse não é um hábito meu desde 2003. Mas pretendo tomar um bom banho, até porque hoje é sábado - já me avisaram que a credencial não se desmancha com a água, que bom! -, depois pretendo encarar com a Juli o Cowboy Saloon ou o show de Maria Cecília & Rodolfo na Expovel, depois disso pretendo dormir por algumas parcas horas antes de mais um dia de autódromo. Tudo isso de credencial em punho, senão corro o risco de ficar para fora do autódromo amanhã. E estou escalado para narrar as duas baterias finais do Brasileiro para o Terra Sport, que é "o seu canal local de todos os esportes", segundo o slogan que utilizamos nas transmissões.

Conversei com alguns durante o dia a respeito. Todos os que estavam usando as credenciais-pulseiras confirmaram ter recebido apenas uma unidade. Não vou descer o sarrafo no sistema que o Automóvel Clube adotou. Talvez, fosse mais coerente a exigência apenas no domingo, dia mais movimentado.

Mas que ficou estranho, isso ficou. E 2010 que não chega...

Prova movimentada e resultado repetido


Uma prova tão movimentada quanto a primeira, com mais trocas de posição e menos incidentes, marcou agora há pouco a segunda etapa do Brasileiro de Marcas & Pilotos, no autódromo de Cascavel.

Marco Romanini e Adriano Reisdorfer, os pilotos da Stumpf Preparações, repetiram a dobradinha, depois de provas de recuperação. Luiz Pielak, da Ferrari & Ferrari, repetiu também o terceiro lugar, com seu companheiro de equipe Wanderley Faust em quarto e o curitibano Guto Baldo em quinto.

Os cinco primeiros colocados em cada bateria do Brasileiro levam peso extra em seus carros para as provas seguintes, graças à presença, no regulamento, do "troféu bigorna", um artifício que tem por meta proporcionar maior equilíbrio ao campeonato. São 30, 25, 20, 15 e 10 quilos a mais de peso aos carros, em contagem cumulativa.

O que significa dizer que Romanini, depois de duas vitórias, larga amanhã com 60 quilos a mais em seu carro. Reisdorfer e Pielak terão o peso mínimo dos conjuntos carro-piloto aumentados em 50 e 40 quilos, enquanto Faust terá 25 quilos a mais. Ingmar Biberg, que abandonou a segunda prova, terá peso extra de 15 kg e Baldo, de 10 kg.

Dobradinha da Stumpf no Brasileiro

De ponta a ponta, Marco Romanini venceu agora há pouco, em Cascavel, a primeira etapa do Brasileiro de Marcas & Pilotos. Nenhuma surpresa, foi ele o piloto que dominou o fim de semana até aqui. Fez dobradinha com seu parceiro na Stumpf Preparações, Adriano Reisdorfer, que perdeu posições tanto na largada quanto na relargada. Luiz Fernando Pielak, da Ferrari & Ferrari, foi o terceiro.

Ingmar Biberg, da Sorbara Motorsport, terminou em quarto, não sem antes ser atirado para o fim do pelotão, depois de um incidente com o também cascavelense Leônidas Fagundes Júnior, da Stumpf. Wanderley Faust, piloto da vizinha Nova Prata do Iguaçu, completou a lista dos cinco primeiros. O melhor “visitante” foi o curitibano Juca Baldo, sexto.

Biberg pulou para segundo na largada. Momentos antes do safety car entrar na pista por conta do festival de carros espalhados pelo circuito, cada qual com seu problema, caiu para quinto. Contou ter visto placa indicando safety car no Bacião e que isso o levou a tirar o pé. O posto de sinalização seguinte, segundo mostra a imagem captada pela câmera de seu carro, tinha bandeira verde. Três curvas depois, veio a confirmação definitiva de safety car na pista. Ficou indignado, o Biberg. Nunca mais vai aliviar o pé quando vir sinalização de neutralização de corrida.

Curioso foi o fato de, na volta mais rápida da corrida, Romanini ter estabelecido o mesmo tempo que, pela manhã, garantiu-lhe a pole-position – 1min20s505. Quatro milésimos de segundo mais alto, na verdade, já que a pole veio com 1min20s501.

Logo após a corrida, Miguel Beux foi para a pista com seu Avallone-Ford, para algumas voltas de demonstração. Para matar a vontade de acelerar, também. A brincadeira acabou quando a roda traseira direita ganhou vida própria, soltou-se do carro e foi embora na curva do S.

Abaixo, um vídeo mal feito e nada esclarecedor, que tenta mostrar a largada da primeira prova. A segunda vai ter largada às 16h. Ou melhor, às 16h30, é o que acabam de anunciar pelo sistema de som. Se não mudar de novo.

O Avallone com que Beux sonhou


Miguel Beux, ex-piloto e atual presidente do Automóvel Clube de Cascavel, acaba de chegar ao autódromo que leva o nome de seu pai, Zilmar Beux. Não havia dado as caras por aqui pela manhã.

Veio com sorriso de orelha a orelha, trazendo pronto o Avallone-Ford que acaba de construir. “Esse aqui é meu sonho de infância”, repetiu.

Pronto, claro, é modo de dizer. O cronograma de restauração e montagem do carro, que pertencia a Dimas de Mello Pimenta, previa a conclusão em daqui a seis meses. “Quando definiram que o Brasileiro seria aqui, decidimos terminar o carro em 20 dias”, revelou.

Que teria a ver um protótipo Avallone-Ford com o Brasileiro de Marcas & Pilotos? O carro vai à pista como carro-madrinha nas quatro baterias da competição, duas hoje e duas amanhã. O motor que empurra o belo carro não é o de 500 cavalos que vai equipá-lo. Está com o motor do Shelby Cobra que Cláudio Deitos, seu parceiro na construção do carro, utiliza nas ruas. Freios e vários outros componentes também não são os que estão no croqui.

Passada a demonstração durante o Brasileiro, o trabalho em torno do Avallone na sede da Speed Car, oficina de Deitos, será retomado. Se o carro sair de lá rápido e competitivo, como deve sair, será levado a provas nacionais de longa duração. Isso, se acontecer, terá realizado outro sonho de Miguel Beux, o de voltar a pilotar. Ele não disputa uma corrida desde 1996, quando atuou ao lado de Arley Marroni nas 500 Milhas de Londrina - neste ano, fez uma participação despretensiosa no Metropolitano de Marcas de Cascavel, para aumentar o grid, e quebrou quando estava em segundo no grupo N.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Amuleto rubiniano



Marco Romanini adota em Cascavel estratégia similar à que permitiu a Rubens Barrichello vencer os GPs de Fórmula 1 em Monza e Valência, nesta temporada.

Chegou ao autódromo de Cascavel hoje, para os treinos do Brasileiro de Marcas & Pilotos, vestindo a camisa do Coringão. Exagerado tratá-la como "manto sagrado", como fazem os mais viciados. Mas qualquer falso testemunho levantado em contrário aos motivos corintianos são motivo para pancadaria sem aviso prévio.

De início, a mandinga deu resultado: Romanini dominou quatro das cinco sessões de treinos de hoje. É favorito à pole-position, pelo menos.

Presidente na área


Chegou agora há pouco, precisamente às 17h45, ao Autódromo Internacional Zilmar Beux, em Cascavel, o presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, Cleyton Pinteiro.

Cleyton manteve reuniões ontem à noite, no Rio de Janeiro, com promotores de competições automobilísticas em asfalto. Hoje, durante o dia, esteve em Curitiba, na Fórmula Truck, e tomou voo até Foz do Iguaçu, onde estava à sua espera Rubens Gatti, presidente da Federação Paranaense.

Não é a primeira visita de Cleyton Pinteiro ao autódromo cascavelense, onde já havia estado há muitos anos, "em rápida passagem", segundo ele próprio definiu. O dirigente vai acompanhar por aqui, no fim de semana, a disputa do Brasileiro de Marcas & Pilotos. Não sem antes visitar em Maripá, amanhã à noite, a oitava edição da Arrancada de Tratores.

Fim de semana corrido para Pinteiro, que entre hoje e amanhã deverá tratar, em reunião com o prefeito Edgar Bueno, sobre os rumos do automobilismo de Cascavel.

Pingos daqui do autódromo

Algumas observações toscas sobre o primeiro treino dia de treinos livres do Campeonato Brasileiro de Marcas & Pilotos, aqui no autódromo de Cascavel:

É conversa recorrente que a Prefeitura de Cascavel não ajuda em nada o automobilismo – em partes, nem teria motivos para isso, já que o autódromo é propriedade particular. De qualquer forma, diante das críticas constantes, causa estranheza a instalação, nos boxes da frente, de um grande painel com o escudo do Município. Um assunto para a gente tentar aprofundar ao longo do fim de semana;



É “estilosa”, como diria um conhecido meu afeito ao mundo das corridas, a decoração do que já se convencionou chamar de “sala presidencial” no primeiro andar da torre de cronometragem aqui do autódromo. Miguel Beux, do Automóvel Clube, fez a seu gosto. Faz parte;









Os carros da Caús Motorsport levam no capô a foto de Saul Caús, que partiu para o andar de cima no último mês de setembro. Júnior Caús e Marlon Bastos, sobrinhos de Saul, serão os pilotos dos dois Corsa, que levam os números 5 e 12, respectivamente. Júnior sempre correu com o 2. Adota o 5 em homenagem ao tio, que tomou o número como marca registrada em seus tempos de Divisão 3;












O cartaz que anuncia o Brasileiro de Marcas & Pilotos em vários pontos comerciais da cidade dá notável destaque a um protótipo Avallone, similar ao que Beux acaba de montar para provas de longa duração. Com motor que desenvolve potência de 500 cavalos, o Avallone – que, ressalto, não é o da foto – será utilizado como carro madrinha nas provas do Brasileiro.

Primeiros pitacos no Brasileiro

É esse o panorama, cá no autódromo de Cascavel, nas primeiras movimentações de pista para o Brasileiro de Marcas & Pilotos.

Poucos carros nos boxes. O consenso é de o grid terá 23. Melhor do que as previsões de duas semanas atrás, muito abaixo do que se estimou nos últimos dias. Mas uma quantidade de carros a se considerar, digamos.

O primeiro treino livre de hoje foi suspenso, será reposto na sequência da programação. Em pista, a primeira interrupção – havia óleo no traçado – teve piloto abrindo volta sob bandeira vermelha. No primeiro treino realizado, Marco Romanini, prata-da-casa, foi o mais rápido. Os resultados dos treinos livres estão aqui.

Por ora, é isso, Ou nem isso.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Stumpf, Caús e a cerveja

Um dos esportes preferidos da galera que frequenta os bastidores do Metropolitano de Marcas & Pilotos é espinafrar a Stumpf Preparações. Outrora comandada por Jorge Stumpf, a equipe hoje é tocada por Muriel e Jorge Júnior, seus filhos. A Stumpf, num passado recente, ganhava tudo que disputava. E levava, aos quatro ventos ou à boca pequena, acusações de jogo sujo na preparação de seus carros.

Não sou eu quem vai pôr a mão no fogo pela integridade desportiva da família Stumpf. Mal sei apertar um parafuso, não entendo bulhufas de peças de carros e minha preocupação é melhorar um pouco o jornalismo limitado que pratico. Jorge, Muriel e Júnior, fato incontestável, conhecem do assunto, e muito, e devem saber o que estão fazendo. E fazem bem.

Pode até ser que estejam nela, a família Stumpf, os maiores vigaristas do esporte brasileiro. É o tipo de conversa que me soa como choro de perdedor, mas isso não é problema meu.

Sempre que ouço menções sobre trapaça técnica nos carros da Stumpf, em quaisquer categorias, lembro-me de uma passagem de novembro de 2003. Era sábado, quase início de noite, véspera de Cascavel de Ouro. A corrida voltava ao calendário depois de seis anos, era questão de honra para o então presidente do clube local, Pedro Litron, resgatá-la.

O grid já estava definido, o trabalho das equipes em geral já estava concluído, o momento era de relaxar. Cada qual à sua maneira. Eu me juntei ao time dos que foram à lanchonete do Caio, ali mesmo, dentro dos boxes. A venda de cerveja já estava liberada. Sentei na mureta ao lado de Saul Caús (foto), começamos a bater papo enquanto lá na pista de rolamento dos boxes os mecânicos da Stumpf empurravam ladeira acima um de seus carros. Era o Voyage preto dos irmãos Adriano e Daniel Reisdorfer.

“Que bobeira é aquela?”, perguntei. “Estão treinando reabastecimento para a corrida de amanhã”, respondeu Saul, calmamente, entre um gole e outro de cerveja. Saul, que partiu para o andar de cima há poucos meses, gostava de uma boa cervejinha. “Mas já não tiveram tempo para fazer isso antes?”, emendei. “Tiveram, e fizeram”, respondeu. “Mas ainda não anoiteceu e estão treinando um pouco mais. Estão certos, quanto mais treinar é melhor”.

A lógica daquele esforço era compreensível. E, a cada treino de encaixe do bocal da mangueira, lá iam os mecânicos de novo, empurrando o carro pit lane acima para que houvesse, na volta, a simulação da chegada ao box. “E por que raios eles não ligam esse carro e dão marcha à ré, em vez de ficarem sofrendo?”, estranhei.

Saul matou a charada, com ar de professor: “Tem uma regra da FIA que proíbe dar ré na área de box. Lembra o Mansell naquela corrida?”, exemplificou. Ele não soube dizer, mas a alusão era ao GP de Portugal de 1989, em que Nigel Mansell foi desclassificado da corrida e multado em US$ 50 mil por ter corrigido com uma marcha à ré seu posicionamento errado durante um pit stop no box da Ferrari. “Ninguém da FIA está aqui para ver, mas eles não querem fazer errado”, abonou Saul.

Nisso, chegou à conversa mais alguém, não lembro quem. Acho que era o Toco, sobrinho do Saul e integrante de sua equipe, da Caús Motorsport. “Olha lá”, disse Saul, apontando para mais uma simulação de reabastecimento. “É por isso que eles andam na frente. É assim que eles ‘andam fora’. E vão ganhar amanhã”, tentou profetizar.

A Stumpf não ganhou a Cascavel de Ouro. Ficou em segundo, com os pilotos Jaime Melo e Lauri Vianna. A vitória foi de Flávio Poersch e Aloysio Ludwig Neto, com o carro da Sorbara Motorsport.

Lidar com as corridas em Cascavel traz saudade do velho Saul.

Literatura comercial

Notem a última mensagem do cartaz ao lado esquerdo e me indiquem, por favor, o telefone do dono de um caminhão-plataforma que possa levar o gramado aqui de casa até a loja do Mirto. Ainda assim, sigo comprando lá a ração do Mike.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

As corridas na televisão

Brasileiro de Marcas & Pilotos terá, de fato, transmissão pela televisão. O campeonato, sabe-se, terá quatro etapas entre sábado e domingo, duas por dia, no autódromo de Cascavel. Os treinos vão começar na sexta-feira, e não mais na quinta, como estava previsto. Não sei por quê. Não vem ao caso.

A transmissão do Brasileiro pela televisão estará restrita às duas corridas de domingo. Ótimo, para um campeonato que chegou a ganhar descrédito até mesmo de seus organizadores e que começa a despertar expectativa de um produto final bem mais positivo. O canal por assinatura Bandsports vai mostrar as duas corridas ao vivo, com geração de imagens da competente Master TV.

O Terra Sport, canal que integra o pacote de TV a cabo dos assinantes da BigTV, em Cascavel, também vai mostrar as duas etapas finais do Brasileiro. Não ao vivo, mas ainda no domingo, poucas horas depois da festa do campeão. No caso do Terra Sport, estarei na narração das corridas, na companhia da repórter Manu Beltran e de algum piloto que vamos escalar como comentarista. Tenho um bom nome em mente.

Legal voltar ao autódromo de Cascavel. Não piso lá desde março, quando fui assistir à primeira etapa do Metropolitano. O ano foi bem corrido.

Brasileiro começa a encher o grid

Por essa, poucos esperavam. Para mim, pelo menos, surpresa total.

Leio no Cronospeed, do amigo João Otávio Ness, texto anunciando a participação de quatro pilotos pernambucanos no Campeonato Brasileiro de Marcas & Pilotos, neste fim de semana em Cascavel.

Klebson Cunha, com GM Corsa, Pedro Neto, com Fiat Uno, Gerson Filho e Leonel Neto, ambos com VW Gol, são os integrantes da esquadra que cumpre os 3,5 mil km de Recife a Cascavel para representar o estado do presidente da CBA, Cleyton Pinteiro – que também estará por aqui.

O texto que o Ness publicou é esse aqui, parece que foi distribuído pela assessoria de imprensa da CBA. Eu não recebi.

A participação de equipes de fora, se forem cumpridas as promessas manifestadas na "rádio autódromo", vai surpreender bastante gente. Marco Romanini, pai do piloto Marco Romanini - é caso igual ao do Nelson Piquet -, tem passado os últimos dias falando com equipes de Marcas & Pilotos espalhadas pelo país. "Tocantins, Brasília e Goiânia vêm com uns 8 ou 10 carros", ele diz. "De Curitiba, mais uns 6". Da capital, aposto até em mais, já que a última etapa do campeonato de lá - que é liderado por Romanini - só vai acontecer no final do mês.

Ouvi dizer que Edson e Dudu Ferrari, prepadores da cidade de Toledo, projetaram um grid com 43 carros, baseados também nos contatos mantidos com equipes de todos os cantos. Não falei com nenhum dos dois e, francamente, ainda duvido de sua projeção. Torço para morder a língua - ou, no caso aqui, os dedos.

Até do Rio Grande do Sul, que encerrou seu campeonato há três dias, parece que teremos representantes por aqui. De São Paulo, no mínimo dois estão garantidos. Parece que serão mais. Fala-se, também, em gente do Rio de Janeiro. Isso sem contar a dúzia de carros do Metropolitano de Cascavel.

Enfim, essas previsões todas estão, ainda, na base do chutômetro. Confirmações, só a partir dos primeiros treinos livres. Que, acabam de me dizer, foram transferidos da quinta para a sexta-feira. Por causa do apagão geral de ontem, provavelmente.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

E a F-3 já não vem mais

E, de fato, a Fórmula 3 sul-americana considerava transferir para Cascavel as provas de sua rodada penúltima dupla. Houve sondagens e negociações com o Automóvel Clube daqui.

Contudo, os pilotos da categoria não concordaram com a mudança. "Vamos mesmo para Curitiba", me confirma, por e-mail, Dilson Motta, da 63 MKT, empresa responsável pela categoria, confirmando a sede das corridas marcadas para os dias 22 e 23.

Assim, a aparição nacional de Cascavel ficará, mesmo, restrita ao Brasileiro de Marcas & Pilotos, com quatro corridas neste fim de semana. A possibilidade de transmissão ao vivo das corridas ainda existe, inclusive.

Gomes, os picaretas e os burros

Em três tempos, no Twitter, o jornalista Flavio Gomes fez um comentário que resume bem uma porção de coisas acerca de instituições de ensino particulares. Tomo a liberdade de reproduzir aqui suas tuitadas:

“A Uniban tem 60 mil alunos, diz seu anúncio. 60 mil otários que enriquecem picaretas. Picaretas e burros.”

“É o que dá a sanha privatista. Privatizaram tudo no Brasil. A educação virou comércio pura e simplesmente. Nem nos EUA é assim.”

“E ainda tem aluno defendendo punição à moça. Cada estudante tem a faculdade que merece. O Brasil tá fodido.”

A moça em questão é a acadêmica da Uniban que quase foi linchada pelos "colegas" por usar uma minissaia e que ainda foi banida do arremedo de universidade, em decisão que acaba de ser anulada.

Via de regra, gosto das coisas que Flavio escreve. Ontem, por exemplo, ele postou um texto de isenção primorosa, que deveria colocar muita gente para pensar na vida. Está aqui, para quem quiser ler.

Flavinho é um baita sujeito. Gosto dele, até por ser um dos poucos a quem posso chamar de baixinho. Está longe de ser unanimidade no meio em que atua. Polêmico, diz e escreve o que bem entende e dá uma banana para quem não concorda.

Só o que lhe falta é afivelar as malas e vir correr com seu Lada em Cascavel qualquer dia.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Muita qualidade para pouca cidade

Como já comentei, no último fim de semana encarei de carro uma viagem de Cascavel a São Paulo, ida e volta. Sem companhia, intensifiquei minha amizade com a coleção de CDs.

O repertório musical da ida eu já havia descrito na quinta-feira à noite, nesse post aqui. Na volta, saquei do porta-luvas (ou “portaluvas”?) os três CDs dos meus parceiros Flávio Aquino & Gabriel, dupla boa aqui de Cascavel. Deixei dois no banco do passageiro e pus um para rodar.

Para não ficar mexendo a toda hora no estojo de CDs, dispus-me a escutar as músicas de Flávio Aquino & Gabriel “até a hora que enchessem o saco“. Tocaram de São Paulo a Cascavel, e haveria ouvido para mais.

É muito bom, de fato, o trabalho dos dois. Não ficam devendo nada aos campeões nacionais de vendas ou de downloads.

Um desperdício estarem escondidos aqui em Cascavel.

Stock Car vive o "volta logo, Zoião"

Hoje é um dia em que, atipicamente, estou preparado para não atender o telefone caso a chamada vier de um dos dois números da lista negra. Quando o “Tema da vitória” emanou do bolso da bermuda, imaginei que leria um dos dois no display. Engano meu, felizmente.

Era o número do Zoião. Do Zoião? Perfeitamente, do Zoião. Do outro lado da linha, o próprio, falando do hospital. Animado, brincalhão e bem disposto. Nem parece que há 10 dias passou por todo o trauma de duas cirurgias cardíacas, que tentei descrever aqui, aqui e aqui.

“Luc, eu tô bão demais, lôco”, gabou-se, fazendo transparecer o sucesso do processo de recuperação. Contou que sua permanência no leito hospitalar deve se estender até a metade da próxima semana – permanece sob observação dos médicos para que a infecção que originou todo o problema possa ser monitorada e completamente debelada. Clóvis Grelak, que mantém contato permanente com a equipe médica que o atende, revela-me que a alta hospitalar pode, ou deve, ser assinada muito antes disso.

Zoião ligou para pedir um favor. Que nada mais é que minha obrigação. Pediu-me para encaminhar os agradecimentos dele aos que o apoiaram. Citou alguns, Bruno Vicaria, Luca Bassani, Fernanda Freixosa, Aldo Pastore, “a galera da Master TV”, repetiu o já usual “cara, nem vou tentar falar todo mundo porque é uma galera grande, vou cansar se falar de todo mundo e acabou esquecendo alguém”.

Apesar da descontração, Zoião se traiu. Deu brecha para um princípio de emotividade. “Cara, eu sozinho não ia segurar essa barra aqui, e foi a força de todos os meus amigos, os da corrida, da sala de imprensa, foi a oração deles que me segurou aqui. Avisa eles que eu logo vou lá agradecer de um por um”, disse, textualmente.

Pelo que me pediu para transmitir aos colegas, Zoião parecia até ter assistido a esse vídeo aqui, que Lauro Zanoni, da revista Diference, produziu no último fim de semana, durante a etapa brasiliense da Stock Car. Pilotos e colegas de cobertura jornalística de Zoião participaram da gravação. A mensagem de todos é uma só: “volta logo, Zoião”.

Vai voltar.