O Twitter deve bater hoje o recorde brasileiro de posts decorrência do anúncio de que serão no Rio de Janeiro os Jogos Olímpicos. Gente que comemora, gente que – como eu – lamenta. No meu meio, o de automobilismo, gente que chora o fim do autódromo de Jacarepaguá (foto), decretado com a vinda da Olimpíada.
E alguém alerta que eu posso ter sido o último locutor de arena a ter narrado um evento no autódromo de Jacarepaguá (1978-2009). Estive no autódromo no último domingo, narrando ao lado de Kaká Ambrosio as provas de Copa Clio, GT3 e Trofeo Maserati. Na minha irrelevante proporção, dá para considerar que posso, por isso, ter entrado para a história. Nada que me faça sentir honrado.
No Twitter, como também em vários outros canais de comunicação e perda de tempo, todos se manifestam pró ou contra, o que explicita uma certa democracia mas não tem, a fundo, a mínima importância.
Há também quem lembre que, com a "conquista" da sede dos Jogos, todo mundo já esqueceu o escândalo envolvendo o Enem. Função prática das "conquistas", no Brasil, essa de abafar com foguetórios amorais a política do pão e circo.
Enfim, com Copa do Mundo e Olimpíada, a farra do desvio de verbas vem aí. Bom para os dezenas de descolados que vão, como dizem por aqui, montar na grana.
Há quem aponte vantagens decorrentes da vinda da Olimpíada. Investimentos públicos e privados que, alegam, vão proporcionar também a oportunidade de "fabricação" de brasileiros campeões até 2016. O que me traz à mente o velódromo, o parque aquático, a arena que ocupam a área onde havia, até as obras para o Pan de 2007, metade do traçado do autódromo do Rio. Estruturas hoje ociosas, às quais não se tem acesso. Elefantes brancos apontados como pretextos para ocorrências de superfaturamento e desvio de verbas, coisas típicas da terra brasilis.
E vejo pessoas felizes pela “conquista” de agora há pouco em Copenhague. O errado devo ser eu. Alguém sabe que hora há voo para a França? Só de ida...
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