Para mim, egoísta nato, a Páscoa ganhou um significado especial quatro anos atrás. Que pode até ter relação com o que se prega como razão da data ser lembrada todos os anos, embora não haja propriamente uma data, mas o domingo que sucede uma quantidade determinada de fases lunares contadas a partir de um acontecimento que foge aos meus conhecimentos.
Enfim, era 10 de abril de 2006, uma segunda-feira, seis dias antes da visita do coelho. Sou bom para guardar datas e fazer contas, vê-se. Juli, a dona da chave lá de casa, deu as caras lá no escritório. Apareceu depois das 18h, na esperança de que ninguém mais estivesse por lá. Não esperava que Luiz Silvério fosse me visitar àquele horário. Chegou, deu-nos um oi e, toda pimpona, me entregou uma sacolinha.
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Não a havia acompanhado ao exame, tinha certeza de que não apontaria o que ela imaginava. Perdi a chance de ouvir o coraçãozinho do menino fazendo todo aquele barulhão. Lição que ficou, a de que toda certeza é refutável, sobretudo as minhas. E aquele foi um dos momentos que mais me deixaram embasbacado na vida. Luc Júnior estava a caminho, e daquele instante vou lembrar várias vezes todo ano, em época de Páscoa.
Lembrei na quinta-feira à noite, ainda em casa. Como viajaria cá para São Paulo, Juli antecipou em alguns dias a entrega de um ovo do meu chocolate preferido, o Laka. “Quatro anos atrás eu dei seu chocolate mais cedo, e agora tenho que antecipar de novo”, foi o que ela disse, talvez não exatamente com essas palavras. Travei, fiquei olhando atônito pra ela. Que percebeu meu déjà-vu e caiu na gargalhada. “Não, não, não, desta vez não tem nenê, não”, esclareceu.
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Aliás, tenho compromisso para amanhã. Não faço nada antes de terminarmos, Luc Jr. e eu, o fantoche-porquinho, concebido a partir de uma garrafinha de água mineral. Será cinza, ou cor-de-rosa.
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