As devidas reparações

Tem gerado bastante ruído um comentário que postei ontem aqui no blog sobre Lula. Ruído é linguagem acadêmica, identifica uma situação em que quem emite uma mensagem, ou quem a recebe, não tem a mínima ideia da merda que está fazendo. Ou ambos, ocorre muito.

Enfim, vamos às devidas e aguardadas reparações:

Onde consta “Sem trocadilhos, não tenho nenhum voto de especial apreço por Lula e não vai ser seu novo drama que vai me pôr em demagógica condição de bom moço”, o que eu quis dizer foi “Sem trocadilhos, não tenho nenhum voto de especial apreço por Lula e não vai ser seu novo drama que vai me pôr em demagógica condição de bom moço”.

No trecho onde falo “Não torço contra, claro, apesar do meu azedume dos últimos dias”, leiam “Não torço contra, claro, apesar do meu azedume dos últimos dias”. Quero, mesmo, que Lula saia logo dessa, com a saúde reestabelecida.

Onde digo “(...) que reconheça a importância do bom tratamento que lhe terá sido dispensado e dela faça uma sólida plataforma de ação (...)”, entendam o que quiserem.

Por fim, onde escrevo “O povo pobre para quem Lula prometeu governar (...), e que continua dormindo na fila do posto de saúde (...), também precisa de médico. E não tem”, identifiquem a maior vontade do mundo, de verdade, de me ver obrigado a uma retificação.

Nem Lula e seu time, nem o que veio antes dele, nem o que o sucedeu, ninguém teve peito, esse é o termo, para amenizar a má situação. Gastaram muito mais, todos eles, com outdoors, VTs de 30”, flyers promocionais e anúncios de página inteira que com contratação de médicos e aquisição de medicamentos. Aceito e engulo todas as evidências em contrário; se for só opinião, podem guardar pra vocês, já tenho a minha.

Embora não tenha feito a mínima apologia à campanha lançada por algum desocupado na internet, sobre Lula se tratar no SUS – sugestão carregada de ironia, que não teria qualquer aplicação ou cabimento –, vejo uma dose imensurável de hipocrisia lendo caciques e fieis do partido de Lula queixando-se do preconceito com que os tais desocupados trataram o ex-presidente.

Ora, que vão todos à merda. No cu do povo não dói, né?