sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A história do Flavião nas páginas

Dias atrás tive a satisfação de, depois de anos e anos, conversar com Flávio Trindade Neto. Por obra e graça de seu parceiro Aloysio Ludwig, parceiro dos bons – dele e meu. Os dois matavam uma garrafa de vinho num boteco qualquer de Curitiba, parece-me. Um dos primeiros reflexos de qualquer um a uma mesa de bar é passar a mão no telefone e ligar para quem inadvertidamente tenha sido citado na conversa. Suposições minhas, apenas.

Como vou a Curitiba na semana que vem, combinei com Flávio e Aloysio uma rodada de chope. Não lembrei na hora, mas devo sugerir-lhes a Cervejaria da Villa, que vem a ser o bar da Mateus Leme. Foram esses dois, Flávio e Aloysio, quem me abriram a primeira chance de trabalhar no automobilismo fora da redação do jornal, isso lá pelos idos de 1994, quando pilotavam um Chevette prateado no Campeonato Paranaense de Marcas. Ganharam a primeira e a última etapa, numa delas foram desclassificados, eu cuidava da divulgação da equipe.

Enfim, nada disso importa. O que importa é que retomar o contato com Flávio permitiu-me saber que ele acaba de finalizar sua biografia. “Objetivo definido” é o título do livro, que sai dos fornos do paulista Grupo Editorial Scortecci e tem lançamento previsto para 30 de novembro. Um livro em que Flávio conta sua trajetória como profissional do automobilismo, que durou 29 anos.

Da maneira como Flávio descreve, a trajetória é mesmo digna de livro. Um garoto sonhador de classe média-baixa resolve sair da arquibancada do autódromo para ser piloto profissional, sem ter nada de verba ou de conhecimento para isso. À custa de muita batalha e muito improviso, consegue, desde o kart, ser profissional. “Obrigatoriamente profissional, para poder sobreviver”, frisa. Passa por todas as categorias de turismo até chegar à Stock Car. Também passa pelo Sul-Americano de Superturismo, 24 Horas de Daytona, Fórmula Truck e conquista o bicampeonato das Mil Milhas Brasileiras pela Porsche - Flávio defendeu a Porsche, uma das minhas casas atuais, entre 1996 e 2002.

A trajetória automobilística de Flávio contempla também o trabalho administrativo, uma fase em que sua secretária o tratava como “seu Flávio”, o que me soava estranho. Ele esteve na linha de frente da obra que, de 1994 a 1996, converteu o Autódromo Internacional de Curitiba de um banhado com asfalto no meio ao melhor do Brasil, isso é opinião minha. Foi diretor do AIC por sete anos. Depois, esteve do lado de trás do balcão na Fórmula 3 sul-americana e na Fórmula Renault, e também desenvolveu, ao lado do mago argentino Oreste Berta, um protótipo de carro esportivo para uma empresa brasileira.

Não é meta minha contar aqui tudo que Flávio Trindade fez. Até porque não sei da missa o terço. Mas “Objetivo definido” já está na lista de prioridades. Com um pouco de sorte, consigo me convidar para o lançamento, que não sei se vai acontecer em Curitiba ou São Paulo.

Como já comentei por aqui, não estabelecemos ainda, os livros e eu, uma relação das mais cordiais. Pecado capital para alguém que se presume jornalista. Vagabundo de carteirinha, só leio livros escritos por amigos, o que é um critério ridículo. Talvez, com “Objetivo definido”, eu pegue o ritmo de ler um volume por mês, depois um a cada 15 dias, depois um por semana.

Acho bem improvável, mas é um propósito, afinal.

2 comentários:

Grünwald disse...

Aguardo tua resenha para o Fórmula Grün assim que tiver lido o livro!

Abração
Grün

Daniel Procopio disse...

Vou querer comprar um. Deve ter boas historias. Grande Flavio.