sexta-feira, 30 de abril de 2010

Acho que já vi isso... Com a mesma qualidade!

De tempos para cá, virou moda falar em déjà vu. Um tiro psicológico que leva qualquer pessoa à impressão de já ter visto ou vivido, noutras ocasiões, determinada situação do presente. Elefantes, parece-me, convivem bastante com o tal déjà vu, que numa tradução livre do idioma francês significa “algo já visto”.

Foi exatamente essa a minha sensação semana passada, véspera de feriado, quando fui ao Square Bar acompanhar o show de lançamento do novo CD de sertanejo universitário da dupla Everton & Alex. Ótimos artistas, os dois são filhos de Valdecy Durante, que duas décadas atrás atacava como primeira voz da dupla Valdy & Valdecy.

Nem só o bom repertório e o excelente desempenho dos cantores me chamaram atenção. Juli não entendeu nada, já que não tem um currículo de botecos tão vasto quanto o meu. Eu via na atuação de Everton a reprodução do que fazia o velho Valdecy há quase 20 anos, no palco do Kantu’s Bar, ou no do projeto “Música no Calçadão” pelo qual a Secretaria de Cultura de Cascavel oferecia um show gratuito à população a todo domingo.

Além da semelhança física, embora Everton tenha cabelos – Valdecy, em 1991, já tinha a calvície destacada –, a voz é a mesma, o sotaque é o mesmo, os trejeitos são os mesmos, como também é exatamente igual ao do pai seu jeito de afastar a boca o microfone virando a cabeça para o lado direito.

Valdy & Valdecy foram, de certo modo, pioneiros da música sertaneja em Cascavel. Não foram os primeiros, embora, para seu tempo, tenham ido mais longe que qualquer outra dupla. Gravaram três discos, dois deles ainda em vinil e o último já em CD, uma baita novidade. Como bem define o cantor e compositor Flávio Aquino, da dupla com Gabriel, “era muito mais difícil gravar um disco na época deles do que agora, os caras foram heróis”.

Eu, do alto dos meus 13 anos de vivência, costumava bancar a reprovação do meu pai (saudades) e me enfurnar nos botecos ou no calçadão para acompanhar de cabo a rabo as apresentações de Valdy & Valdecy.

No início, antes do disco, eles eram Valdir & Valdecir, mesmo, os nomes verdadeiros. Os Y foram frescura de algum empresário paulista.

Valdir era, ou ainda é – faz muitos anos que não o vejo –, um exímio guitarrista. Músico de primeira, como Alex, que durante seus shows toca um pouco de tudo e faz a diferença quando põe uma sanfona no colo. Valdecir, vejo-o a todo momento nos shows de seus rebentos, parou de cantar e concilia, valente, o gerenciamento da carreira de Everton & Alex com o combate aos problemas de saúde que o debilitaram bastante nos últimos meses. Vai vencê-los para saborear o sucesso de seus talentosos meninos.

Sucesso que é fruto de um trabalho que costumo acompanhar sempre, por aqui. Suas músicas estão tocando bastante nas principais rádios paranaenses. Hoje, não preciso mais convencer meu pai de que devo estar nos shows – o que, reconheço, é uma pena.

E a propósito de minha ida aos botecos que ofereciam música ao vivo na minha puberdade, tem uma historinha legal, também, envolvendo seu Neinha. Conto-a aqui em outra ocasião.

2 comentários:

Fernando disse...

Ola amigos
vc que gosta de automobilismo visite meu blog.
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Abraços e parabéns pelo site.

Unknown disse...

Voltei à adolescência. Valdy e Valdecy embalaram sonhos e noites no Kantu's Bar. Destaco que a dupla fez a abertura do Show de João Paulo e Daniel (lembra-se?), em fevereiro/92 e me agradou mais que os artistas nacionais. Deixa Rolar foi trilha de momentos saudosos