sábado, 30 de abril de 2011

Indyotices (5)

Rubens Barrichello tem sido figura cativa em eventos automobilísticos no Brasil. Esteve na final do Itaipava GT Brasil no ano passado, acompanhou a segunda etapa da Stock Car Brasil deste ano e, agora, está pelo Anhembi, na Itaipava São Paulo Indy 300 presente by Nestlé – incluo a título de exercício da memória o nome completo da prova.

A presença frequente nos eventos nacionais, exceção feita às provas festivas de kart das quais sempre participa, é postura nova. “Tenho vindo por causa das crianças”, disse, notadamente em alusão aos filhos Eduardo e Fernando, que também passeavam pela garagem das equipes da Indy no Anhembi.

Na prova da Stock, inclusive, Rubens pilotou um dos carros-madrinha, levando os meninos junto. “Em Interlagos, eu tenho um lugarzinho, aberto mesmo, onde fico assistindo à corrida e ninguém me vê. A gente foi para lá, e quando apareceu o convite para dirigir o carro eu falei ‘peguei’, claro”, contou.

O ambiente da Indy, sobretudo a logística que marca a etapa do Anhembi - com todas as equipes dividindo o mesmo teto -, chama atenção do decano da Fórmula 1. “Para vocês jornalistas, para as equipes, para todo mundo, isso aqui é bem interessante. Os carros são iguais, alguns têm um material diferente, mas são todos iguais, não tem o que se ‘espionar’, então fica tudo assim, à mostra de todo mundo. Não dá para imaginar isso aqui na Fórmula 1”, comparou. “Uma foto tirada de uma Red Bull, por exemplo, pode me valer uns três décimos de segundo. Aqui isso não existe”.

Falei com Rubens na garagem da KV-Lotus, equipe defendida por seu amigo-de-fé-irmão-camarada Tony Kanaan. Dali, estava indo para a área da Dreyer & Reinbold, queria falar com Bia Figueiredo. Grotesco que sou, perguntei-lhe se seu freio de mão ainda estava puxado para a Indy. A resposta veio pronta e com risos: “Só nos ovais”.

Sou o único que o vê correndo de Indy daqui a poucos anos?

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Indyotices (4)

Com o mesmo recurso miserável de sempre - a câmera do telefone celular que, inclusive, já começa a dar sinais de fadiga -, circulei hoje por algumas vezes pela garagem das equipes da Indy no Anhembi. Nada comparável ao material publicado pelos grandes sites que estão aqui. De qualquer forma, lembrei que o Facebook existe e postei lá algumas delas. Estão nesse álbum aqui.

O fim de semana no Anhembi também será marcado pela segunda rodada dupla do Itaipava GT Brasil, a primeira vez da categoria dos supercarros em uma pista de rua.

Dei uma circulada por lá também - onde no evento deste fim de semana sou nada mais que um peru de fora - e fiz algumas fotos. Também postadas no livro de rosto, estão aqui.

Indyotices (3)

A maratona da Indy em São Paulo é intensa para todos que têm algum contato com a categoria. Tanto no pessoal quanto no profissional, dizia o apresentador que já se apresenta menos fausto que dantes.

Os dois últimos dias, por exemplo, foram de expediente quase ininterrupto das estudantes Patrícia e Raphaela, 22 e 21 anos, no hall do Holiday Inn, já citado noutra Indyotice minha. Ali as duas montaram acampamento na busca por fotos com todos os pilotos da categoria - vimo-las, Clóvis e eu, durante o igualmente já citado rabo-de-galo de ontem.

“Sou muito fã da Indy”, diz Patrícia. Como se precisasse. Conhece por rostos praticamente todos os 26 pilotos que vão correr domingo aqui no Anhembi. “Só os novatos que a gente não conhece direito, mas isso não é problema”, gabou-se, mostrando o guia que imprimiu com fotos de quase todos. “Alguns nem precisava de foto”.

A lista, da qual tomava conta como faria com um filho, tinha alguns excessos, casos de Ed Carpenter, Paul Tracy, Wade Cunningham, Simon Pagenaud e Davey Hamilton. Disse que se sentiria “realizada” se Scott Speed viesse para a corrida e revelou sua predileção por Sebastien Bourdais. “Por causa dele eu ando com uma bandeira da França, de dois metros, que ele já autografou duas vezes, uma na F-1 e outra ontem”.

Enquanto Raphaela não falava nada (“sou mais quietinha, mesmo”), Patrícia desfilava certa intimidade com a categoria. Mas não vai vir ao Anhembi no dia da corrida. “Vim no ano passado e achei uma furada, vou assistir pela televisão, em casa”, adiantou, para minha estranheza.

O bate-papo poderia ter ido longe. Mas chegou Graham Rahal. “Olha lá o Graham, vamos levar pra ele assinar”. Levar o quê? A bandeira dos EUA? “Não. As fotos que a gente tirou com ele ontem”. É, as fotos do primeiro dia já estavam a postos, devidamente impressas.

E lá foram elas abordar Rahal. E eu, para o Media Centre.

Indyotices (2)

A Itaipava São Paulo Indy 300 presented by Nestlé (ufa!) terá 26 pilotos, representantes de 13 países.

A maioria, respeitando a origem da categoria, é norte-americana. Os EUA entram com Charlie Kimball, Graham Rahal e JR Hildebrand, da Panther, além do trio da Andretti – Danica Patrick, Marco Andretti e Ryan Hunter-Reay.

O Brasil ocupa cinco vagas, quase 20% do grid, com Bia Figueiredo, Helio Castroneves, Raphael Matos, Tony Kanaan e Vitor Meira. Pela Inglaterra, correm Justin Wilson, Mike Conway e James Jakes. A Austrália marca presença com Will Power e Ryan Briscoe, enquanto o Canadá tem Alex Tagliani e James Hinchcliffe.

Os outros oito países entram com apenas um piloto, cada, ei-los por ordem alfabética: Colômba (Sebastian Saavedra), Escócia (Dario Franchitti), Espanha (Oriol Servia), França (Sébastien Bourdais, o cidadão aí da foto), Japão (Takuma Sato), Nova Zelândia (Scott Dixon), Suíça (Simona de Silvestro) e Venezuela (Ernesto Viso).

Hinchcliffe, Jakes, Hildebrand, Kimball, Saavedra e Figueiredo são considerados rookies pela IndyCar – no caso, são os pilotos novatos, para os quais também há uma pontuação paralela.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Indyotices (1)

Seguindo um hábito condenado pelo meu sócio Clóvis Grelak, parceiro de copo, eu já havia guardado do happy hour, para algo como um Orkut da vida, fotos minhas com Will Power, Sébastien Bourdais e Vitor Meira - vejam só, logo o Vitão, para quem trabalho há sete anos e com quem nunca tinha tirado uma foto.

Clóvis tratava de manter nossa mesa no concorrido drink hall, nome que inventei agora, do Holiday Inn, hotel anexo ao pavilhão do Anhembi, onde domingo vai rolar a corrida da Indy. Foi quando vi o cidadão. E, tal qual Armando Volta, fiquei na dúvida, "é ele, não é ele, é ele, não é ele...".

Na dúvida, e para manter o texto do mesmo personagem, abordei-o-o.

"Não é você o cara que o Castroneves catou pelos colarinhos em Edmonton?", perguntei. Antes mesmo que respondesse que sim, o sorriso com que reagiu não deixou dúvidas. Era Charles Burns, chefe da segurança da IndyCar, o primeiro que apareceu no caminho de Helio Castroneves depois do brasileiro ter confiscada - sem critérios sólidos, a meu ver - a vitória na etapa de Edmonton do ano passado. Quem não lembra do caso que vá pesquisar.

Naquele dia, o da corrida no Canadá, virei fã de Burns, e isso já comentei com um quaquilhão de pessoas. Sobretudo pelo modo como reagiu à abordagem de Helio - apenas baixou os braços e sorriu. Preparo puro. Fez-me lembrar, naquela ocasião de julho passado, Nando, baixista do Roupa Nova, história que conto por aqui em outra ocasião.

Hoje, fiz questão de tirar uma foto com Charlie. A de praxe vai lá pro Orkut. Mas, claro, vinguei Helio e catei-o pelos colarinhos, também. Ele, tal qual fez há nove meses em Edmonton, apenas riu. "Achei que os brasileiros me odiassem daquele dia para cá", admitiu.

É. Charles Burns não conhece os brasileiros.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Japonês bom de taco


Não gosto e não costumo repicar aqui coisas que recebo por e-mail. Até porque se circula na internet eu devo ser o único que ainda não viu. Por outro lado, sou o único que passa por aqui de vez em quando e essa aqui eu faço questão de guardar.

Vídeo antigo, tudo indica que de 2003 (algo com oito anos é antigo?). Esse japonês, como dizemos aqui no Paraná, faz miséria com bolas e um taco de sinuca. Legal ver alguém fazer coisas interessantes com o esporte de que a gente tanto gosta.

Já contei pra vocês que sou um sinuqueiro/sinuquista dos bons?

terça-feira, 26 de abril de 2011

Promoções à parte na Indy

Da arquibancada, das áreas vip ou da sala de suas casas, os fãs da Fórmula Indy terão alguns motivos a mais para acompanharem o andamento da etapa brasileira, neste fim de semana. Sobretudo os que integram o público internauta.

Pelo menos dois pilotos brasileiros estão desenvolvendo via internet promoções paralelas à realização da Itaipava São Paulo Indy 300 presented by Nestlé – o nome da corrida é quase tão extenso quanto a própria.

Helio Castroneves, que no Anhembi terá seu Penske com o layout da cerveja patrocinadora da prova – tal qual Tony Kanaan, da KV-Lotus – vai distribuir cinco bonés de sua equipe. Os ganhadores serão os internautas que alcançarem maior pontuação no torneio do Diário Motorsport, site do amigo e colega Américo Teixeira Júnior. Nada de pesquisas causticantes ou desfile de conhecimento técnico: basta indicar, a título de palpite, as posições de largada e de chegada de cada piloto brasileiro, como lá indicado.

Outro que leva uma promoção a efeito, pelo Twitter, é Vitor Meira. Ele vai dar a um dos seguidores de seu perfil o macacão que usou na etapa brasileira do ano passado – com o qual foi ao pódio, como terceiro colocado. A participação na brincadeira, igualmente, é isenta de vastos conhecimentos sobre a categoria. Basta ao usuário do Twitter reproduzir a frase que o piloto tem postado periodicamente. O sorteio será feito eletronicamente no domingo, momentos depois da corrida.

Além das iniciativas dos pilotos, há também os sorteios promovidos também via Twitter pela Firestone. Postando no perfil @Firestone_Indy perguntas geralmente relativas à categoria, a empresa premia os autores das primeiras respostas corretas com os mais variados brindes.

Boa pedida para quem costuma ter sorte nessas coisas. Ou para aqueles que costumam dizer que não ganham nem em pescaria de quermesse. Sempre há uma primeira vez, afinal.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Dúvida cruel

Estou a fim de participar dessa buchada, mas não consegui concluir se vão servi-la no sábado ou no domingo. Palpites?

Na rua, horários atípicos

O Itaipava GT Brasil terá programação enxuta no Anhembi na segunda rodada dupla da temporada, neste fim de semana, na programação preliminar da etapa brasileira da Indy.

Os pilotos terão duas sessões de treinos livres no sábado, a partir das 7h45 e das 10h05. A tomada de tempos para a terceira etapa da temporada está marcada para as 13h15 – todas essas sessões terão duração de 30 minutos. A corrida, ainda no sábado, terá largada às 16h30, para os 50 minutos habituais.

A quarta etapa da categoria brasileira, no domingo, terá o treino classificatório começando às 7h45 e a largada às 10h55.

E, pela primeira vez desde 2009, não vou narrar as corridas do GT Brasil. A comunicação com o público no Anhembi se dará pela programação da Rádio Band FM distribuída ao sistema de som montado junto à pista.

A programação completa do fim de semana está aqui.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Vai aí o boné do líder

Ainda bem modesta, minha conta no Twitter está próxima de chegar aos 1.500 amigos seguidores. Como devemos chegar à marca durante o fim de semana da Stock Car em Ribeirão Preto, vamos pôr a categoria na, digamos, festa.

Lá mesmo, no Twitter, costumo mencionar, a título de brincadeira, o Stock Car Luc Team. Uma equipe imaginária, em que incluo pilotos camaradas. Serão sete, nesta etapa de Ribeirão Preto – Allam Khodair, Antonio Pizzonia, Cláudio Ricci, Max Wilson, Nonô Figueiredo, Thiago Camilo e Valdeno Brito, por ordem alfabética.

Camilo é o líder do campeonato, então é ele quem paga a conta. Por isso, cedeu um boné de sua equipe, a Ipiranga-RCM, que vai a sorteio entre um dos seguidores. Para concorrer, basta seguir meu perfil tuítico, o @lucmonteiro, e tuitar a frase “O @lucmonteiro vai mandar pra minha casa o boné do @ThiagoCamilo21 – http://kingo.to/yF3”.

É importante que o link indicado faça parte da frase. O sorteio, pelo Sorteie.me, vai acontecer no domingo, momentos antes da largada da corrida, que vai começar às 11h.

ATUALIZANDO EM 17 DE ABRIL, ÀS 11h02:
Jacqueline Della Barba, a @JackieFazArte, foi a contemplada e vai receber em casa o boné do piloto. O
link do sorteio, para quem quiser conferir, está aqui.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

TNT Superbike na tela

Vai aí em três partes, por obra e graça do ainda anônimo Sonny Braz, a transmissão da primeira etapa do TNT Superbike, corrida do último domingo em Interlagos. Com a minha narração, captada da locução de arena que compartilho com o site da categoria.

Há alguns acidentes fortes na corrida. Hoje, quatro dias depois, posso confirmar que todos os envolvidos estão sãos e salvos. Nenhuma fratura no saldo de tudo isso.

É só clicar e assistir.





domingo, 10 de abril de 2011

Palmas para a galera

Fiz esta foto lá pela metade do horário de visitação aos boxes do Itaipava GT Brasil, hoje cedo. Ao mesmo instante, providenciei as duas fotos que estão logo aí abaixo. Pra eu mesmo ter uma noção, depois, de quão numeroso foi o público que acompanhou em Interlagos as corridas de abertura da temporada. Kiko Barros, coordenador do evento que casualmente estava ao meu lado no pódio naquele instante, definiu o que via em poucas palavras: "Cara, de verdade, isso emociona".

Creio não ser intenção do GT Brasil, com seus menos de quatro anos de existência, comparar seus índices com o de categorias solidificadas há muito mais tempo no país. Mas o que vimos hoje prova que entramos, sim, no time dos grandes. A respeito disso, diz muito esse artigo aqui, postado pelo Bruno Vicaria em seu blog - sobretudo considerando que Vicaria é da escassa safra de jornalistas que não fazem média por esporte.











Estando em grande número, era óbvia a farra de alto quilate que a torcida - que estimamos no puro olhômetro em cerca de 12 ou 13 mil animadas almas - faria. Como fez, aplaudindo, torcendo, divertindo-se, brincando e, sobretudo, dando corpo a um dos grandes momentos do dia, opinião minha. Uma homenagem a Gustavo Sondermann, que emocionou muita gente no grid. Não sei de quem partiu a ideia, exatamente, mas em vez do protocolar minuto de silêncio, promovemos o minuto de barulho.

Parte da homenagem foi filmada pela Natália Luciano, que não é minha parente, com um telefone celular, o que comprometeu bastante a captação de áudio e pode não dar a quem assiste ao vídeo a exata noção do que foram aqueles instantes (se alguém mais tiver filmado e postado, compartilhe o link aqui conosco).



Gostaria de ter trazido como lembrança uma dessas camisetas que aparecem no vídeo, preparadas pela Scuderia 111, como homenagem a Gustavo. Ainda assim, se conseguir uma, vou passá-la ao Vicaria.

sábado, 9 de abril de 2011

As lágrimas

Não sou exatamente um amigaço do Otávio Mesquita, o que não me impede de avaliá-lo de algumas formas, sobretudo pela convivência de três anos no automobilismo – Otávio, é sabido, alterna sua agenda entre os programas na Rede Bandeirantes e a atuação no automobilismo.

As atribuições de 24 anos na televisão conferem a Otávio alguma habilidade em jogo de cena, é uma ferramenta de trabalho. Mas não é difícil notar nele doses de sinceridade. Três exemplos que presenciei foram marcados por lágrimas que, a mim, pareceram bastante sinceras.

Primeiro, em 2008, quando dividiu com Emerson Fittipaldi a então equipe WB/Porsche no GT Brasil. Travou um bom duelo com o então companheiro do equipe, levou a melhor em vários momentos, tentou descrever a corrida com bom-humor mas não conteve sua emoção pessoal e acabou indo às lágrimas. Depois, ano passado, quando aproveitou um briefing do Porsche Cup para comunicar aos colegas de pista que aquela seria sua última corrida na categoria. Tentou conduzir a despedida em clima de gozação, não conseguiu. Caiu em prantos, prometeu que tentaria um pódio. Foi terceiro, seu melhor resultado no ano.

Hoje, depois da corrida que abriu a temporada do Itaipava GT, Otávio pediu-me que lhe passasse a palavra – no caso, o microfone da locução de arena. E fez um desabafo. Contou ter prometido no programa de TV, durante a semana, a conquista de um pódio na abertura do campeonato para dedicá-lo a Gustavo Sondermann, morto no último domingo num acidente ali mesmo, em Interlagos. Conseguiu dois – foi quinto em sua categoria, a GT4, e quarto na classificação paralela da GT4 Master. “Olha aqui, dois troféus, esses são para o Gustavo...”, foi o que conseguiu dizer. Puxou fôlego para tentar conter o choro, não conseguiu.

Otávio era, de fato, bem próximo a Gustavo. E eles dois, Otávio e Gustavo, eram os companheiros de equipe de Rafael Sperafico quando do acidente fatal em 2007. “Vocês podem imaginar como está minha cabeça. É assim que quero me despedir de mais esse amigo. Esses troféus são dele”, falou, num segundo stint ao microfone.

E desceu as escadas, cabisbaixo, em direção a seu box. Chorando.

Pais & filhos (1)

No paddock, cruzo com João Campos. E com Márcio “Mic”, seu filho. A foto, ao estilo capa de disco sertanejo (foi espontânea ou combinada?) já havia sido tirada pelo Cláudio Kolodziej.

Fora das pistas desde 2006, quando fez uma temporada modesta na Super Clio depois de impor por cinco anos à Pick-up Racing brasileira um domínio poucas vezes visto no automobilismo mundial, João passou a tratar da vida e a visitar eventos automobilísticos esporadicamente. Parece que nem foi a todas as corridas disputadas por Márcio no campeonato do Rio Grande do Sul.

Foi justamente a atuação do filho como piloto que devolveu João ao automobilismo. Os dois vão formar uma das duplas do Mercedes-Benz Grand Challenge, competição que, a partir do evento de 22 de outubro em Curitiba, também vai integrar o Itaipava GT Brasil.

Reconhecendo que o longo hiato sem vestir o macacão lhe poderá trazer dificuldades adicionais, ao menos na fase inicial do campeonato, João já prevê um duelo interno na equipe. “Vamos ter duas fases, uma em que sou o pai do Márcio, outra em que ele é o filho do João. Não sei qual vai vir primeiro”, tentou profetizar, bem-humorado.

João Campos foi um dos pouquíssimos pilotos que conheci capazes de proezas tão dignas de nota quanto merecedoras da discrição pela qual faço opção. Nada comprometedor. Só fatores um tanto pitorescos de um trabalho de cujo grau de dificuldade só tem ideia quem vive o automobilismo.

Bom ter o velho João de volta ao ambiente de trabalho.

P.S.: Sempre que indico número entre parênteses depois do título de algum post, claro, é sinal de que haverá, ou deveria haver, uma sequência de postagens, algo como uma série. Já iniciei aqui um catatau de séries que morreram no nada. Esta, tudo indica, será mais uma.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Grand Challenge

Outra novidade do Itaipava GT Brasil na temporada de 2011 será o Mercedes-Benz Grand Challenge. A categoria terá na pista o modelo C250 CGI da marca alemã, com motores de 245 cavalos, pilotados por competidores classificados na categoria Bronze pela comissão do evento – as outras classes são Ouro e Prata.

O Mercedes-Benz Grand Challenge será apresentado ao público na programação do fim de semana aqui em Interlagos. Desde o meio da semana, 10 dos 22 carros confirmados no grid estão expostos no box número 10, ainda sem os layouts. A preparação e adaptação de todos os carros ao regulamento técnico, incluindo-se aí instalação dos itens de segurança, são atribuições da equipe comandada por Washington Bezerra.

As duas primeiras provas do Mercedes-Benz Grand Challenge vão acontecer nos dias 21 e 22 de maio, em Curitiba, na programação do terceiro evento do ano – o segundo, dias 30 de abril e 1º de maio, será ali na pista de rua do Anhembi, na preliminar da São Paulo Indy 300.

Novas máquinas

Já a postos no autódromo de Interlagos, para a atividade do fim de semana do Itaipava GT Brasil. Cheguei faz tempo, é bom que seja dito, antes que o patrão resolva me repreender.

Vai ser um evento marcado por estreias, sobretudo de novos modelos de carros, como o Aston Martin Vantage de Eduardo Souza Ramos/Leandro Almeida, ou os Corvette Z06R de Pedro Queirolo e Cláudio Dahruj/Rodrigo Sperafico.

Nesse cenário, há a possibilidade de uma estreia mundial. Chegou ontem ao Brasil, e foi entregue agora cedinho no box número 18, da equipe Via Italia, uma unidade da novíssima Ferrari F458. O carro já foi à pista em provas como as 12 Horas de Sebring e os Mil Quilômetros de Paul Ricard, na versão Italia. O modelo GT3 ainda não foi visto em ação.

E, de um a dez, qual a chance de Daniel Serra e Chico Longo, os pilotos da equipe, disputarem as corridas de amanhã e domingo com o novo carro? “Ainda não temos ideia”, admitiu há pouco Tom Lellis, diretor técnico da equipe – que, por via das dúvidas, tem devidamente pronto em seu box a Ferrari F430 Scuderia.

À esquerda, o Aston Martin Vantage de Souza Ramos e Almeida; à direita, Sperafico com um dos novos Corvette Z06R

A programação do fim de semana em Interlagos pode ser conferida aqui, no site da categoria. Ou aqui, no blog do Bruno Vicaria, onde também está a lista de quem vai para a pista na prova do Itaipava GT Brasil.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Corações apertados

Meu café da manhã foi indigesto. Primeiro, por ter sido exatamente isso, um café. E um pedaço do sanduíche de que o Luc Jr. não deu conta no aeroporto de Cascavel, momentos antes de embarcar cá para São Paulo. Mas pior que o café foi ver pela tevê, um pequeno monitor com o volume bem baixo, que alguma coisa havia acabado em merda numa escola de algum lugar.

Chegando a Guarulhos, quase quatro horas depois, foi fácil levantar o que havia ocorrido. E lamentar. A chacina na escola do Rio configurou mais um daqueles lamentáveis episódios que nos põem a pensar nos valores da vida, inevitavelmente de olhos marejados. Mais uma catástrofe que relega a espécie humana a uma raça que tem vergonha de si própria. Se não tem, deveria ter.

Agora à noite, vendo os noticiários transformarem a barbárie num show travestido de um estranho tom de revolta e desabafo, emocionou-me o depoimento do policial que matou o assassino da escola de Realengo. Que confessou ter chorado quando recebeu o beijo de uma garotinha em gratidão ao ato heroico que lhe salvou a vida, a dela e a de tantos outros seus colegas. Que falou da emoção ao conversar por telefone com o filho e que a ele prometeu um abraço caloroso no reencontro em casa. Que reconheceu não ter identificado, em combates anteriores com traficantes e outros bandidos, a carga emotiva que o acometeu, a ele e a seus parceiros de farda, em meio a um drama que envolvia tantas crianças. Que me fez fantasiar um agradecimento pessoal à polícia por ter evitado uma tragédia ainda maior.

Treze vidas inocentes postas como preço pela demência de um jovem, provavelmente sucumbente às tantas carências com que pessoas de bem lidam e lutam a cada dia. Por mais que reconheça estar completamente errado, honestamente gostaria que tivesse sobrevivido à besteira que fez para por ela pagar na mão dos homens, nós, esses seres tão irracionais.

Há poucos dias, um acidente numa prova de automobilismo matou um piloto e suscitou um debate acalorado sobre providências que têm de ser tomadas para evitar novos episódios trágicos nas pistas de corridas. E o esporte seguirá perigoso, desafiador, e fatalmente vai custar a vida de mais praticantes sem que se tenha sido feito algo contundente contra isso.

Em medida comparável, as treze crianças tiradas hoje de suas famílias, de seus amigos, de suas vidas, serão por alguns dias os baluartes da revolta com que se vai cobrar tudo aquilo que a nação deveria propiciar sem cobrança – segurança e educação, sobretudo. A poeira vai baixar, todos vão tratar de suas vidas e o preço por tudo isso será pago só pelos que vão levar a seus caixões o aperto no peito, fruto amargo de uma carnificina sem direito a defesa.

Acho que só quem tem filho ou filha consegue entender o que tentei dizer.

Café amargo



Suponho ser de 2008 esta matéria sobre a mudança feita em Interlagos, na contestada curva do Café. No ano passado, nova mudança, com a instalação do soft wall, cuja função deveria ser, como nas cenas já corriqueiras vistas nos ovais da Fórmula Indy, fazer com que o carro que ali bata não seja devolvido à pista. O dispositivo não teve efeito no acidente que tirou a vida do piloto Gustavo Sondermann no último domingo.

Outros acidentes, já bastante citados nos debates e abordagens dos últimos dias, aconteceram na curva do Café antes disso. Dois deles, bem preocupantes, na Fórmula 1. Um deles foi em 2003, Mark Webber estatelou seu Jaguar ali, deixou pedaços do carro pela pista toda e Fernando Alonso não conseguiu desviar de um pneu que foi parar no meio da reta. Bateu e também e seu Renault saiu richocheteando. Três anos depois, foi Nico Rosberg quem saiu ileso de uma porrada forte naquele trecho da pista.

Vários anos antes, na corrida de 1999, Stephane Sarrazin, que substituía o contundido Luca Badoer na Minardi, já havia saído tonto de um acidente no Café. Iam-se 30 voltas de corrida quando seu carro passou reto e estampou a barreira de pneus - a sequência de rodopios na pista impressionou.



Em 2007, a curva do Café foi palco de dois sérios acidentes, em categorias. O primeiro, trazido hoje ao Twitter pelo Du Cardim, foi no Porsche Cup. Numa disputa por posição, Marcos Barros levou um leve toque de Otávio Mesquita, cruzou a pista desgovernado e bateu forte no guard rail. O outro, um mês depois e de consequência bem mais drástica, foi o que matou Rafael Sperafico na última corrida do campeonato da Stock Car Light.

É um esporte fascinante, o automobilismo. Mas machuca. E pode matar.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

O que se escreveu

Inevitável que os escribas que acompanham o automobilismo dispam-se da quase hipócrita imparcialidade jornalísticas e manifestem impressões bastante pessoais diante de episódios como o de ontem, que tirou a vida do piloto Gustavo Sondermann. Todos os que leio com alguma frequência puseram no papel, ou em pixels, o que tinham a dizer.

Bruno Vicaria, que era bem próximo de Gustavo e acompanhou de perto seu drama final, descreveu o companheiro como o viu nesses anos todos de convivência.

O "Bobo da Corte" não fugiu totalmente de sua conhecida linha de bom-humor, e Nei Tessari tentou manter o astral ao falar do Sonder'man'. O blog do Nei também acolheu o desabafo de Cláudio Stringari, outro colega que tinha bastante proximidade com Gustavo.

O Rodrigo Mattar, no blog "A Mil Por Hora", destacou também a infeliz coincidência entre os acidentes que mataram Sondermann e seu ex-companheiro de equipe Rafael Sperafico.

Em ponderado tom crítico, Flavio Gomes chamou atenção para o que vê como inércia no comando do automobilismo brasileiro. Talvez um pouco mais áspero, Rodrigo Lombardi expõe os culpados que identifica diante da fatalidade.

Fernanda Freixosa, craque atrás das lentes, descreveu Gustavo de outra forma - com uma galeria de fotos em seu perfil no Facebook.

No "Victal", tomando emprestado um depoimento do piloto Cássio Homem de Mello, Victor Martins defende que partam dos pilotos ações concretas para que tragédias vão ocorrer noutra freguesia.

Tantas mais pessoas do automobilismo, jornalistas ou não, manifestaram em palavras a dor da perda, a revolta, a análise. Eu mesmo, no post aí abaixo, rascunhei algumas considerações. Fiquem à vontade para indicar aí, na área de comentários, mais links a respeito. É bom que saibamos, afinal, o que e como pensam todos nossos colegas de automobilismo.

domingo, 3 de abril de 2011

Gustavo

As últimas quatro horas foram um festival de informações desencontradas, fruto nem sempre grato da dita era da informação e de todas as ferramentas disponíveis para que se propague quase à velocidade da luz qualquer boato ou notícia. Mas o fato final foi um só, o de que o automobilismo custou a vida de mais um jovem.

Gustavo Sondermann completou 29 anos há pouco. Minha convivência com ele restringiu-se às vezes em chamei-o, em minhas atribuições de locução, ao pódio das corridas do GT Brasil. Era um colega de trabalho, enfim, que frequentava os mesmos locais que eu em fins de semana determinados para fazer o trabalho dele, como eu para fazer o meu.

As imagens que vi pela televisão do acidente que o vitimou e de todo o tenso atendimento médico, desde os momentos ainda em pista, trouxeram apreensão a mim, cá longe de Interlagos, e a tantas gentes que vivem o automobilismo nas mais variadas formas. E foi via Twitter que a mensagem do colega jornalista Bruno Vicaria, limitada a um “O pior aconteceu”, pôs fim à corrente positiva pela plena recuperação de Gustavo.

Gustavo era companheiro de equipe de Rafael Sperafico quando Rafael morreu num acidente na última etapa da Stock Car Light em 2007, em Interlagos. Um acidente na mesma curva, muito parecido com o de hoje (a foto dos dois juntos num pódio foi postada no Twitter por Gabriela Sperafico, prima de Rafael). Poucos meses depois, abrindo a temporada 2008, ganhou em Curitiba a primeira corrida da temporada da Pick-up Racing, e ao pódio subiu vestindo uma camiseta que homenageava o amigo morto. Infeliz coincidência.

Surpreendo-me com minha reação de ora. Como disse, tive pouco contato com Gustavo, quase nenhum. Não, não era para o saldo trágico de Interlagos me trazer emoções ruins. Diferente da morte de Rafael, que era próximo, parceiro, companheiro de mesa. Mas trouxe.

Um dia triste, que já suscita os mais variados debates. A semelhança entre os dois acidentes, o de 2007 e o de hoje, norteia maioria deles. À batida que matou Rafael, além da comoção, a comunidade do automobilismo reagiu com pedido de providências. Segurança na construção dos carros de corrida e na reformulação da estrutura do autódromo num ponto da pista que os pilotos contornam a estimados 200 km/h de velocidade, com notável incidência das forças físicas.

É estúpida a caça a culpados pela morte de Gustavo Sondermann. Automobilismo é esporte de risco, e todos que dele tomam parte têm ciência disso. Dirigentes e promotores não matam pilotos. Podem, claro, não prover todas as condições consideradas ideais para imunizar quem se dispõe a entrar em uma pista de corridas, e é isso que transforma a dor da perda em revolta. Seria igualmente estúpido ver algo positivo no que houve hoje, ninguém tem tal intenção, mas Gustavo morreu fazendo o que mais gostava, correr de carros, com todos os riscos nisso implícitos.

Por outras vias, é inevitável a constatação de que nada de concreto se fez para evitar a repetição de fatalidades como a de Rafael Sperafico. E providências serão cobradas de forma mais incisiva nas próximas semanas, com a dor da perda ainda viva, forte, recente. A vida vai tratar de retomar seu curso, com tristezas e alegrias, e submetendo-nos a apelar ao destino para justificar conquistas e perdas.

Um domingo triste, mais um. Que mostra não só o quanto a vida às vezes nos parece estúpida, mas escancara principalmente a estupidez com que se conduzem vários de seus aspectos.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Nossas modas

Não há muito a dizer. Na verdade há, mas alguns momentos devem ser vividos, e não descritos.

O show de Luc & Juli, ontem à noite no Square Bar, foi bacana demais. Difícil precisar se as pessoas que praticamente lotaram a casa curtiram tanto quanto nós.

Para Juli e eu, particulamente, uma satisfação e tanto, não só por voltar ao palco da casa, mas por lá termos visto muitos, muitos de nossos amigões do peito, vários deles despidos dos costumes da vida noturna. Pela razão óbvia de sempre, evito nominá-los.

Outros shows virão, muito em breve. Enquanto isso, ficamos aqui com um pedacinho do que foi nossa apresentação de ontem. Outros vídeos vão pipocar em nossa conta no YouTube nas próximas horas.