Via de regra, sou um sujeito que não acredita no que alguns definem como o poder da publicidade. Vá lá que trate-se de uma indústria que movimenta milhões de dinheiros a cada fração de tempo, a que se atribuem todas as tendências do consumismo, o diabo a quatro. Mas não corro tomar uma Coca-Cola quando passa um comercial da bebida na TV, nem deixo de abastecer no posto Maçarico porque a fornecedora de combustíveis concorrente bolou um comercial bacana.
O errado sou eu, vide como o mundo funciona. A propaganda é a alma do negócio, e quem não é visto não é lembrado, e poderia aplicar aqui uma porção de outros clichês, como os utilizados pelas redes hoteleiras, já que em todo canto há um hotel que é sua casa fora de casa, ou toda cidade tem uma gráfica que se anuncia fazendo algum trocadilho sobre a primeira impressão.
E não há, como bem lembra o primeiro-churrasqueiro Nardão Kracieski, loja de materiais de construção que não ofereça tudo do piso ao teto, nem estabelecimento que lance promoções na linha a-loja-faz-aniversário-mas-quem-ganha-o-presente-é-você.
Mas há sistemas de publicidade que extrapolam alguns limites. O que mais me tira do sério é o da panfletagem. Contratam agências especializadas nisso, que literalmente socam goela abaixo do consumidor suas peças. É cotidiano, já, chegar em casa e ter de tirar da maçaneta o folheto ou o fôlder que alguém deixou enroscado ali, na vã esperança de me fazer ler ou ver alguma coisa.
A partir de hoje, vou começar a listar aqui as empresas, grupos ou prestadores de serviços que abarrotam as maçanetas do portão de casa, ou dos meus carros, ou mesmo minhas caixas de correio, com panfletos, jornais e o escambau. A caixa de correio, pensando bem, até passa, pego a publicidade junto com a correspondência, separo e jogo fora – aliás, a maior parte da minha correspondência vai para o lixo, invariavelmente.
A partir de hoje é lei aqui em casa: não compramos, usamos ou contratamos mais nada que se faça anunciar enroscando papel nas minhas maçanetas. Poderia colocar um monte de nomes aqui, já, mas vou adotar o princípio (?) do Projeto Ficha Limpa, só vai pra lista quem colocar lixo nas nossas portas a partir de hoje.
A primeira é cadeia de lojas Ponto Frio. Bem hoje, dia de começo de Copa do Mundo, eu pensando em comprar um LCD de 180 polegadas pra ver os jogos... Vou dar uma circulada depois e visitar HM, Casas Felipe, Buri ou Arapuã para consultar as ofertas pessoalmente.
(ATUALIZANDO EM 14 DE JUNHO, ÀS 10h53)
Em polvorosa por ter sido citado no BLuc, o colega jornalista Ronaldo Kracieski, que entre o preparo de um jantar e de outro faz um biscate como assessor de imprensa da Câmara de Vereadores de Cascavel, revela que a desagradável prática de se anexar panfletos nos automóveis também fere a lei.
Explica o escriba-cozinheiro que a lei 4.593/2007, criada pelo então vereador Juarez Berté, alterou o chamado Código de Posturas do Município, determinado pela lei 2.027/1989. O projeto de três anos atrás proíbe a colocação de impressos nos automóveis, permitindo somente a entrega em mãos. Não há menção sobre caixas de correspondência ou portas de imóveis.
Anexar panfletos aos automóveis, portanto, é contra a lei. Mas tudo em Cascavel é contra a lei, já que para nada há fiscalização e, quando há, é corrupta – basta analisar como funcionam as regulamentações para casas noturnas.
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