segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Trote acadêmico

"Moço, uma moedinha?".

"Hoje, não".

Nem hoje, nem nunca. Não foi de uma criança faminta que acabei de ouvir o pedido, mas de duas calouras, como dizem, que acabam de ser aprovadas em algum curso de alguma faculdade, não me dei ao trabalho de perguntar quais, e que foram postas na rua, cobertas de lama, a pedir trocados para pagar a cervejada dos veteranos, como também dizem.

Exceção feita a ações bem sacadas que envolvem campanhas por doação de sangue, arrecadação de donativos para instituições assistenciais e benevolências do gênero, vejo no trote universitário uma das práticas mais imbecis que já se ousou implantar.

Parece-me até que tenha sido definida como crime, é só uma impressão, o que não muda absolutamente nada, visto que nesse nosso país de merda caga-se e anda-se para o que fizeram constar da Constituição.

Se estudantes sujeitam-se a tal, é problema inteiramente deles. Os universitários de hoje, com raras exceções, veem nas faculdades nada mais que botecos com alto índice de frequência - e não há como não ligar a constatação à minha absoluta repulsa à obrigatoriedade que o jornalismo tenta implantar ao porte do diploma universitário.

Cada um faz o que quer de sua trajetória acadêmica, é lógico. Mas não com as minhas moedinhas.

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