Chega a hora da experiência inédita e tardia. A primeira ida à Europa. Despachos feitos, encomendas de última hora providenciadas e a saudade de casa e da família já batendo estranhamente, aproveito os poucos minutos antes de embarcar a Portugal para uma consulta rápida aos e-mails e uma peruada quase obrigatória nos tweets do dia.
Minha tarefa em Portugal, precisamente no Estoril, será a de narrar as inéditas corridas europeias do Porsche GT3 Cup Brasil, as primeiras da temporada. Não sei ainda os horários das largadas no sábado, mas deverão ser transmitidas pelo Speed Channel. De lá, dou a agenda correta do evento.
Não há como negar, há expectativa minha, talvez em demasia. Pra quem tem o hábito maldito de fumar, meu caso, as quase 10 horas, ou 11, até agora não sei direito, de voo até Lisboa apresentam-se como de uma espera interminável, que se fará diluir pelas inevitáveis horas de sono – não costumo ter nenhum problema para dormir, inclusive já dormi em pé durante um show.
Outra companhia providencial será a do bom livro do Ernesto Rodrigues, “Ayrton, o herói revelado”, que trata obviamente da vida de Senna. Outro hábito péssimo que tenho, por assim definir, é o de não ler. No voo de Cascavel a Guarulhos, devorei 135 páginas. Embora seja um grande admirador da trajetória de Senna, conheço-a, ou dela sei, muito superficialmente. Um volume interessante, que recomendo.
Nos saguões daqui já cruzei com alguns integrantes da esquadra do Porsche GT3 Cup, os pilotos Daniel Paludo e Henry Visconde, os pilotos-consultores Betinho Gresse e Sérgio Jimenez, outros tantos devem estar descendo lá para o embarque também. Uma semana de trabalho que tem tudo para ser, somando a missão porscheana (para usar um adjetivo dos oráculos de Flavio Gomes) a outras tantas que me aguardam, a mais atribulada da minha vida profissional, que já não é tão curta.
Nos saguões aqui de Cumbica também cruzei com uma delegação de jovens japoneses, nenhum deles falava inglês, mas pude deduzir pelas inscrições nos uniformes que por aqui estiveram para algum torneio de futebol. Notei o exagero no volume de bagagem de cada japa, logo justificado à minha modesta capacidade de observação pela inscrição “Junior’s Japan Donation” em um dos pacotes. Levam, além do saldo de uma disputa no Brasil, na qual não faço a mínima ideia se tiveram êxitos ou fracassos, um pouco da solidariedade característica do povo brasileiro. Parece que, mesmo em momentos delicados como o de ora, são bem mais frios que nós lá do outro lado do mundo.
Quanto aos tais pastéis de Belém que dão título a este post - e a todos os que eventualmente saírem lá da terrinha -, são iguaria da qual, vergonha minha, nunca havia ouvido falar até esta semana, quando umas tantas pessoas encomendaram unidades que sabem que nunca lhes serão entregues. Marcel Visconde, no evento da semana passada do Porsche Club em Interlagos, fez menção a uma rodada dos tais pastéis de Belém em Lisboa. Vou cobrá-lo.
Hora do embarque, de voar em direção ao sol. Graças a Ernesto Rodrigues, devo chegar amanhã ao Estoril sabendo um pouco mais sobre o sujeito que fez naquela pista uma parte importante de sua história.
E, para aplicar aqui uma despedida que costuma sempre usar lá no Twitter, cafunés a todos.
2 comentários:
vai lá velhinho!! boa viagem e bom trabalho!! Aproveite que pastel de Belém é so em Belém bairro de LIsboa,comprado fora de lá é um simples pastel de nata.
abraços Ronei Rech
Conselho de amigo, o cigarro encurta carreira de locutor.
Eu fumava 1 maço por dia, parei de fumar, não sinto falta nenhuma e vivo até melhor.
Você será o porta voz na terrinha.
Boa viagem !!!
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