Cascavel e a Truck

A Copa Brasil de Caminhões, em 1987, e a última corrida da Truck em Cascavel, 20 anos depois

Se Cascavel não voltar de vez ao cenário nacional do automobilismo, não terá sido por falta de empenho do prefeito.

Edgar Bueno, que encampou de vez a causa do Autódromo Internacional Zilmar Beux, tem se mexido. No último fim de semana, por exemplo, esteve em Curitiba, acompanhando a penúltima etapa da temporada da Fórmula Truck.

Mais que torcer pelo piloto Pedro Muffato, que é cá de Cascavel – e que também já foi prefeito da cidade, nos anos 70 –, Edgar esteve na capital para apresentar à direção da Truck, em papel, como ficará o autódromo daqui a partir do próximo ano.

Edgar está ao centro da foto. À esquerda aparecem Roberto Cirino, diretor operacional da Truck, e Rubens Gatti, presidente da Federação Paranaense de Automobilismo. À direita, Neusa Félix, presidente da categoria, e Muffato, um óbvio entusiasta da ideia.

Muita coisa terá de ser feita, e Edgar garante a quem perguntar que tudo estará concluído em tempo para o início das competições de 2012. O trabalho, de momento, contemplará várias frentes. A principal, citada em exigências por quaisquer dirigentes de categorias, é o alargamento da pista, que passará ao mínimo de 12 metros.

Os boxes atuais, arcaicos, serão demolidos, e 36 novos boxes (se não me engano com 8m de largura e 11,8m de comprimento) serão construídos em novo local. Os atuais acompanham a reta principal; os novos vão acompanhar a reta que liga a curva Um ao famoso e respeitado Bacião.

Essa segunda reta, aliás, vai incorporar uma das mudanças mais trabalhosas – a mudança de topografia. A elevação sobre a qual foi asfaltada em 1973 dará lugar a um trecho plano, em nível adequado ao dos novos boxes. Quanto ao Bacião, como alternativa para diminuição da velocidade dos carros, haverá uma nova chicane, pelo lado direito, o externo.

Neusa Félix não esconde a boa vontade da Truck de voltar a Cascavel, onde aconteceram as primeiras tentativas de realização de corridas de caminhões no país – foi em 6 de setembro de 1987, quando o autódromo recebeu a 1ª Copa Brasil de Caminhões. Foi também em Cascavel que aconteceu a primeira das quatro corridas de demonstração da categoria em 1995, já no formato que a Confederação Brasileira de Automobilismo homologou para o primeiro campeonato oficial, disputado no ano seguinte.

A última aparição da Truck por aqui deu-se em 7 de março de 2007, com vitória de Geraldo Piquet, e nesse dia eu estava em Curitiba prestando locução de arena à etapa brasileira do Mundial FIA WTCC e aproveitaram minha ausência para jogar na minha conta uma lambança que aprontaram em Cascavel, águas passadas. Salvo lapso de memória, de 1995 a 2007, a cidade só ficou fora do calendário uma vez, não me perguntem em qual ano foi.

Edgar Bueno voltou satisfeito de Curitiba, com a perspectiva de que a cidade possa receber a Truck depois de cinco anos. A corrida pelas bandas de cá seria em julho de 2012, com um esforço não negado por parte dos cascavelenses que tratam do assunto para que aconteça um pouco antes disso.

Não é de hoje que Edgar vem tentando dar ao autódromo de Cascavel a importância que ele merece. Pouco mais de dois anos atrás, por exemplo, encontrei-o em meio ao grid do Itaipava GT Brasil, a foto aí abaixo testemunha sua ida a Interlagos para iniciar contatos com a categoria.

Não só por termos aqui a melhor pista de corridas do Brasil – costumo dizer que só falta um autódromo em torno dela –, mas é óbvio que torço pelo sucesso do trabalho de Edgar e sua equipe. Se não por outros motivos, porque isso me faria economizar uma boa grana em hotel e passagens aéreas.