segunda-feira, 9 de julho de 2012

Próxima parada, Cascavel

SÃO PAULO - Tive de repetir à exaustão, durante mais da metade da última semana, o pouco que sei sobre a reativação do Autódromo Internacional de Cascavel. Que oficialmente é “Autódromo de Cascavel Zilmar Beux”, uma denominação que me soa estranha, errada, talvez, mas que faz justíssima homenagem ao seu Zilmar, o grande responsável por haver aí algo a ser reformado e reinaugurado.

Convivi de quarta-feira a domingo com a Fórmula Truck na etapa de São Paulo, a maior do calendário sob todos os aspectos, e que antecede justamente o retorno da categoria a Cascavel, seu berço. Em Interlagos, todo mundo quer saber como está e como não está Cascavel, o autódromo. Alguns perguntaram da cidade, também, gente que nunca pisou lá. Por “todo mundo”, cito pilotos, pessoal das equipes, amigos das empresas que prestam os mais variados tipos de serviço à categoria, os próprios integrantes do estafe (aportuguesei mais essa, ponto pra mim!) da Truck, fãs do automobilismo de modo geral, que se apresentam em profusão nos perfis que mantenho em redes sociais.

A rapaziada da Truck, mesmo aqueles que jamais estiveram no autódromo cascavelense, nutrem carinho especial pelo lugar, pelo contexto histórico que ele representa, pelo traçado já mítico da pista de corridas.

Ah, a pista de Cascavel. Essa é a menina-dos-olhos de qualquer sujeito que veste um macacão de corridas. Estive lá coisa de dez dias atrás. Eu mesmo, que até já participei de algumas corridas ali, fiquei impressionado com como ficou a pista. Ampla, convidativa. Nela pus-me a imaginar como os pilotos da Truck, do GT, da motovelocidade, da Stock Car (ops!) vão passar a tomar cada curva, onde vão reduzir as marchas, onde vão arriscar ultrapassagens, e como o público que lota autódromos vai passar a ver isso tudo, as expressões que vou acabar encaixando na narração das corridas que transmito.

Aos que esperavam encontrar nesse cascavelense aqui um esclarecimento sucinto e definitivo, que lhes pudesse suprir a curiosidade até que chegue o dia do desembarque em Cascavel, fui uma decepção tremenda. Trocando em miúdos, apesar de ter variado o texto a cada abordagem, contei que está tudo igual, mas bem diferente. Não sei definir nem para consumo próprio as mudanças que lá estão ocorrendo.

Fui útil, ao menos, para livrar vários amigos do ambiente da Truck do irritante deslocamento por terra entre Foz do Iguaçu e Cascavel. Demovi muita gente da lenda de que Cascavel não tem aeroporto, uma informação errada que se mantém com alguma solidez no conhecimento logístico de quem é de fora. A Trip deveria me reservar uns trechos a título de jabá, inclusive, pelo tanto de gente que teria Foz do Iguaçu como destino e que, a partir de meus sempre sábios conselhos, vai embarcar em seus ATR no começo de agosto por conta do evento automobilístico em Cascavel – um deles, corintiano, mandou que sua secretária suspendesse as passagens da Gol previamente adquiridas para a família toda e comprasse tudo de novo na Trip.

Estamos de volta ao mundo, munícipes cascavelenses. Essa coisa de autódromo dá mais projeção do que vocês imaginam. E vai haver bem mais, nesse evento de agosto, do que propõe o mundo das corridas.

1 comentários:

Fabiani C Gargioni #27 disse...

Vc tem razão Luc, um autódromo leva o nome da cidade aonde nem se imagina, uma prova disso é a cidade de Guaporé(cidade natal do meu pai, que aliás tem um orgulho danado)que pena que a gente não é como na Argentina onde qualquer "biboca" tem autódromo!!!