Simples e com alma

Nos boxes do autódromo de Curitiba, onde sábado vai rolar mais uma etapa do Porsche GT3 Brasil, a ArtMix expõe alguns dos capacetes que pintou para pilotos de corridas das mais variadas categorias.

Em meio a grafismos repletos de filetes, efeitos 3D, espelhamentos e tudo que esse ofício tem oferecido nos últimos anos, destaca-se de longe o modelo Arai que Nigel Mansell usou em 1989, quando defendeu a Ferrari.

Mansell, a bem da verdade, não usou esse capacete. É uma réplica que a ArtMix fez utilizando o mesmo modelo da época. O layout que Mansell usou durante toda sua carreira é sensacional. Simples e com vida, como também eram simples e tinham vida as pinturas dos cascos de Prost, Piquet, Johansson (aquela com pêssegos, lembram?), Boesel, Patrese, Hakkinen, para ficar só nos que correram na F-1. O de Boutsen, disparado, foi o mais bonito da história. O de Senna era bom também, embora eu sempre tenha achado que o fundo amarelo carregava demais o visual.

Quando comecei a assistir às corridas, mal sabia os números dos carros, até porque eram muitos, mas reconhecia de longe o desenho de cada capacete. Hoje não há mais essa identidade, são raros os que mantêm-se fiéis aos desenhos que definiram quando arriscaram as primeiras aceleradas.

Poucas coisas exprimem tão bem quanto o layout de um capacete o conceito lançado por certo arquiteto, de que menos é mais. Bem mais.