Em fotos de Miguel Costa Jr., Massa (esq.) e Barrichello, dois dos pilotos mais assediados na Granja Viana
No fim das contas, achei um grande barato as tais 500 Milhas da Granja Viana. Tive a oportunidade de vir fazer a locução de arena da corrida na 13ª edição porque o impagável Chicão, titular do evento há vários anos, tem no fim de semana o evento final da Stock Car. Não poderia atender os dois, abriu-se a brecha, me apresentei para o cara-crachá e vim.
Os motes da mídia são inúmeros. A reedição do antigo duelo Barrichello x Fittipaldi, ou a presença de pilotos das categorias top, ou o fato de se tratar da corrida de kart mais longa das Américas (isso é por minha conta, não sei se confere). Enfim, a Granja 500, como alguns a chamam, é um show à parte.
Há algum tempo, em entrevista a mim para matéria na revista "Racing", Tony Kanaan citou a prova na cidade de Cotia como "a oportunidade que a galera tem de se encontrar ao final da temporada, ficamos o ano todo espalhados pelo mundo e o contato que temos é nas 500 Milhas". Foi exatamente isso que senti no primeiro dia de 500 Milhas. Apesar de todos levarem a disputa a sério, o clima é de descontração. Um clima gostoso, que poucas competições do esporte a motor oferecem.
Em determinado momento, com a garoa apertando e faltando poucos instantes para o treino classificatório, Felipe Massa me pregou uma peça. Eu tratava de, como dizem, pôr pilha no clima, é hábito quando vai chover pouco antes de uma tomada de tempos ou de uma corrida. "Choveu, como é que fica?", perguntei. "Pneu de chuva, ué", lascou Felipe, de bate-pronto, enquanto tratava de adequar as medidas de sua capa de chuva plástica com uma fita adesiva sugestivamente vermelha. Tratou, inclusive, de vestir meu microfone com um pedaço da fita. "Tá aqui, pra dar sorte", pregou. Tirei depois, o microfone não é meu. Colei na tampa do laptop.
As 500 Milhas são diferentes de outros eventos. Por lá encontrei Vitor Meira, um dos mais rápidos do fim de semana, com quem pude pôr o papo em dia. Está inteiro, como ele próprio definiu, depois de trincar uma costela em outra prova de 500 Milhas, a de Indianápolis. Sobre 2010, não falou nem sob tortura. Mas sorriu quando propus o assunto. Meira corre pela mesma equipe de Christian Fittipaldi.
Na foto aí do lado, também produzida pelo mestre Miguel Costa Jr., Vitor e Christian, que está cada vez mais parecido com Wilsinho, seu pai. Wilsinho também estava na Granja, curtindo uma rara condição de "mero" torcedor. Wilsinho ajudou a conduzir a WB Motorsport ao título de equipes na GT3 Brasil, consolidado domingo passado aqui do lado, em Interlagos. Também sou locutor desta categoria.
Mas, como já escrevi no post de hoje cedo, esse aqui, nem só das ditas celebridades faz-se a 13ª edição da Granja 500. Destaque, mesmo, merecem os ilustres desconhecidos, pilotos de 15 ou 16 até 50 ou 60, que circulam pelos boxes olhando Rubens, Tony, Antonio, os vários Felipe, Christian, Vitor e tantos outros pilotos consagrados e nutrindo a sensação de equiparação na seara esportiva. Igualdade que tem tudo para virar pó amanhã na pista, nas 11 horas de corrida.
Isso pouco importa. Quando caem as viseiras, todos são, sim, iguais.
1 comentários:
show de texto Luc !!!
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