Há pouco, Rubens Gatti falou por telefone com Ingmar Biberg, um dos competidores de Cascavel que ainda mantêm interesse em disputar o anunciado Brasileiro de Marcas & Pilotos.
Sem maiores rodeios, Gatti, que é presidente da Federação Paranaense de Automobilismo e membro do primeiro escalão da Confederação Brasileira, afirmou que Cascavel terá o campeonato, marcado para 14 e 15 de novembro, se tiver de fato viabilizado o televisionamento das quatro corridas - o que, é fato, já viabilizou. Em caso contrário, a competição vai para Londrina.
Por todos os motivos já explanados por aqui, a CBA não tem outras opções de praça para fazer o campeonato que prometeu. Quando Cascavel anunciou ter cumprido todos os quesitos exigidos - alguns que nem haviam sido exigidos, inclusive -, a CBA alegou que só acreditava vendo. Exigiu em papel. Como houve tratados não cumpridos em outras praças e em outras épocas, fez as vezes de gato escaldado, a entidade. Nisso, tem lá sua razão.
Cascavel só serve se der a transmissão pela TV. Que, embora não haja declaração ou anúncio, pode ter sido prometida pelos dirigentes a alguém. Pode, é suposição, não afirmação. Mas viabilizar um evento esportivo na televisão é um abacaxi amargo, cuja acidez talvez não fosse imaginada pelos dirigentes que assumiram o barco neste ano.
Londrina não prometeu TV a ninguém. Tem um autódromo menos ruim do que Cascavel. Sem TV, que em princípio era o critério da CBA, é para lá que devem levar o Brasileiro. Não sei, a bem da verdade, se alguém por lá quer o Brasileiro.
Faltando três semanas para o campeonato, o tempo para os ajustes dos carros - embora a necessidade seja mínima -, a caça aos patrocínios e toda a logística a que pilotos e equipes têm de se lançar é curto. Se o campeonato sair, cá ou lá, o grid vai ser mínimo, o que significa óbvio prejuízo financeiro.
Miguel Beux, capitão do barco cascavelense, ainda tenta. Quer mostrar ao mundo que Cascavel respíra no cenário automobilístico e que pode, sim, ter categorias nacionais. Já disse e repito, no lugar dele eu já teria deixado minhas saudações à CBA e sugerido que resolvesse o problema em seu quintal. Mas Beux é um apaixonado pelo automobilismo, e a paixão às vezes é cega.
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