
Estou cercado de gente por todos os lados. Procuro fazer ouvidos moucos ao blablablá geral, mas é difícil. Impressiona a quantidade de abobrinha que gentes falam. Todo mundo fala, ninguém escuta, são vozes e mais vozes disputando ondas sonoras, perdidas no meio do nada.
"Eu sou são-paulino, mas quero que o São Paulo perca", "você viu o tamanho da espinha no narizinho novo dela?", "eu não pago quatro reais num pão-de-queijo nem a pau", "aquilo ali é plasma ou LCD?", "tirei uma foto com o Antonio Palocci", "tive que financiar, não teve jeito", "tinham que devolver o dinheiro da passagem quando atrasa", "onde que dá para fumar aqui?", "eu cancelei minha TV a cabo, só tem canal ruim", "vou comprar uma preta e uma vermelha; não, só a preta" e "tua namorada tava um tesão terça-feira" estão entre as pérolas literárias que captei em canal quase subconsciente aqui do chão.
Certo estava Raul Seixas, quando escreveu que "gente é tão louca e no entanto tem sempre razão".
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