Antes de mais nada, é necessário lembrar que esse post aqui é repetido, á o tinha publicado em outubro do ano passado. Resgato-o para retomar a sequência à nossa série de corridas malucas - outra que vou tentar manter, contando para isso com indicações e palpites da parca e seleta audiência. Essa série, cabe lembrar, já trouxe corridas de ônibus, jericos e vans.
Antes de qualquer coisa, é preciso ressaltar que minha fonte foi uma conversa em mesa de boteco, no início da semana. Quem narrou com detalhes a existência dessa modalidade sobre rodas foi Juliano Flea, e como eu não estava a trabalho no boteco não vou lembrar todos os detalhes. Devo lembrar o suficiente para dar-lhes uma ideia do assunto.
Juliano, candidato a baixista na banda que vai acompanhar a dupla Luc & Juli em algumas apresentações entre o fim do ano e o fim do mundo, é nativo de Naviraí, cidade de Mato Grosso do Sul. Perspicaz como poucos, percebeu, pelo boné e a jaqueta que eu usava no boteco, que trabalho com corridas. E contou que Naviraí é pródiga em uma modalidade bem pitoresca de arrancadas. Por lá, fazem-se arrancadas de carriolas.
Achei que fosse brincadeira, mas não é. Ou melhor, é. Tudo acontece no mais absoluto ambiente de festa, e festa de galera precisa ter gole, é o que dizem pelas bandas de cá. Conta o Juliano que uma rua do centro da cidade – Rua México, descobri depois – é fechada para as provas, que têm uma pista de 100 metros, a lateral de um quarteirão. Compete-se em duplas. Na ida, fulano empurra a carriola em que cicrano vai sentado. Na volta, trocam-se as funções.
Como toda competição que se preze, o arrancadão de carriolas, que teria sido criado pelo grupo "Os Pinga", tem regulamento. Antes das baterias, todos os participantes bebem muito. Não só pelo prazer que beber proporciona, mas para que o trabalho de pilotos e navegadores, por assim se definir, torne-se ainda mais difícil. Regra é regra, afinal.
As carriolas são “tunadas” (acho essa palavra horrível) e existe até uma carriola médica. Vermelha, com uma cruz branca de cada lado. Cidadão que passa mal é trazido de volta na carriola médica, que tem um kit de soro devidamente acoplado. Não preciso dizer que, em vez de soro, há um litro de algum destilado qualquer para as devidas intervenções no socorrido.
Fuçando no YouTube enquanto preparava este post, encontrei uma sequência de vídeos postados por uma tal equipe “Powerguido”. Escolhi a esmo esse aí de cima. Pelo que entendi, “Powerguido” e “Os Pinga” são grupos adversários nessas animadas disputas.
Essas provas, contou-me Juliano, acontecem umas três ou quatro vezes por ano. Preciso dar um pulo em Naviraí qualquer hora dessas.
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