sábado, 13 de outubro de 2012

Teorias e filosofias

GUAPORÉ - O avião particular de Pedro Muffato, disponibilizado para a remoção de Diumar Bueno a uma clínica traumatológica em Curitiba, pousou por lá no fim da tarde. Produzimos e distribuímos à imprensa um pequeno comunicado informando as consequências da fortíssima pancada de Diumar no muro. Bateu a 189 km/h, foi a conclusão de alguém que ouvi pelos boxes. A imagem do acidente está nesse link aqui.

Não é o caso de lançar odes aos atributos da Truck, mas é fato que a boa construção do caminhão, supervisionada por um regulamento técnico eficiente, preservou a vida do piloto. Que, infelizmente, experimentou essa eficiência pela segunda vez – difícil esquecer de seu acidente na corrida de 2010 em Interlagos. Naquele episódio, saiu aplaudido. Hoje, vê as reações dos amigos e do público da categoria divididas entre manifestações de preocupação e de alívio por sua sobrevivência.

Diumar ficou sem freios – repito, ele próprio confirmou isso, já no hospital. Não é uma pane desejável, mas acontece com carros de corrida de modo geral. Teve como reação instintiva a tentativa de tirar o caminhão da trajetória da curva, deu no que deu. As características do traçado não favorecem o sucesso da manobra. O acidente foi tão espetacular quanto violento. Pode ter encerrado a trajetória no automobilismo do piloto, que também é líder classista no setor de transporte rodoviário.

Automobilismo é perigoso. Isso vem gravado nas credenciais plásticas de maioria dos campeonatos nacionais, internacionais, mundiais, intergalácticos. Fatos como o de horas atrás preocupam, causam transtornos, machucam pilotos, e essas coisas fazem parte do jogo. A gente abomina, mas fazem.

O autódromo foi inaugurado em 1969, ainda com pista de terra, e teve o traçado asfaltado em 1976. A curva Um sempre esteve lá, no mesmo lugar, na mesma topografia. Não tenho notícia de que alguém tenha morrido ali. Como sempre estiveram onde estão o Bacião de Cascavel, a Bruxa de Brasília, a Um de Tarumã, o "S" de Curitiba. Curvas desafiadoras, que dão graça ao automobilismo pelo arrojo que exigem, pelo risco que impõem, pelo espetáculo que proporcionam.

Já, já, vão aparecer teóricos e filósofos elegendo culpados para o que aconteceu com Diumar. O caminhão, o muro, o freio, o vento, o PT. Às favas com as teorias. “Motorsport is dangerous”. Diumar não precisa de um inquérito moral. Precisa, isso sim, de um bom tratamento médico – que já está tendo. E precisa saber, faremos isso o quanto antes, do volume inacreditável que mensagens que recebemos, todos nós aqui da Truck, pelos mais diversos canais, manifestando bons fluídos à sua plena reabilitação.

E precisa reconhecer, já deve ter reconhecido, que conquistou hoje a maior vitória de sua vida.

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Diário Motorsport: Diumar Bueno é salvo pela estrutura do Truck e queda do muro evitou desaceleração fatal

2 comentários:

Cesar G. Novak disse...

Mais uma vez Luciano, a Truck dá um show, é lógico, que não é como a gente gostaria de ver, mas um show nas informações, deixando a torcida da Truck consciente de todos os detalhes deste acidente incrível, que graças à tecnologia, e, aos cuidados que o Sr, Aurélio Batista Felix sempre se preocupou, o Diumar vai se recuperar dessa. Creio que o Aurélio deve estar feliz, ao saber que tudo o que ele pregou em segurança evitou mais uma vez que um piloto sofresse mal maior em um acidente, que como já diz acidente, é algo que não prevemos, vem ao acaso, portanto só podemos é prevenir o risco de danos maiores. E,agora, apenas temos que erguer as mãos acima, e, agradecer ao Deus supremo, pois da maneira como ocorreu o acidente, só mesmo a mão divina o protegeu naquele instante, e, esperar que equipe médica que está cuidando do Diumar o coloque em forma os mais breve possível.
Como espectadores da Truck, só temos a desejar uma rápida recuperação ao Diumar, pois como sempre falo, temos o piloto pelo qual torcemos, mas no geral somos torcedores de todos os pilotos que fazem deste espetáculo um dos maiores do Brasil.
Cesar G. Novak e Vanderléia Pick Novak
Mangueirinha/PR

Aeroescutas Guaporé (SSGR) disse...

Sou de Guaporé e também não tenho conhecimento de qualquer acidente fatal na curva um. Logicamente o peso dos "carros" da categoria amplifica o poder de destruição numa situação destas.
Em algumas ocasiões vi carros descendo o mesmo barranco, na Stock Car uma vez e outra no brasileiro de Fiat Palio, mas sem consequências mais graves.
Fiquei sensibilizado com a situação do Diumar Bueno, pois sofri um acidente de moto uns dois anos atrás, com fraturas nas duas pernas e no pé direito, ao todo foram 8 fraturas, ou seja, muito menos do que as que ele sofreu. Por experiência própria, eu diria que a previsão de seis meses para voltar a caminhar é impossível. Na prática, entre a transição da cadeira de rodas, muletas e mais muita fisioterapia, leva mais de um ano. Desejo boa sorte e muita paciência ao amigo !

Tirei algumas fotos no momento em que embarcavam o piloto no avião, para Curitiba, abaixo os links:

FOTO1 : http://bit.ly/Rx7oQw

FOTO 2: http://bit.ly/R6TYIX

FOTO 3: http://bit.ly/RtfWEB

Abraço. Jonathan Malfatti