sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Lixo e putaria

Seria no mínimo injusto medir uma cidade desse tamanho por uma caminhada de pouco mais de um quilômetro pela Avenida 9 de Julho. Se o fosse fazer, definiria Buenos Aires em duas palavras: lixo e putas.

O lixo é amontoado em sacos a cada tantos metros, no passeio público. À noite, como agora, quando Jorge, Luiz Alberto, Thomaz e eu fomos a pé jantar, já está todo revirado pelos andarilhos que ali buscam restos recicláveis para venda ou outros fins. É uma porquice sem tamanho. Os mesmos moradores de rua que, quando voltamos, formavam uma extensa fila para a distribuição do sopão da madrugada. Sim, há argentinos solidários que socorrem seus semelhantes com ações voluntárias.

Se você leu até aqui, é muito provável que esteja interessado mais nas putas que em lixo e mendigos. Buenos Aires tem muita puta. Não vi nenhuma, a bem da verdade. Acho. Houve duas, digamos, ocorrências no caminho de volta do jantar para o hotel. Na primeira, eu disse que não era e o Thomaz disse que era. Na outra, eu falei que era e Thomaz negou. Não perguntamos, afinal essas argentinas devem bater dolorido.

Mas a comunicação externa das putas é forte e eficiente. A sujeira que em rincões como Cascavel se faz com adesivos anunciando telefones de centrais de mototáxi ou com santinhos de políticos é constituída, cá pelos lados portenhos, com propagandas de putas. Para todos os gostos, bolsos, riscos.

Colam a beirada dos santinhos das santinhas em tudo. Orelhões, paredes, placas publicitárias, postes. Nesses 12 quarteirões, vim pegando um de cada. Luiz Alberto disse que só me falta comprar o álbum para colar as figurinhas. O que não seria má ideia, já que até separei, antes de preparar a foto aí de cima, um catatau de anúncios repetidos. Dá para trocar, se você também tiver anúncios de putas repetidos.

Tenho um amigo que vem sempre à Argentina. E, quando volta para casa, não tem nenhum no bolso. Acuso-o, sempre, de ser viciado em cassinos. Agora vejo que tenho sido injusto com ele.

2 comentários:

Scotton disse...

oooo Camarão, entregando os amigos assim, meu? Acho que sei que amigo é esse, um viciado em poker não? rsss
Enfim, percebe-se que até as prostitutas argentinas são mais "espertas" que as brasileiras, não ficam na rua nem anunciando em jornais ou sites, o melhor marketing é a panfletagem! kkkk
E acho eu que a Juli não deve ter gostado muito dessa postagem!!!
Abração e parabéns pela transmissão, tá "grandão" hein, no Speed Channel ao vivo!!!

Unknown disse...

Puxa, que surpresa. Durante uns 15 anos fui à Argentina (F2,F3, Mundialito, Superturismo e outras) pelo menos uma vez por mês. Aprendi a falar castelhano de tanto ir para lá e por questão de dias, não estaria casado com uma portenha. Mas, faz tempo que não vou para lá, pelo menos uns oito anos, pois não fui a nenhuma Stock lá. O que você narra é completamente o contrário do que vi em Buenos Aires esse tempo todo que a visitei. As ruas eram limpas e nós brasileiros, sempre comentávamos sobre a falta de pedintes. Pelo jeito a fase Kirchner deixou suas marcas. O casal é alinhado com os pseudo-esquerdistas que hoje fingem que governam o Brasil, portanto, é de pensar no que poderá acontecer em caso de continuidade. Irei para lá em novembro, a passeio com a esposa - que é bem brasileira - comemorar nossos 15 anos, e foi bom ler seu post, vou me preparando para algo pior do que está gravado em minha memória. Dia 31 é Halloween, é dia de acabar com a bruxa!