O Brasil deu adeus, hoje, a Armando Nogueira. Um mestre das letras.
Muito se escreveu hoje, muito se falou, muito se lamentou sobre o fim da vida do jornalista voador. Muitas vezes li e ouvi sobre "a perda de Armando". Perda? Perda, nada. Foi ganho dos maiores, para o Brasil e para o bom jornalismo, terem convivido com Armando por 83 anos. Seu ciclo chegou ao fim, como os nossos chegarão, o seu e o meu, e não será cedo ou tarde, será no momento reservado.
Registros e literaturas não faltam sobre Armando Nogueira. Falei uma vez com ele, por acaso. Liguei numa sexta à tarde para a Xapuri Comunicação para cobrar a coluna dele, sempre um primor de coluna, que estava atrasada para a edição de domingo, ele próprio atendeu. Com presteza que me surpreendeu. Não imaginava, na minha inocência de então, que alguém do quilate de Armando Nogueira atendesse telefones.
Minha convivência prática com seu trabalho foi essa, diagramar – ou copidescar, na época em que vinha por fax – a coluna dele que meu ex-jornal publicava às quartas e aos domingos. "Na grande área", era o nome. Lia todas com a admiração exigida pela poesia profética, ou pela profecia poética, que emanava das entrelinhas daquelas crônicas.
Afora a competência que o tornou ícone do jornalismo brasileiro, Armando Nogueira era, sim, um poeta do jornalismo. Aqui, por exemplo, cito um entre zilhões de exemplos de seus deliciosos textos.
Os mais novos que eu não ficaram tristes hoje. Não conheceram Armando Nogueira, nem por nome. As faculdades de jornalismo sequer falam de Armando Nogueira. Da academia dos dias de hoje, não vai emergir nenhum novo Armando Nogueira.
Tudo isso é uma grande pena.
0 comentários:
Postar um comentário