sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Cães e pistas

Todo autódromo que se preze tem uma caixa d’água e um cachorro. A constatação, digna de teses de mestrado, é do Milton Serralheiro, piloto dos anos 90 que foi o responsável – talvez culpado seja o termo mais correto – por eu ter entrado nessa combinação de microfones e pistas de corrida.

Nesses anos todos trabalhando com corridas aqui e ali, tenho atestado a validade da tese. Nem sempre com experiências agradáveis. Em 2004, aqui mesmo em Curitiba, um amiguinho de quatro patas resolveu passear pelo S de alta durante um treino da Pick-up Racing e foi estraçalhado pela Dakota do Flávio Marcílio. Eu vi, foi horrível.

Em maio último, pelo Porsche Cup, deixei de acompanhar o treino livre para ver, à distância, o drama de um filhote que perambulava pelos arredores da pista. A bandeira amarela era agitada pelos fiscais de pista aos pilotos, o treino estava em vias de ser interrompido. Até que, a certo momento, foi para a pista na curva Horquilla, no exato momento em que por ali passava o carro de Fernando Barci. Que não teve o que fazer, passou por cima do coitado. Parecia ser o fim do bichinho, que, instantes depois, levantou e foi manquitolando embora. Talvez tenha sobrevivido.

Agora cedo apareceu um vira-lata aqui pelo autódromo. Bem cuidado, bonitão, não parece ser cão de rua. Ainda não o batizamos, mas o bichinho caiu na graça das modelos, que a ele têm dispensado tratamento de fazer inveja aos marmanjos de plantão. Meu mau histórico de convivência com caninos me faz desejar que o amiguinho de quatro patas (tomei a expressão emprestada do Téo José, que ele não me cobre royalties por isso) suma daqui. Se desse alguma pelota aos santos, pediria isso ao tal Francisco de Assis.

Jefferson e Polenta, os caras que cuidam do sistema de som do autódromo, testemunham aqui que o amigo aí da foto é habitué do lugar. “Mas só aparece quando tem eventos bacanas, Porsche Cup, Stock Car, essas coisas. No Regional ele nunca dá as caras”, conta o Polenta, enquanto trata de dar uma força na instalação dos monitores LCD aqui na sala de locução.

E Milton, nos dias de hoje, mantém em Cascavel uma loja pet shop. Passa os dias batendo papo com a cachorrada.

ATUALIZANDO EM 19 DE AGOSTO, ÀS 11h12:
O Tite Simões postou no Facebook um comentário que vale a pena ser reproduzido aqui. Ei-lo, em sua íntegra:

"Muito bom, Luc Monteiro, em Caruaru eu já parei treino para retirar bodes da pista e uma - acredite - belíssima cobra de uns 3 metros. Essa saiu com a juda dos bombeiros. Mas o bicho mais insólito que tirei da pista foi uma TARTARUGA!!! No autódromo do ECPA. Tem uma área de proteção ambiental ao lado da pista e ela foi prp asfalto curtir um solzinho... Gostei do tema! Poderia desenvolver mais: "bichos das pistas"! Ah, já tiramos vacas da pista tb, e não estavam de gurada sol!"

2 comentários:

Anônimo disse...

Luc, acho que o melhor a fazer é seguir a receita do Márcio Fonseca. Arrumar um lugar seguro e manter o bicho preso durante as práticas, dando-lhe, além do abrigo e segurança, comida e água fresca. Quado acabar, solta o bicho. Seria legal também contatar o centro de zoonoses local para recolher o bichinho, se houver na cidade. Torço por esses amigões de 4 patas. Abração. Alan Magalhães.

Americo Teixeira Jr. disse...

Tem de cuidar do cachorro e protegê-lo. Campanha de doação!