terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Quiproquós do autódromo

Ontem, fui participar, a convite do Jorge Guirado, do "Bate-Papo de Esportes", na CATVE. Durante o programa, Jorjão mandou rodarem um VT de uma entrevista dada ao "Bate-Rebate", do Canal 21, por João Destro, um dos integrantes do consórcio proprietário da área do autódromo de Cascavel.

Destro presidiu a Autódromo de Cascavel Empreendimentos Esportivos S/A por longos anos e declarou, em sua participação no programa do canal a cabo, que o autódromo é uma empresa inviável, com o que justificou a falta de investimentos para adequação do local.

Destro comparou o preço venal da área de quase 40 alqueires - que se cerca de inúmeros impedimentos ambientais - ao preço de área para plantio de soja, e fez o que eu, particularmente, não tinha visto ninguém fazer em público até hoje: dar um preço ao autódromo. "Entre 4 e 5 milhões (de reais)", citou, em determinado momento da conversa com Fernando Maleski e Luís Nardelli.

Do "Bate-Papo" do Jorjão, ontem, participou como convidado especial o piloto Pedro Muffato, da Fórmula Truck, narrando o pitoresco caso do alicate que foi perdido dentro de seu caminhão e que fazia travar a coluna de direção, tendo ocasionado alguns acidentes nos treinos das últimas etapas.

Muffato também é cotista do autódromo e tentou liderar, há alguns anos, um esforço para que os donos doassem suas cotas ao Município. Em seu entendimento, o autódromo só terá sobrevida se passar a pertencer ao poder público. A lógica resumida das várias interpretações que cercam seu entendimento é a de que ninguém vai investir um centavo sequer numa propriedade particular.

A polêmica levantada no programa ficou por conta da menção feita por Destro a Aurélio Baptista Félix, organizador da Truck que morreu em março do ano passado. Ele afirmou existirem dívidas não pagas por Aurélio e mostrou-se contra à postura de gratidão que parte do segmento automobilístico cascavelense mantém sobre o ex-dirigente.

Muffato, admirador declarado de Aurélio desde que passou a competir na Truck há quase uma década, torceu o nariz para a alegada dívida e rebateu: "O senhor João Destro fez uma afirmação infeliz, e se ainda há alguma coisa no autódromo, hoje, é graças ao que o Aurélio fez pelo autódromo".

Tudo indica que tenha sido só o início de um acalorado debate. Que, enquanto não termina, deixa o autódromo cascavelense restrito a uma tradição que hoje não traduz efeito prático nenhum.

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