Eu mesmo trouxe essa novidade aqui no blog, já tarde da noite, enquanto ali nas oficinas do jornal "O Paraná" a edição do dia seguinte já saía das rotativas trazendo a novidade em destaque de página inteira na coluna "Bandeirada", do Luiz Aparecido. A página está reproduzida aí abaixo, eliminei dela as notas que tratam de outros assuntos e maioria das publicidades - sobrou o selo dos vinhos Trentobel, esse nem fiz questão de eliminar, a marca é do Juraci Massoni, que é parceiro e meio. Já prevendo dificuldades na leitura do jornal, providenciei a publicação dos recortes ali no post anterior.

Mais que isso, correr diante dos dezenas de milhares de espectadores que estarão no autódromo para a Truck, concordam pilotos, mecânicos, chefes de equipe e ratos de autódromo, cai como uma compensação e tanto à categoria que segurou a prática do automobilismo no peito desde que o automobilismo brasileiro viu-se obrigado a esquecer Cascavel por conta das condições sofríveis do autódromo. E que ficou quase um ano inteiro sem corridas, um dos óbvios ônus pelo fechamento do lugar para as reformas.
Agora temos, teremos, um autódromo novinho em folha em Cascavel, todo mundo por aqui diz que será o terceiro melhor do Brasil, eu sou da corrente que aponta-o como segundo nessa escala. Não é feio admitir que os pilotos, maioria deles, comemoraram o anúncio da etapa conjunta com a Fórmula Truck como uma conquista do Metropolitano de Marcas.

Tento compreender, sem sucesso, o pedido de trégua feito por Massoni em nome de algo não revelado. É claro que todo mundo quis saber quem cancelou, por quê, como, tudo mais. O Jura não sabia para onde correr. Abriu o coração aos cerca de 60 presentes ao encontro, disse que não tem conseguido dormir mais que uma hora por noite, falou um pouco sobre como tem acompanhado a rotina frenética de trabalho no autódromo, enalteceu virtudes do projeto levado a efeito no autódromo pelo prefeito Edgar Bueno - "o que o Edgar está fazendo ninguém teria peito para fazer", falou o Massoni, ao microfone - e pediu para que ninguém o inquirisse sobre as causas da notícia que havia acabado de dar, de que o Marcas & Pilotos de Cascavel estava fora da etapa da Truck. "Talvez vocês mesmos descubram os motivos daqui a algumas semanas. Eu não posso falar nada". E ninguém soube, não através dele, por que o evento estava suspenso.
A reação de todo mundo foi um aval ao prestígio e aos bons atestados que Juraci Massoni mantém junto ao público do automobilismo. Surpreendentemente, ninguém o pôs contra a parede. Ninguém o pressionou. Mas ninguém fez questão, também, de disfarçar o sentimento de indignação. Puseram o doce na boca dos pilotos e depois tiraram, essa foi a definição mais recorrente da noite. Como em tudo que envolve uma notícia ruim, um culpado tem de ser apontado.
O cancelamento da corrida anunciada na semana passada é o assunto de hoje e das próximas semanas nas oficinas, postos de combustíveis e suas lojas de conveniência, revendas de carros, auto-centers, auto-escolas, auto-elétricas, indústrias gráficas e quaisquer outros ambientes que pilotos e integrantes das equipes do Metropolitano de Marcas frequentam. Conversas intermináveis, como sempre são as que envolvem grandes polêmicas no automobilismo. O "coito interrompido" - essa foi outra definição que ouvi ontem para o cancelamento da corrida - é, sim, uma polêmica e tanto para os automobilistas cascavelenses.
Para essa gente, esse universo que envolve diretamente perto de duas mil pessoas, o momento festivo de até então pelo renascimento do autódromo virou decepção. Se bem conheço esse meu eleitorado, vão apontar alguém para pagar a conta dessa decepção toda.
Que não seja eu.
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