Sempre prometo manter, aqui no blog, séries que nunca avançam. Semana passada lancei mais uma, “Os caras do meio”, na vã pretensão de fofocar um pouco a respeito dos caras que falam e escrevem sobre automobilismo.
Começamos com uma entrevista mequetrefe, de resultado salvo pelo Victor Martins. E a série miou já na segunda semana. Por motivo de força maior, já que nos últimos dias tenho lidado com caras de outros meios, na tentativa também vã de reaver o carro furtado sob as minhas barbas, na frente de casa. Correria total, enfim.
Assim, a título de reposição do material, apelo para o mau jornalismo, pautado no control-cê e control-vê. Reproduzo aqui um material elaborado e publicado pelo afável (?) Américo Teixeira Júnior na segunda edição da Revista da FASP e também em seu Diário Motorsport. O personagem, hors concours, é o Zampa, figura folclórica que, salvo novos imprevistos, pretendo trazer de volta aqui.
E meus agradecimentos ao Américo pela cessão da matéria. Devo (mais) uma.
Revista da FASP homenageia o jornalista Marcus Zamponi
Se você é apaixonado por automobilismo e devorador de publicações especializadas, seguramente é leitor assíduo de Marcus Cícero Zamponi, jornalista de tal forma diferenciado que sua trajetória foi e continua sendo referência para muitos dos atuais e, certamente, para futuros profissionais do setor. Ele dispensa sobrenome editorial. É o Zampa, e ponto final.
Essa condição superlativa foi construída ao longo dos anos, sempre de forma apaixonada. Quem tem o privilégio da convivência, já presenciou cenas de todos os tipos. Da ira quase incontrolável (só não jogou um computador pela janela porque o pessoal da redação foi mais rápido e segurou a fera) às lágrimas de emoção diante de um simples gesto de carinho. Do humor afiado às inacreditáveis demonstrações de generosidade. Do texto irretocável aos rabiscos indecifráveis que nem ele mesmo entende, às vezes.
Zampa chegou ao jornalismo de automobilismo com uma bagagem de “piroco”, termo cunhado por ele próprio. Designa aquele cara tarado por automobilismo. Aventurou-se pela vida e foi buscar subsídios no “olho do furacão”. E foi justamente na equipe March de Fórmula 1, cujo dono, entre outros, era um “tal” de Max Mosley, onde Zampa foi trabalhar nos anos 70.
Seguiram-se a passagem histórica na Auto Esporte, assessoria de imprensa dos mais importantes pilotos e eventos do Brasil, coberturas internacionais, gerenciamento de carreiras, representação de categoria, repórter especial da Motorsport Brasil e eterno colunista da revista Racing. Desde a sua criação, por Sérgio Quintanilha, a Racing já passou pelas mais radicais mudanças. Até o próprio Quintanilha não está mais na empresa, mas nunca a coluna do Zampa deixou de ser publicada.
Tivesse conduzido sua carreira de jornalista de automobilismo em terras européias, Marcus Zamponi teria, seguramente, fama mundial. Não porque se atirou ao chão para, agarrado aos pés de Isabel Reis, fazer com que a big boss da Motorpress ouvisse uma idéia sua. Nem porque tropeçou numa carenagem, destruindo-a, correndo para dar uma paulada em José Pedro Chateaubriend, que o ofendera. Muito menos por ter pensado que Clay Regazzoni fosse viado, e vice-versa, tudo por causa de um gato que roçava as pernas de ambos durante um almoço na Inglaterra. Nada disso. Teria fama mundial pelo gênio que é.
Essa genialidade, felizmente, está viva, límpida, em uma cabeça brilhante. A produção jornalística é incansável e o seu livro, maravilha das maravilhas, está pronto, só esperando um patrocinador para torná-lo de alcance público. Enquanto isso não acontece, seus trabalhos estão por aí, em jornais, revistas, sites, rádio e TV.
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