
A transição da década de 70 para a de 80 foi marcada, na carreira de Pedro Muffato, pela participação na Fórmula 2 Codasur, precursora da Fórmula 3 sul-americana. Além de atuar como piloto, obteve destaque como construtor de carro. O trabalho que desenvolveu na construção dos chassis Muffatão, em Cascavel, valeu-lhe o apelido de “Colin Muffato”, atribuído pela revista “Placar” numa alusão clara ao inglês Colin Chapman, lendário fundador da equipe Lotus de Fórmula 1.
A empreitada da construção dos chassis Muffatão, batizados inicialmente como M1, foi motivado pela indisponibilidade de carros para a F-2 brasileira, então a categoria mais veloz do país. “Nós tínhamos uma falsa Fórmula 2. Na verdade, era a mesma antiga VW 1600, com alguma liberdade de preparação. O que eu fiz foi fabricar um carro que tornasse a categoria uma novidade, mais brava e competitiva”, declarou, à época. Muffato mandou seus mecânicos para um estágio de 45 dias na Argentina, nas oficinas de Oreste Berta, considerado um mago na construção de carros de corrida.
A obstinação não parou por aí. Muffato, que assumiu a veia de construtor num momento em que demonstrava profunda desilusão com a vida política – fora prefeito de Cascavel entre 1972 e 1976 e jurou a si próprio que não queria mais saber do assunto –, também “importou”, temporariamente, três técnicos que serviam à estrutura de Berta para auxiliar e supervisionar o trabalho de construção dos chassis Muffatão em Cascavel, num pequeno galpão com 352 m² numa ladeira de terra vermelha da Vila Cancelli.

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