sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Do hospital, o primeiro susto

Da UTI do Hospital Salete, veio o primeiro susto. Passava um pouco da meia-noite quando recebi telefonema. Era Sueli, esposa do Clóvis Grelak, que acompanha de muito perto todo o processo que levou Vanderley Soares, o Zoião, a uma cirurgia cardíaca de quase cinco horas ontem. Temi pelo pior, claro, Sueli não teria motivo para me ligar àquela hora.

Interrompi o showzinho que estava fazendo no Pantanero Bar com Juli, minha esposa e parceira de cantoria. Aproveitei a presença de Wilson & Osmar, dupla da cidade de Nova Aurora, e escalei-os para tocarem uma seleção enquanto fui lá fora retornar a ligação. Sueli estava nitidamente nervosa. Zoião estava, de novo, no centro cirúrgico.

A convocação de uma cirurgia de emergência por volta das 10 da noite, coisa de cinco horas depois do delicado procedimento de ontem, denotava a gravidade da situação. Não entendi direito, mas parece-me que os familiares de Zoião foram chamados ao hospital. Clóvis já estava lá também, Sueli estava a caminho. Retomei meu palco. Temi pelo pior.

Cada número do repertório musical, dali por diante, saiu da boca pra fora. A cabeça estava na UTI do Salete. Apresentação encerrada, fui para fora de novo. Chamei Clóvis ao celular. Já estava em casa, descansando. Disse-me que voltaria ao hospital hoje de manhã. Fui dormir por volta das 3h, temendo por alguma coisa. Já não era pelo pior, acho.

Hoje cedo, as informações a respeito do problema tornaram-se um tanto mais claras. Zoião sofreu uma hemorragia interna. O sangue não coagulava e foi necessária uma nova intervenção. De peito aberto novamente, teve o sangramento reduzido a níveis razoáveis, sob expectativa de normalização nas horas seguintes.

No que diz respeito aos ritos cirúrgicos, atesta novamente a equipe médica, o pior já passou. Um dos fatores que torna a situação ainda mais delicada do que normalmente seria é o fato da endocardite infecciosa, doença que o levou ao leito hospitalar, ter comprometido em nível considerável o funcionamento dos rins. E os rins serão um tanto sacrificados com a forte medicação que lhe terá de ser ministrada.

Zoião tomará doses de fortes antibióticos para evitar que a infecção, ainda não debelada, comprometa as próteses de válvulas que lhe foram implantadas no coração. Os rins serão um tanto sacrificados no processo todo, o que vai acarretar a necessidade de um período de hemodiálises até retomem o funcionamento normal.

De momento, os médicos seguem atentos às eventuais complicações sempre passíveis das primeiras 24 horas de um pós-operatório. Mesmo sedado, Zoião foi acordado pelos médicos às 8 horas da manhã. Está confuso e atordoado, obviamente. Sabe que foi operado novamente. E deverá estar acordado novamente ainda antes do almoço. Conversará com a esposa Ana Maria e com Clóvis.

Situação bastante delicada. Mas já não temo pelo pior.

1 comentários:

Unknown disse...

Zoião, você demonstra que é forte, continue a tua luta que aqui estamos torcendo por você.