domingo, 7 de agosto de 2011

A matemática da Stock Car

Como faço todo ano, acabo dando meus dispensáveis pitacos matemáticos na disputa dos pilotos da Stock Car pela vaga na lista dos 10 classificados para a Superfinal.

Agora cedo, Thiago Camilo conquistou o prêmio milionário ao vencer a sétima etapa, penúltima da fase de classificação. Pela pontuação atual, seis pilotos já têm presença certa nessa relação privilegiada – que, como sempre, vai considerar uma pontuação à parte nas quatro últimas corridas do ano, em que o título será efetivamente decidido.

Veja aí os seis que já têm a vida resolvida para a Superfinal:

Thiago CAMILO, 122 pontos
Duas vitórias, um segundo, um terceiro, dois quartos e um oitavo lugar, este sendo seu pior resultado. Vai para a Superfinal como primeiro colocado e, portanto, em vantagem na classificação. A fase ganha evidência com o prêmio milionário conquistado em Interlagos. Aos 26 anos, o piloto da RCM-Ipiranga vive a melhor fase de sua carreira na categoria.


Max WILSON, 87 pontos
O campeão de 2010 ainda não ganhou nenhuma corrida e valeu-se da regularidade para chegar à vice-líderança. Só não marcou pontos em uma corrida, a do Velopark. Na Corrida do Milhão, o piloto da Eurofarma-RC foi terceiro depois de largar dos boxes, depois de todo o pelotão. Foi seu terceiro pódio em 2011 – fora segundo em Curitiba e em Ribeirão Preto.


Cacá BUENO, 83 pontos
O tricampeão já tem assegurada a vaga na semifinal há muito tempo. Desde a implantação do novo sistema, em 2006, nunca ficou fora da lista dos 10. A exemplo de Camilo, ganhou duas corridas na temporada, em São Paulo e no Rio de Janeiro. O carioca da Red Bull-A. Mattheis Motorsport só deixou de marcar pontos na corrida milionária, que acabou abandonando.


Átila ABREU, 83 pontos
Chegou a assumir certo favoritismo na temporada depois das vitórias consecutivas em Ribeirão Preto e no Velopark, mas passou duas corridas fora da zona de pontos e perdeu posições na tabela. Nada que ameaçasse sua classificação à Superfinal, já assegurada desde a etapa anterior. Único piloto da AMG Motorsport, o sorocabano merece atenção especial na caça ao título.


Ricardo MAURÍCIO, 70 pontos
O campeão de 2008 é outro que já tem a vaga devidamente garantida há algum tempo, formando ao lado de Wilson a dupla de mais pontos no campeonato até aqui – 157 pontos, contra 130 da Red Bull-A. Mattheis. Ainda sem vencer, vê a chance até de avançar à Superfinal com a segunda maior pontuação. Na pior das hipóteses, sobe em nono lugar para a disputa pela taça de campeão.


Popó BUENO, 68 pontos
É o único dos 10 primeiros colocados que nunca ganhou uma corrida. As pontuações de Pamplona e Burti garantem-lhe matematicamente a presença na lista dos que avançam na caça ao título. Tem a chance de avançar até como vice-líder do campeonato, e vê o risco de cair como nono. Em sua melhor temporada, terminou todas as corridas do ano entre os 10 primeiros.


Outros nove pilotos têm, em maior ou menor grau, chance de conquistar uma das quatro vagas ainda disponíveis para a Superfinal. Essa lista vai ser definida no dia 4 de setembro, data da oitava corrida do ano, nas ruas de Salvador. Será a última da fase classificatória.

Em princípio, eu havia citado aqui 10 pilotos, considerando também meu conterrâneo paranaense Júlio Campos. Mas fui devidamente alertado pelo colega Bruno Vicaria, do TotalRace, sobre um item do regulamento da Stock Car que não estava considerando.

Júlio fez hoje sua primeira corrida pela equipe RZ-Crystal, de Ricardo Zonta. Foi a primeira com a bolha da Peugeot, já que até então vinha pilotando um Stock carenado como GM, na equipe JF. E por trocar de marca, embora não tratem-se necessariamente de marcas envolvidas, Campos perdeu os pontos que marcou até a etapa do mês passado no Rio de Janeiro. Não fosse isso, estaria empatado em 25 pontos com Xandinho Negrão e teria os mesmos riscos e chances do campineiro.

Marcos GOMES, 59 pontos
Bem próximo da classificação, mas vê o risco – pequeno, é verdade – de não entrar. O piloto da Medley-Full Time Só não estará entre os 10 se não pontuar na Bahia, e ainda assim Burti e Pamplona teriam de ser 1º e 2º, não necessariamente nesta ordem, com Khodair e Serra terminando entre 3º e 5º. Um 14º lugar livra-o das contas. Vencendo, pode até subir para o 3º lugar no campeonato.


Daniel SERRA, 47 pontos
Enfrentou problemas que não eram esperados nem por ele e nem pela concorrência. Para não ter de fazer contas, precisa do 6º lugar em Salvador. Se for o 10º, por exemplo, espera Burti em 5º, Pamplona em 7º e Khodair em 9º, sem vitória de Zonta – pode até desprezar duas dessas combinações. Vencendo, por outro lado, poderá se classificar para a Superfinal até como 5º na tabela.


Allam KHODAIR, 46 pontos
O incidente com Popó Bueno na Corrida do Milhão, que o fez terminar em 14º, tornou um pouco mais longo o caminho para a vaga. Depende no mínimo do 5º lugar para se classificar sem aplicar torcida ou matemática. O piloto da Vogel estará classificado se a corrida tiver Muffato em 2º, Zonta em 3º, Burti e Pamplona no máximo em 12º - podendo descartar uma dessas combinações.


Duda PAMPLONA, 42 pontos
Com o 4º lugar elimina as contas e garante a vaga, considerando as combinações possíveis aos pilotos que hoje estão entre 8º e 15º no campeonato. Terminar à frente de Burti e Zonta é a conta ideal para o carioca da Officer, desde que Muffato e Negrão fiquem no máximo em 3º. Vai correr de olho, sobretudo, nas pontuações e resultados de pista de Khodair (9º) e Zonta (12º).


Luciano BURTI, 41 pontos
Dos que por ora estão fora, é quem tem maior viabilidade de se classificar – afinal, só precisa marcar dois pontos a mais que Pamplona, tendo a seu favor a grande maioria das combinações de resultados seus e de Zonta, Muffato, Negrão e Losacco, com quem disputa a entrada na lista. Se repetir na Bahia a vitória de Campo Grande, pode até se classificar em sétimo.


Ricardo ZONTA, 30 pontos
Avança se vencer, desde que Khodair e Pamplona não vão juntos ao pódio. Em 2º, espera Pamplona em 7º, Burti em 8º, Khodair em 13º e Serra em 14º, podendo desprezar duas combinações – a vitória não pode ser de Negrão ou Losacco. Avança sendo 5º, se Losacco não vencer, Muffato, Negrão não for ao pódio e Burti e Pamplona não pontuarem.


David MUFFATO, 26 pontos
Classifica-se sendo 3º, com Pamplona e Burti sem pontuar, Zonta em 6º e Negrão e Losacco fora do pódio. O 2º lugar classifica o campeão de 2003, com Zonta fora do pódio, Burti em 11º, Pamplona em 12º – Negrão e Losacco não podem vencer. Vencendo, Muffato dependerá de dois desses resultados: Burti em 6º, Pamplona em 7º, Khodair em 11º, Serra em 12º.


Xandinho NEGRÃO, 25 pontos
O mínimo que precisa para se classificar é o 2º lugar. Se conseguir, dependerá de Zonta em 4º, Burti em 12º e Pamplona em 13º, sem que a vitória seja de Muffato ou Losacco. Caso vença na Bahia, o paulista da Medley-Full Time dependerá de Burti em 7º, Pamplona em 8º, Khodair em 12º, Serra em 13º, podendo abrir mão de duas dessas combinações.


Giuliano LOSACCO, 20 pontos
A única chance do piloto da Hot Car garantir a última vaga na Superfinal está em sua vitória na etapa da Bahia. Caso ganhe em Salvador, dependerá de David Muffato não ser o segundo e de Ricardo Zonta ficar fora do pódio, além de Luciano Burti fora do grupo dos 10 primeiros. Losacco, neste ano, conseguiu dois 10ºs e dois 12ºs lugares como melhores resultados.

A foto que abre esse post foi tirada pelo Miguel Costa Jr. As demais, como sempre, são da Fernanda Freixosa.

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