Ando com tempo e dinheiro sobrando, então resolvi que vou arrumar para a cabeça mais uma vez. Não fiz a festa do aniversário, que foi hoje, então vou organizar outra que já foi sucesso em outras seis edições - oito, considerando as que foram organizadas por amigos meus.
Não tem data, ainda. Seguramente, um fim de semana qualquer entre julho e setembro. Bom cardápio, música ao vivo de qualidade, cerveja gelada a preço de custo e, de lambuja, algum dos participantes voltando para casa de carro novo.
“Carro novo”, claro, é um eufemismo. Como sempre faço, já que a participação na festa custa alguns dinheiros, uma das vítimas leva para casa um Fusca. Tenho três em vista e defino a compra de um deles até o final do mês. A partir daí, é reservar local, marcar a data, escolher os músicos que vão animar a festa e, claro, fechar a lista de participantes.
Que vai ter 200 nomes, cada um identificado por um número, de 001 a 200, é óbvio, porque não vou fazer 013 A, 013 B e 013 C para atender os que sempre querem concorrer com o número 013. O participante morre com R$ 30 por número. Há também os que entram na lista e não dão as caras no dia da festa. Uns esquecem, outros têm coisa mais importante para fazer, outros não moram em Cascavel e abrem mão do rango de primeira e da boa música apenas pelo gosto de concorrer a alguma coisa. Esses também são aceitos, claro, embora eu prefira que todos apareçam para dar despesa.
O rango, claro, sempre tem destaque para o costelão ao fogo de chão preparado pelo Nardão, o Elizeu, o Rodrigo, o Betinho e outros sócios da rafuagem. Esses tarados mentais se reúnem às cinco da madrugada para começar o preparo da carne e, acreditem, adoram fazer isso. Tem louco para tudo, enfim.
O sorteio é feito por eliminação, com todos os números sendo retirados de uma urna improvisada, um a um, pelos próprios convivas. O último que resta aponta o vencedor. O processo é demoradinho e vale a pena por envolver todo mundo. E deixa clara a lisura da escolha de quem leva o brinde.
Inventei uma palhaçada dessas em 2006. A ideia era arrecadar algum para terminar de montar o quartinho do Luc Júnior, que à época era um volumezinho na barriga da Juli. Lademir Dal Vesco ganhou o Fusca ano 1972. Lucro, não deu, mas a brincadeira foi animada e o eleitorado tratou de exigir outra edição. E assim foi, uma outra, mais outra... Na seguinte, uma Brasília 1977 (essa bonitona aí da foto), o ganhador foi Rony Grelak. Depois, Fabiano Sperafico levou uma Brasília 1980. Fiquei puto, porque minha irmã ficou entre os três “finalistas” e àquela altura eu já estava na torcida por ela.
O quarto, outro Fusca 1972, foi partilhado entre Lademir Dal Vesco – ele, de novo – e o trio formado por Thiago Klein, Ingmar Biberg e Marcelo Kusmirski, uns mortos-de-fome que estavam sem dinheiro e só despenderam 10 pratas, cada, para concorrer. Venderam e racharam, sei lá como resolveu-se. O quinto foi um Fusca 1966 que não tinha maçanetas, portas e capô eram acionados por um controle remoto, e até hoje eu fico imaginando como o dono se vira quando acaba a bateria do carro. Luiz Dall’Agnol, o leiloeiro, ganhou e decidiu que iria pôr o carrinho no jogo de novo – fez a festa, toquei o sorteio a pedido dele e, quando restavam apenas dois números na cumbuca, um deles era o dele próprio, o leiloeiro, que dividiu o prêmio com um vendedor de bebidas da Skol, não sei quem é o sujeito. Essa, não conto como minha.
A última vez que pus um fusquinha na fogueira, um 1971 que a Juli quis segurar em casa de tão bonzinho que era, foi para o Moacir di Camargo. Que, tal qual Dall’Agnol, fez uma festa nos mesmos moldes, promoveu um sorteio, fui lá participar e prestigiar, quem ganhou foi uma senhora chamada Iracema, não a conheço, mas não esqueço a festa que toda a família da dona Iracema fez. Ah, bem lembrado. Quem conhecer a dona Iracema, avise-a que o estepe ainda está aqui em casa.
Enfim, a brincadeira está lançada, mesmo sem data definida e sem o carro estar na minha garagem. Quem abre o preenchimento da lista de números?
(ATUALIZANDO EM 13 DE MAIO, ÀS 17h02)
Acabo de confirmar a festa para o sorteio do fusquinha. Vai acontecer no dia 10 de julho. Caso haja jogo da seleção brasileira nesta data, a gente providencia um telão no local da festa - ainda não defini qual sede de associação vamos tomar para o quiproquó. Embora, em julho, a seleção brasileira vá estar em casa há muito tempo...)
2 comentários:
adorei esse post! nosso como eu gostaria de fazer um churrasco como esse em minha casa!
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