sábado, 1 de setembro de 2012

Homenagens guaporenses

GUAPORÉ - O autódromo de Guaporé, que está um brinco desde a reforma de 2011, é um palco de várias homenagens. Algumas de gosto duvidoso, como o monumento a Ayrton Senna erguido em 1996, uma peça de concreto montada aqui atrás da sala de imprensa.

Primeiro, o autódromo leva o nome do doutor Nelson Luiz Barro, médico-cirurgião e piloto que liderou os abnegados na construção do autódromo entre as décadas de 60 e 70 - em 1972, elegeu-se prefeito da cidade, cargo que voltou a ocupar entre 1983 e 1988. Nelson tem 74 anos, ainda vive por aqui. Ele sofre de um mal degenerativo que o impede de reconhecer fatos e pessoas. Dois anos atrás, trazido pela filha, Nelson esteve no autódromo - parece-me que foi a última vez - acompanhando o início do trabalho de reforma, conforme mostra a foto aí acima, produzida pelo Artur Ceni.

Há outras homenagens, bem mais afeitas às causas guaporenses que a menção a Senna, que jamais pisou aqui. Todas estão devidamente registradas pelas placas afixadas à estrutura do pódio. O circuito de 3.080 metros, por exemplo, leva o nome de Vitacir Paludo, um dos diretores da Vipal, indústria de borracha que tem sede aqui ao lado, em Nova Prata. Vitacir morreu naquele acidente com o voo 3054 da TAM cinco anos atrás em Congonhas. A torre de cronometragem foi batizada com o nome de Aurélio Félix, criador da Fórmula Truck, única categoria que, sobretudo na última década, manteve Guaporé no cenário nacional do automobilismo. Foi aqui que Aurélio encerrou sua história na categoria e nessa vida.

Já que falei da reforma do autódromo, cabem cumprimentos aos dirigentes daqui. Nada faraônico ou mirabolante. Apenas uma boa manutenção, visual bonito de sempre, estruturas bem pintadas, tudo num padrão que acompanha o completo recape da pista, inaugurado no ano passado. Falei dessa reforma aqui no blog pouco mais de dois anos atrás. Sei lá como costuraram a negociação, há quem fale num aporte de R$ 1,5 milhão do governo federal, que pode mesmo ter sido efetivado. Nem toda cidade que tem autódromo consegue um apoio desses, mas Guaporé parece ter feito por merecer. O lugar é bonito demais, o traçado - embora não tenha um Bacião, como o de Cascavel... - é um dos mais prazerosos para a pilotagem, o que afirmo calçado tanto no que conversei com alguns dos pilotos hoje pela manhã quanto numa experiência de oito anos atrás, assunto para outra data.

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