segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Cascavel de Ouro, o resgate (2)

Vai aí a segunda parte do material publicado na Gazeta. A foto do Havalone de Chiquinho Lameirão, vencedor da corrida de 1973, eu tirei do Avallone Motor Clube - que, conforme explicado no próprio blog, foi produzida em outro grid, que não o de Cascavel.

Aliás, ouvi que Lameirão fora sequestrado por engano, há uns três anos, ou seis. Teria sido confundido com um milionário.

Mas o resgate que interessa por enquanto é o da Cascavel de Ouro, não desviemos o foco.

PESQUISA
Em busca do ouro perdido

Uma reportagem do jornal “O Estado do Paraná” de 29 de abril de 1973, intitulada “Um pouco da história do automobilismo cascavelense”, foi o ponto de partida para que Jaci Pian chegasse à verdadeira segunda edição da Cascavel de Ouro. O recorte, vasculhado em meio a seu acervo pessoal, revelou a corrida disputada em 8 de setembro de 1970, que teve dobradinha de pilotos curitibanos – Sérgio Valente Withers venceu e Carlos Eduardo “Dado” Andrade ficou em segundo, ambos pilotando modelos Divisão 5 da Volks. José Leônidas Chemin, de Guarapuava, ficou em terceiro, à frente dos cascavelenses Juca Baldo e Pedro Muffato, todos com Fusca.

A “descoberta” da edição de 15 de novembro de 1971 foi a menos difícil para Pian. “Eu participei daquela corrida, fui para o pódio em terceiro, é uma das fotos que guardo com maior carinho”, ele manifesta. “A partir disso, só tratei de reunir recortes de jornal que contam a história daquela prova. Aí, não é só a minha palavra, mas também documentos que comprovam que a corrida aconteceu. E é claro que o Pedro Muffato tem uma boa lembrança daquela corrida, porque afinal ele foi o vencedor”, acrescenta.

A correção do resultado de 18 de novembro de 1973, cuja vitória era atribuída a Muffato, foi possível através de consulta ao vasto arquivo do jornalista e historiador brasiliense Napoleão Ribeiro. “Ele tem uma memória fotográfica. Quando lhe falamos do assunto, ele sabia exatamente onde procurar. Encontrou duas edições das revistas ‘Quatro Rodas’ e ‘Auto Esporte’ de dezembro de 1973 e reproduziu para nós as páginas da cobertura da corrida”, conta Pian. As reportagens exaltam a vitória de Francisco Lameirão, até então ignorado pela galeria que se tinha em mãos.

Dois fatores contribuíram para que se obtivessem registros da prova de 1975, uma das que haviam “desaparecido” na história. Um deles, o troféu de segundo lugar na Cascavel de Ouro que divide espaço com dezenas de outros na galeria particular de Valdir Favarin, amigo próximo de Pian. O outro, uma foto do arquivo pessoal do ex-piloto Mauro “Peixinho” Turcatel, que traz gravada a data de 16 de novembro daquele ano. “A partir disso, foi fácil localizar registros sobre a prova”, conta, exibindo o recorte de duas semanas depois da corrida. Naquele ano, a Cascavel de Ouro valeu também como penúltima etapa do Campeonto Brasileiro de Divisão 4. Pedro Muffato venceu a prova e Valdir Favarin, em segundo, assumiu a liderança da competição. Na final, em Interlagos, perdeu o título para Luiz Pereira Bueno.

A quarta Cascavel de Ouro perdida no tempo era a de 18 de novembro de 1980. O resgate foi possível a partir de uma conversa com o jornalista Luiz Aparecido da Silva, que à época iniciava sua atividade no automobilismo. “O Luiz cobriu aquela corrida para o jornal onde trabalhava, inclusive contou que o troféu da vitória do Marcos da Silva Ramos derreteu-se num incêndio na empresa dele. Fui pesquisar e, de fato, a corrida aconteceu. Marcos, que vive em Curitiba até hoje, foi outro esquecido pela história. Agora, não é mais”, orgulha-se.

A última das edições encobertas pela falta de acervo, talvez a de que menos haja lembranças, é a de 7 de novembro de 1982. A corrida, válida como oitava etapa do Campeonato Brasileiro de Fórmula 2, foi vencida pelo gaúcho Aroldo Bauerman, que mantinha um domínio notável na categoria.

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