Não vi nada a respeito nos jornais daqui, o que dá margem a um exagero aqui ou ali, embora os jornais sempre exageram para cá ou para lá, também. Mas a história assim me foi contada ontem por um sujeito a quem dei carona. Por pura frescura, não cabe identificá-lo.
O fato pitoresco é de segunda-feira, meio da tarde, no Alto Alegre, um bairro aqui de Cascavel. Fosse numa cidade grande, eu identificaria como da Zona Oeste, o que não faria a menor diferença. O sujeito em questão voltava para casa numa bicicleta por uma via preferencial, no caso a Rua Cuiabá. Em determinado cruzamento, um acidente, ou incidente, com um motociclista afoito que ensaiou avançar a preferencial. Toque leve, roda dianteira com roda dianteira. O rapaz da moto foi para o chão. O da bicicleta conseguiu firmar um pé no asfalto, não caiu.
Até aí, um incidente normal, desses que acontecem a todo momento à custa dos abusos do trânsito. Mas mal haviam passaram cinco segundos, segundo a narração do meu ilustre caroneiro, para soar a sirene de uma viatura policial que por ali estacionava. E o motoqueiro, que se preparava para levantar do asfalto, foi, digamos, gentilmente convidado por um dos policiais militares a permanecer deitado. Com direito a arma apontada, coisa de cinema brasileiro.
Fato é que ele havia roubado a motocicleta instantes antes, num local a oito quadras de onde caiu. A vítima acionou o telefone de emergência e a dupla de policiais, que estava por perto quando a ocorrência foi comunicada via rádio, rapidamente encontrou o ladrão pelo bairro. Algumas sequências de conversões pelas esquinas do Alto Alegre foram suficientes para o infeliz despistar os PMs. Que estavam à procura de seu rastro quando passaram pelo local do incidente. No momento em que o motoqueiro-ladrão beijou o asfalto, o carro da polícia estava a 60 metros dali.
Ri quando ouvi o relato. Há gente mais azarada que eu. Quisera todos os bandidos fossem azarados assim. Só os bandidos pobres o são.
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