
A parte que interessa para o contexto de ora, em se tratando do vídeo, dura 15 segundos, entre os 2min13s e os 2min28s. Houve até quem achasse divertida a comemoração de Djalma Fogaça, dono e chefe da equipe. Djalma, Danilo e toda a equipe haviam vivido, momentos antes, uma carga descomunal de estresse – o piloto cravou a volta mais rápida da primeira fase do treino classificatório e, antes do início da Superpole, que devolve os oito melhores à pista para uma caça à pole partindo da estaca zero, teve sua desclassificação anunciada. Largaria em último.
Falei hoje com Djalma a respeito. Perguntei o que lhe passou pela cabeça quando jogou fones, boné, tudo para longe, quando chutou o tambor de lixo. “Aquilo foi um ‘chupa’ bem grande, do tamanho do mundo”, confirmou o ex-piloto.
O intervalo entre as duas fases da tomada de tempos foi mais longo que o habitual. Isso porque, anunciada a punição a Danilo, o chefe de equipe correu à torre para cobrar explicações dos comissários desportivos. Que puseram-se a analisar a situação e anularam a punição, mantendo o piloto da Ford na disputa pela pole, da qual acabaria saindo vencedor.

A desclassificação de Dirani, anulada momentos depois, deu-se pela alegada emissão de fumaça em excesso, uma análise feita pelos comissários técnicos. É uma regra que vale para durante as corridas, também. “Está claro que podemos fazer fumaça, sim, o que não pode é ter um excesso de fumaça, e isso não tínhamos”, esclarece Djalma. “Quando os comissários desportivos acataram o regulamento, fui perguntar a ele o porquê de ter colocado nosso Truck na lista. Rapidinho, ele falou que não foi ele. Covardia”, queixou-se.
Djalma, em nenhum momento, citou o nome do comissário técnico a quem acusa. Eu não estive em Curitiba – aliás, não vou a uma corrida da Truck desde a etapa de Goiânia, em 2009 –, também não fui atrás de saber quem eram os comissários. E fez questão, embora suspeito para abordar o assunto pela óbvia condição de interessado direto, de elogiar a postura dos comissários desportivos na anulação da desclassificação. “E parabéns aos comissários que estavam na torre, que corrigiram um erro que nem deles era. Voltar atrás em certas ocasiões tem mais mérito que apontar o acerto”, filosofou.

Djalma Fogaça é uma das figuras que mais admiro no automobilismo. Tem uma história sólida e digna de um livro e não costuma temperar seu discurso com mimos políticos. Lembro bem da entrevista que ele deu ao pessoal do site Carros e Corridas, essa aqui. Falou o que tinha para falar.
E devo a ele, ainda, a edição uma entrevista que me concedeu uns dois anos atrás para uma revista. Acabou não sendo publicada, a revista.
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