Impossível, por motivos óbvios, sair de um velório com boa sensação. Mas, até para uma circunstância mórbida como uma despedida dessa, percebi algo bem esquisito agora à tarde, quando fui dar meu até logo ao Gilnei Faoro.
Gilnei, para os que não o conheceram, foi piloto de corridas aqui no Paraná. Conheci-o em fim de carreira, já em participações esporádicas na Copa Corsa, ao mesmo tempo em que tratava de garimpar patrocínio e espaços em mídia para mostrar o bom início de carreira do filho Gabriel no motocross. Fez sucesso e fama, Gilnei, nas corridas de Hot-Dodge, categoria que ajudou a criar nos anos 80. Ajudou a fomentar o automobilismo e, principalmente, a contar a história do automobilismo daqui, sempre do jeito debochado e irreverente que foi marca sua.
Despedir-se de um amigo é sempre ruim, apesar da promessa de que haverá o reencontro nalgum lugar, aquela balela toda que ninguém pode mostrar preto no branco, e por isso é que vejo algum sentido em nossa vida medíocre. Chamou-me atenção a atitude do padre que rezou a missa no velório. Encerrou-a aos prantos, mas pedindo alegria, citou Cristo, a promessa do reencontro, todas essas coisas.
O time, o nosso time, dos tarados por corridas dos carros, tem diminuído com assustadora rapidez. Estamos, nós do automobilismo aqui de Cascavel, perdendo amigos, adversários, ídolos, referências. Pior, estamos perdendo pessoas.
Meio besta, essa nossa vida. Para Gilnei, a partir de hoje, vida nova. Foi o que o padre prometeu.
1 comentários:
Que nosso amigo Gilnei Faoro, sempre extrovertido e de bem com a vida, descanse em paz. Com certeza está num lugar melhor que o nosso!
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