terça-feira, 30 de agosto de 2011

"Minha dor não sai no jornal"

Qualquer um que tenha assistido a "Tropa de Elite", bom longa brasileiro de 2007, ou "Tropa de Elite - O inimigo agora é outro", do ano passado, seguramente terá saído da sala de cinema alimentando algum sentimento de revolta. Os filmes de José Padilha mostram o cotidiano que não vemos, que por vezes fazemos questão de não ver. "Cidade de Deus", que Fernando Meirelles rodou em 2002, terá provocado sentimentos parecidos, talvez causando menos ojeriza por mesclar os podres do nosso sistema a uma história de superação sem as fantasias típicas do cinema.

Mas há os que viram, viveram e amarguraram os podres do nosso sistema. O repórter fotográfico Nilton Claudino, da Revista Piauí, e dois companheiros seus de trabalho auferiram da forma mais indesejável a barbárie que se sobrepõe a qualquer sonho vão de justiça.

O relato de Nilton, que o site da revista publicou e que circulou hoje pela internet, é estarrecedor. Faz aumentar e muito o nojo de um país onde a corrupção é o sistema de governo, de trabalho, de sobrevivência.

Corrupção, cabe dizer, que abominamos quando vem das instituições e organizações da qual deveríamos esperar atitudes de homens de verdade, mas que cultivamos em nossos lares e círculos nas ações mínimas. Quem aqui nunca cruzou o semáforo vermelho aproveitando a ausência do guarda?

"Minha dor não sai no jornal", escreveu Claudino. Ele e os parceiros foram torturados. Não foram mortos, mas pagaram com suas vidas. É leitura obrigatória.

Reproduzi da Piauí a charge acima, brilhantemente concebida pelo Pedro Franz.

1 comentários:

Anônimo disse...

Pois é.. Lê Piaui, Veja Estado, Folha e mora em Cascavel!!!!!
Cantor de sertanejo não deveria narrar automobilismo, pois aí só vomita merda..