A São Paulo Indy 300, aqui no Anhembi, proporciona reencontros, também. E, batendo papo sobre uma turra de coisas que estão de alguma forma ligadas ao evento, lembrei de um textinho que escrevi dia desses e que acabei incluindo em um material já publicado pela revista Racing.
Reproduzo aqui, torcendo para Venício Zambeli e Rafael Munhoz não me pedirem a cabeça lá na editora.
Há 14 anos, a largada para a história da Indy no Brasil
André Ribeiro é o único brasileiro na lista quíntupla de pilotos que revezaram as vitórias no evento da Cart em Jacarepaguá
Luciano Monteiro
Corrida de Fórmula Indy no Brasil pode soar como assunto antigo a muitos pares de ouvidos. Afinal, de 1996 a 2000, o país recebeu cinco provas da Fórmula Cart, à época tratada como Indy por muitos espectadores e até profissionais do meio automobilístico. A primeira edição da prova num oval incorporado ao autódromo de Jacarepaguá aconteceu em 17 de março de 1996. André Ribeiro venceu e levou a torcida ao delírio. Sete pilotos do Brasil completaram a prova na zona de pontos, restrita aos 12 primeiros colocados.
O treino classificatório para a prova de 1997 deu à torcida a impressão de que o domínio caseiro seria mantido. Foi só impressão. Maurício Gugelmin e Roberto Pupo Moreno – que substituía o acidentado Christian Fittipaldi – nacionalizaram a primeira fila do grid. Os dois bateram e abandonaram e a vitória foi de Paul Tracy, da Penske, sua terceira consecutiva no campeonato que acabaria sendo conquistado por Alessandro Zanardi. Raul Boesel, em quinto, foi o melhor brasileiro. Além dele, o país só marcou pontos com Gil de Ferran, em 11º.
A prova de 1998 teve resultados ainda mais esquálidos para os brasileiros, apesar de três deles terem largado entre os cinco primeiros. De todos os brasileiros, só quem se manteve na pista até o final foi Gugelmin, nono colocado. O domínio em quase toda a corrida foi de Zanardi. Quase. Nas voltas finais, enquanto via-se às voltas com o retardatário Arnd Meier, Greg Moore tomou-lhe a liderança em definitivo com uma ultrapassagem que arrancou sonoros aplausos da torcida. Dos 28 pilotos que largaram, 13 abandonaram.
A Rio 200 de 1999 teve um momento histórico. A tradicional ordem “senhores, acionem seus motores” foi dada ao vivo pelos cosmonautas russos que orbitavam a Terra tripulando a estação espacial MIR. O áudio transmitido também pelo sistema de som do autódromo levou ao delírio o público presente a Jacarepaguá, onde o clima já era mais do que festivo. Christian Fittipaldi largava da pole, mas terminou a corrida em terceiro. Juan Pablo Montoya, que conquistaria o título daquele ano, foi ao degrau mais alto do pódio.
Em 2000, a bandeirada da vitória foi dada ao mexicano Fernandez. Cristiano da Matta, quarto, foi o brasileiro melhor colocado. A corrida acabou sendo a última da categoria no oval batizado com o nome de Emerson Fittipaldi. Disso não se sabia enquanto Fernandez estourava o champanhe no pódio. E coube ao então prefeito César Maia dar cabo à história do Rio na categoria, alegando gasto excessivo com o evento. Não foi seu último e nem seu pior ato no processo que sepultou a Cidade Maravilhosa para o mundo das corridas de carros.
2 comentários:
TENHO SAUDADES DAQUELA EPOCA.
Nossa, muita saudade daquela época....tão diferente da F1....os boxes de Jacarepagua parecia mais uma grande familia a motor.
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