terça-feira, 18 de setembro de 2012

Os jingles de 89

CASCAVEL - Difícil para qualquer um que já tenha rompido a barreira dos 30 deixar de lembrar, em época de campanha política, da movimentada corrida presidencial de 1989. Os debates, as acusações, os jogos de cena, os jingles.

Ah, os jingles de 89. Invariavelmente, em meio às rodas de viola de que participo quando há tempo pra isso, acabo encaixando alguns deles em pout-pourris improvisados e de gosto duvidoso.

Eu, do alto dos meus 12 anos e já sabendo que seria antipetista até a morte, via no jingle da campanha do Lula um dos mais bem sacados da época. E a petezada reuniu um timaço para apresentá-lo:



O candidato do meu pai, o que levou o voto do meu pai, no caso, era o Afif Domingos. Chegou a estar em terceiro entre os zilhões de candidatos, segundo apontou o Ibope, e fiquei triste no dia em que vi o Alexandre Garcia dizer, durante a campanha, que a onda da campanha do Afif tinha morrido na praia. E o slogan dele, "Juntos chegaremos lá", é utilizado hoje por um vereadorável cascavelense.



A musiquinha - na época eu chamava de musiquinha - do Collor era bacaninha, também. O Tim Rescala fez uma paródia dela, inclusive, pra um programa especial do Chico Anysio em que vários dos personagens dele eram candidatos a governar Chico City, acho que era isso. Em vez de "Collor, Collor, Có-ol-lor", cantava "Justo, Justo, Juuuuuus-to".



Também rolou paródia no horário eleitoral com o Sílvio Santos. Seus marqueteiros adaptaram a própria marchinha que abria seu "Domingo no Parque". Sílvio entrou na disputa no meio do caminho, e dela foi tirado antes do caminho terminar.



E quem não lembra da marchinha do Ulysses Guimarães? Bote fé no velhinho que o velhinho é demais. Demais. O velhinho não chegaria vivo ao fim do mandato, praguejavam alguns. De fato não chegou, e a queda daquele helicóptero rendeu até uma piadinha de mau gosto, bastante disseminada, envolvendo botecos e ovos cozidos.



Quem também atacou de marchinha foi o Affonso Camargo, que não deve ter feito mais nada útil em sua trajetória política além de implantar o vale-transporte. Se for candidato a síndico em seu prédio, hoje, vai alegar isso. O filmete tinha o Tião Macalé.



O povo que compunha jingles políticos em fins dos anos 80 acertava na veia. O do velho caudilho Brizola caiu no gosto da criançada, que, como eu, não entendia picas de política.



Tempos atrás, o UOL colocou na rede esse vídeo aqui que trazia trechos de todos esses jingles. Foi o único lugar onde encontrei o do Aureliano Chaves, outro de que eu gostava bastante. Está a partir dos seis minutos da edição. Logo em seguida vem o do Mário Covas, só vi agora. Não tinha lembrado do Mário Covas.

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