Sou bastante repetitivo no assunto, eu sei, mas dizem que a persistência também leva a algum resultado.
Cascavel, para quem não conhece, tem um trânsito caótico. O porte físico da cidade era perfeito para os anos 80, talvez tenha sido planejado no passado para aquela época. Mas continuou crescendo, suas ruas e seu plano viário não são mais suficientes para uma frota estimada em 141 mil veículos emplacados.
Diante de uma situação adversa, a primeira providência lógica seria a conscientização. Mas pelas bandas de cá, diferentemente do que vejo em andanças por cidades mais civilizadas, a jacuzada apela para os princípios da lei de Gerson. Ninguém está nem aí para ninguém.
Existe uma instituição reguladora, a Cettrans. Que basicamente trata apenas de notificações do famigerado EstaR, o estacionamento regulamentado. Estacionou sem cartão, notificação. Se não pagar a notificação no prazo hábil, multa e pontos na CNH. É o que ditam as regras.
Até aí, tudo bem, muito embora você possa atropelar um idoso sobre a faixa de pedestres na presença de uma agente da Cettrans que ele nada haverá de fazer, não terá autonomia nenhuma para alguma providência. Existem, os agentes, só para averiguar os carros sem cartão do EstaR. Aqui, o sistema do EstaR reserva, em todas as quadras, um espaço para estacionamento gratuito das motocicletas. E são os motociclistas - maioria deles são motoqueiros - a classe que mais complica nosso já caótico trânsito.
Como nesta foto aí, de agora há pouco. Rua Paraná, uma das vias principais do plano viário cascavelense. O ilustre motoqueiro conseguiu, com sua possante Honda prateada, inviabilizar duas vagas de estacionamento de carros. Está fora da faixa específica para motos. Não está nem aí. A Cettrans não notifica motocicletas por uso indevido do EstaR.
Nos poucos minutos que levei para fumar um cigarro, vários foram os motoristas que reduziram velocidade pleiteando um lugar para parar. Diante do tráfego intenso - que a foto não mostra, afinal foi tirada no momento em que o semáforo de 20 metros antes ficou vermelho -, seguiram em frente, para não comprometer o fluxo.
Uma banana para os motoqueiros, classe menos civilizada do trânsito em todas as circunstâncias. E outra banana para a Cettrans, que vê a situação e nada faz para ao menos tentar resolvê-la.
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