sábado, 31 de março de 2012

Acumaé?

BRASÍLIA - Temo, sempre, escrever qualquer coisa sobre Flavio Gomes, o sujeito mais excêntrico que já pisou nesse mundo, e por isso nunca escrevo. Sobretudo porque qualquer um que me conhece um pouquinho que seja sabe que sou fã do sujeito, o que submete minhas impressões ao julgamento dos baluartes da ética. Do sujeito, do jornalista, do crítico, embora tenhamos sérias divergências de opinião sobre quase tudo, inclusive o automobilismo, esse mundinho insignificante que me fez conhecer o Flavio, um dos pouco sujeitos a quem eu, do alto (?) de meu 1,67 metro de altura, posso chamar de baixinho.

Hoje, na minha sapeada sagrada pelo blog do Gomes, vi isso aqui. O nanico não escreve mais para jornais. O que é um pecado. Ainda nos meus primeiros anos de jornal, entre dois e três, e foram quase 18 no total, era ele quem assinava o material sobre Fórmula 1 do O Paraná.

Era, éramos, um jornal pequeno, lá do interior do Paraná, que mal tinha serviço de agência de notícias, só a AE, e de repente chega um panfleto, ou folder, como queiram, anunciando a cobertura de F-1 da Warm Up, a mesma que o Gomes cita no blog dele, com odes à qualidade do material – que, atestei depois, era mesmo do caralho – e enaltecendo virtudes do Flavio como torcedor da Portuguesa, mais baixinho que o Alain Prost e dono de um Karmann Ghia. Não sou eu quem diz, era o impresso, que talvez tenha sido escrito por ele próprio.

Sei lá que rumo o Gomes tem dado à vida profissional dele, faz um tempo e tanto que não batemos um bom papo, e ainda assim não é recomendável incluir assuntos de trabalho em um bom papo. Mas, porra, eram uns 60 jornais, e hoje nenhum? A imprensa, e por imprensa vocês podem entender veículos impressos, não está valendo nada.

Que outros colegas e parceiros não se sintam melindrados, mas Gomes é uma referência sob dezenas de pontos de vista. E carrega no bolso alguns dos grandes mistérios da humanidade, como o do milagre da multiplicação das horas, e esse eu vou desvendar um dia. Só não serve pra escolher candidatos políticos ou times de futebol. E nem pra pagar as apostas que perde no afã de sua devoção pela Portuguesa.

Qualquer hora vou escrever umas linhas sobre o Flavio. O problema é que costumo me empolgar e pode render um livro. E já combinei comigo mesmo que assinar livro não está na lista de afazeres para entre hoje e o fim da vida.

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