quarta-feira, 23 de maio de 2012

Quarentinhas

GUARULHOS - Ao desembarque, já ciente do longo tempo de espera que terei antes da próxima etapa de minha via crucis particular, ligo o aparelho celular e as mensagens de texto começam a pipocar. Numa delas, a intimação: “Não vai flar (sic) dos 40 anos do Rubinho no blog?”.

Ora, que teria eu a falar a respeito? Dei-lhe os parabéns, como manda o figurino, ele respondeu e é isso, não é? Não convivo com Rubens para saber o que isso possa representar em sua vida, talvez tenha tanta importância quanto quando fez 17, 26 ou 34 anos. Só se faz 40 uma vez na vida, como também só se faz 8, 15 ou 23 uma vez na vida. Números, nada mais.

Nunca o tratei como “Rubinho”, apelido que não sei se lhe foi dado pelos pares da infância ou pela mídia, acho que pega mal. Evitava “Rubinho” nos textos e títulos na época de jornal, embora às vezes tivesse de aderir porque “Barrichello” pudesse ser muito comprido para determinado título, ou porque a legenda de uma foto estourava no tamanho. Não gostaria que me tratassem por “Lucianinho” ou “Luquinho”, mando à merda quem o fizer.

Mantenho com Rubens um contato à distância – vivo em Cascavel, motivo pelo qual tudo que faço ou deixo de fazer é à distância –, o que me franqueou alguns inesperados minutos de atenção ano passado durante a etapa brasileira da Indy, lá nas garagens, sei que aquele papo me fez aparecer na tevê e numa foto que um site publicou, e não a copiei, e também quase estraguei uma corrida de kart que ele promoveu, havia dezenas de jornalistas braços-duros precisando de instrução e lá estava o Rubens conferindo com os médicos se haveria necessidade de mandar minha carcaça para algum mecânico substituir uma perna que imaginávamos fraturada, e no fim não era nada.

De seus 40 anos, o que posso dizer é que Rubens é um tratante. Combinamos há um ano, afinal, que a festa seria sob o repertório de Luc & Juli, já que ele gosta das músicas sertanejas que compõem o nosso repertório, mas além da dupla ter praticamente acabado ele, Rubens, inventou de correr de Fórmula Indy e está em Indiana, e a Juli ainda não foi atrás do visto e as passagens para lá estão custando o olho da cara.

Imagino que Rubens Barrichello, a essa altura, esteja rindo, brincando, fazendo traquinagens – é um sujeito divertido, ele, embora nem sempre faça questão de deixar isso evidente – e vivendo uma expectativa nova mesmo para quem tem mais de 30 anos de convívio com as pistas de corrida, a da primeira largada para as 500 Milhas de Indianápolis.

O lance de tocar na festa seria bom, cairia como presente de aniversário e me permitiria economizar os cobres que despenderia em uma lembrancinha qualquer. Como está longe, ficou sem as modas e sem o souvenir. Dou a Rubens, como presente de aniversário, um conselho, talvez palpite seja o termo correto: vá com o tanque transbordando para a última parte da corrida.

E, cá de longe, um abraço ao Rubens. Que ri e chora como todo mundo, que talvez não tenha seu valor tão reconhecido quanto merece. E que aprendeu a dar de ombros para o mundo e cuidar de sua vida, habilidade das mais tenho admirado em algumas pessoas. Poucas, é verdade.

1 comentários:

Michelle disse...

Lendo essa historia do rubens quase enfermeiro, minha admiração só cresce.

Na volta de SP, quando fui vê-lo correr na Indy, esse ano, o taxista perguntou: daonde veio essa admiraçao pelo Barrichello? Juro, nao soube responder, nao sei quando começou ou porque começou. Mas cada vez que interajo com ele no twitter e ele responde, tipo hoje, zoando a esposa, rs, acho que a minha admiraçao vem do fato de que ele deixa claro que é igual a qualquer um de nós e que tem a grande sorte de ter como profissao o seu parque de diversoes.

que os 40 anos, completados esse ano, tenha como grande presente, um pódio na Indy ainda esse ano, para calar a boca desses invejosos...

agora falando do Luc: Jura que a dupla acabou?? Agora que to começando uma carreira de agenciado aqui em Vitória e ia tentar descolar uns shows? rsrsrrs