CASCAVEL - Um dos momentos épicos das pistas de corridas em 2011 aconteceu em Interlagos, momentos antes do GP do Brasil da F-1. Era dia da penúltima rodada do Brasileirão de Futebol e o Nelson Piquet, na última das voltas que deu com o carro de seu primeiro título mundial, sacou de um compartimento qualquer uma bandeira do Vasco da Gama, seu time. Nelson é vascaíno da gema, ou da gama, ou só vascaíno. Tirou onda com a cara dos corintianos presentes, já que o Corinthians tinha a chance de ser campeão brasileiro naquela mesma tarde e era o Vasco quem tinha a chance de impedir a festa alvinegra.
Alguns corintianos, meu caso, riram da audácia. Minha observação, mais a título de provocação aos tontos que defendem Piquet e crucificam Senna - sim, acredite, há quem despenda tempo à briga -, foi a de que aquele gesto era uma homenagem a Ayrton, tão acostumado a empunhar bandeiras depois das vitórias, tal. Não se iludam, eu gosto mesmo é de tirar onda, e mexer com as viúvas de Senna também é um passatempo que me atrai.
Mas eu falava de Piquet e da bandeira do Vasco. Ri do ato, muitos também riram. Mas houve os que não riram. E os que prometeram vingança. E é aí que entra em cena o Vytor Zeidan, parceiro lá da Fórmula Truck que dá um fino trato a todo o trabalho da área de comunicação. Vytor admite que direcionou a Nelson, da poltrona de casa, adjetivos que só se dispensam a políticos larápios - e arrisco que a construção "políticos larápios" não redunda.
"O cara tirou onda com a bandeira do Vasco na pista onde o Senna ganhou corridas. Naquele dia o Corinthians não foi campeão, ficou para a última rodada, e essa última rodada aconteceria no mesmo dia da última etapa da Fórmula Truck. Eu já sabia como dar o troco ao Piquet", conta o Vytor, que é o sujeito mais corintiano que já conheci, por assim dizer.
No domingo seguinte àquele GP do Brasil, como todos sabem, o Corinthians foi campeão brasileiro depois de um empate sem gols com o Palmeiras. E o Vytor cumpriu a promessa que fizera a si próprio de, com a bandeira do Corinthians nas mãos, dar uma volta a pé, correndo, pela pista do autódromo de Brasília. Que leva o nome de Nelson Piquet.
Não há registro fotográfico da vingança do Vytão, o que é um pecado.
0 comentários:
Postar um comentário